Domingo, 11 de Setembro de 2011
11 de Setembro – Allende – “Hacia la libertad”
Hacia la libertad
(José Seves/Haracio Salinas)
Patria de los confines
semilla pan y cobre
das de tu tierra virgen
hijos libertadores.
Voz indomable
de Araucanía
lanza Lautaro un grito
en cada amanecer.
Naciste combativa
contra los opresores
defendida bandera
de todos los rincones.
Desde los Andes
la llamarada
brilla la independencia
viene la libertad.
Es tu historia que avanza
a la nueva unidad nos lleva.
Chile, por ti juramos
no habrá noche que nos detenga.
¡La patria llama!
vamos con ella
hacia la libertad.
La razón del obrero
se alza en las salitreras
a transformar la vida
a organizar las fuerzas
grito de alerta,
Luis Recabarren,
la tierra soberana
debemos conquistar.
A la aurora extendida
marchan los oprimidos
fue el trabajo de todos
y el fruto compartido,
Allende ¡hermano!
cantan los pueblos
tu palabra levanto
tu ejemplo vivirá.
A cada ano que passe, sempre que escrever sobre o 11 de Setembro (enquanto escrever... seja sobre o que for), obrigar-me-ei a começar por dizer que nunca me passará pela cabeça mostrar um menor respeito pelas vítimas dos ataques à cidade de Nova Iorque, ataques que abomino. Aliás, a suspeita de que eu estaria, mesmo que levemente, a favor dessa acção terrorista, só poderá passar pela cabeça de “génios” que, não me conhecendo de lado nenhum, acham que podem produzir uns quantos disparates sobre aquilo de que eu gosto, ou não, que tenha que ver com os EUA.
A cada ano que passe, repetirei a lembrança de um outro 11 de Setembro que me mobiliza muito mais... e há muito mais tempo: o 11 de Setembro em Santiago do Chile, em 1973. Um crime vergonhoso, com um muito maior número de vítimas inocentes, vítimas que, passados 38 anos, ainda continuam a ser reveladas (aos milhares) e a ser identificadas. Um crime bárbaro que, para vergonha dos milhares de “jornalistas” que o esqueceram ou escondem, foi desenhado, planeado, financiado e executado com o apoio dos EUA... país que, por estes dias (e em todos os restantes), está incondicionalmente instalado nos corações (e nas carteiras) desses “jornalistas”.
Este ano, talvez por passarem dez anos sobre os acontecimentos de Nova Iorque, sinto ainda maior obrigação de lembrar Allende e os muitos milhares de chilenos assassinados durante e após o golpe militar de Santiago... dada a verdadeira barragem de propaganda oriunda dos EUA, feita de “documentários”, “entrevistas”, “debates”... e toda a sorte de produtos destinados a lavar o cérebro de meio mundo.
Assim se tenta “justificar” a pretensão dos EUA ao domínio global. Assim se transforma em vítima uma nação que tem feito da agressão a sua razão de existir. Assim se escamoteia o facto de os EUA, só nestes últimos dez anos, terem assassinado a sangue frio em milhares de bombardeamentos, em vários pontos do mundo, um número de vítimas inocentes, escabrosamente superior ao número dos que morreram, ingloriamente, nas "Torres Gémeas" do Worl Trade Center. Milhares e milhares de crianças, mulheres e homens, cujos países, de alguma maneira, caíram em desgraça aos olhos do “Império” e dos seus interesse económicos.
Por isso, pelo asco sem medida que me provoca esta campanha que todas as televisões portuguesas têm feito, sem descanço, desde há vários dias, numa demonstração de um servilismo abjecto, mais uma vez dedico o dia 11 de Setembro à memória de Allende e de todos os heróis que ali caíram. Desta vez, faço-o ao som de “Hacia la libertad”, do disco com o mesmo nome, gravado em 1975 pelos “Inti-Illimani”.
“Hacia la libertad” – Inti-Illimani
(José Seves/Haracio Salinas)
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