A CADA DIA A SUA ETERNIDADE
Já mal recordo as águas, muito claras,
Das nascentes das serras percorridas
Sobre penhascos, sobre duras fragas,
Em cada passo gasto nas subidas
Já quase nem relembro as madrugadas
De todo o começar de tantas vidas,
Porque ato, a cada verso, estas amarras
Às colunas do cais de outras partidas
Mas, à noitinha, é como se tambores
Semeassem no ar todas as cores
Num reboar de notas sincopadas!
Dormindo, eu que sou “tu” e tanta gente,
Que não tenho passado, nem presente,
Adivinho o porvir destas passadas …
Maria João Brito de Sousa
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