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terça-feira, 12 de abril de 2016

FALECEU FRANCISCO NICHOLSON



Francisco António de Vasconcelos Nicholson, mais conhecido como Francisco Nicholson  (Lisboa26 de junho de 1938 – Lisboa11 de abril de 2016), foi um actor, argumentista televisivo, dramaturgo e encenador português.

Família

Nascido no seio de uma família ligada às artes, é filho de John Francis Quintela Nicholson (Southsea, Sussex, 13 de Março de 1916 - Lisboa, 23 de Julho de 1960) e de sua mulher Maria Alice de Vasconcelos Marques (Marco de Canaveses, Paços de Gaiolo, 14 de Outubro de 1913 - ?), sendo seu pai, filho dum inglês, bisneto do 1.º Visconde da Charruada e duma filha do 1.º Visconde do Cartaxo (irmão do 1.º Conde da Póvoa e 1.º Barão de Teixeira), aquele filho do 1.º Conde de Farrobo e 2.º Barão de Quintela e de sua mulher a artista de Teatro Mariana Carlota Lodie neto de Francisco António Lodi, de ascendência italiana,. É, também, primo em terceiro grau de José Diogo Quintela.

Biografia

Começou a fazer Teatro, com 14 anos, no antigo Liceu Camões sob direcção do encenador e poeta António Manuel Couto Viana a convite do qual veio a pertencer ao Grupo da Mocidade que integrava, outros jovens que se vieram a destacar no panorama do Teatro Português como Rui Mendes, Morais e Castro, Catarina Avelar, Mário Pereira, etc. Fez estudos em Paris, frequentando a Academia Charles Dullin, do Théatre Nacional Populaire, privando com grandes nomes do Teatro francês, como Jean Vilar, Georges Wilson, Gerard Philipe. Estreou-se, profissionalmente, como ator e autor, com a peça infantil “Misterioso Até Mais Não, no Teatro do Gerifalto. Viu representadas mais cinco peças suas para crianças.” O cavaleiro sem medo”, “Boingue-boingue”, “O indiozinho Raio de luar” etc. Fez parte dos elencos da Companhia Nacional de Teatro e do Teatro Estúdio de Lisboa onde representou grandes textos da dramaturgia mundial, de autores como Strindberg, Kleist. Bernard Shaw, Arnold Wesker, Davis Storey, Apollinaire, e outros. Raul Solnado convidou-o para inaugurar o Teatro Villaret integrando o elenco da peça “O Inspector Geral” de Nicolau Gogol, permanecendo no elenco mais de dois anos, tendo interpretado várias comédias e encenado “Quando é que tu casas com a minha mulher?”.
Foi no Teatro ABC que se popularizou com o teatro de revista. Tendo-se estreado com "O gesto é tudo" ao lado de Eugénio SalvadorCamilo de Oliveira, a brasileira Berta Loran e um grande elenco, é com “Bikini” que se afirma como autor (com Cesar de Oliveira e Rogério Bracinha), ator ( ao lado dum elenco muito jovem com Ivone Silva, Manuela Maria, Irene Cruz, Henriqueta Maya, António Anjos, Iola e o consagrado João Maria Tudela) e encenador. Ao enorme êxito deste projecto inovador seguiram-se “Chapéu Alto” e “Lábios Pintados”. Depois, no Teatro Monumental, dirige (com Alfredo Alária) e interpreta o musicado “Férias em Lisboa”. Com o empresário Sérgio de Azevedo, regressa ao ABC com “É o fim da macacada”, que escreve (com Gonçalves Preto e Rolo Duarte) e encena, “Pró menino e prá menina” e “Tudo a nu”, em que é um dos autores, intérprete e encenador. E é precisamente “Tudo a Nu” que está em cena, com grande êxito, no Teatro ABC no dia 25 de Abril de 1974. Aproveitando o final da censura para repor todos os cortes efectuados pelos censores os autores modificaram-lhe o nome para “Tudo a nu com parra nova”.
A nova dinâmica surgida com a chegada da Democracia ao país entusiasmou vários actores, actrizes e técnicos a, com participação de nomes importantes do nosso espectáculo como a bailarina Magda Cardoso, o coreógrafo Fernando Lima, ou o cenógrafo- figurinista Mário Alberto, a reunirem-se numa cooperativa teatral, o Teatro Adoque procedendo a uma autêntica revolução na forma conteúdos do Teatro de Revista. No Adoque se iniciaram, entre muitos outros, José Raposo, Maria Vieira, Virgílio Castelo e projectaram Ana Bola e Henrique Viana. No Adoque se abriram as portas á primeira encenação de, António Feio. No Adoque, colaboraram como autores Ari dos Santos, Ferro Rodrigues, César de Oliveira, Gonçalves Preto, entre outros, e os compositores Joaquim Luis Gomes, Fernando Correia Martins, Braga Santos, etc.. Regressa ao Parque Mayer escrevendo com Henrique Santana, Mário Zambujal, Rogério Bracinha e Augusto Fraga a Revista “ Não batam mais no Zézinho” que permanece dois anos em cartaz. Seguem-se uma sucessão de Revistas de que foi figura de topo
Na televisão dá-se a conhecer com Riso e Ritmo (1964), programa em que foi autor, actor e produtor (com Armando Cortez José Mensurado). Dirigiu e interpretou vários programas como “O canto alegre” Foi o autor de Vila Faia, a primavera telenovela portuguesa. Foi também autor de outras novelas e séries para televisão, como Origens (1983), Cinzas (1992), Os Lobos (1998), Ajuste de Contas(2000), Ganância (2001), O Olhar da Serpente (2002), entre outras.
É um dos autores da canção "Oração" com que António Calvário venceu o primeiro Grande Prémio TV da Canção. Conquistou, por duas vezes, o Festival da Canção da Figueira da Foz, duas grandes Marchas de Lisboa (“Cantar Lisboa” , com Gonçalves Preto ,Braga Santos e Correia Martins,( 1981) “Lisboa quem a vê” , com musica de Rui Serôdio (1995). Esteve no Festival internacional da Canção do Rio de Janeiro,em que Paula Ribas concorre com “Canção de Paz para todos nós” com poema de sua autoria composta por Jorge Costa Pinto; nas Olimpíadas da Canção, em Atenas, de novo com uma composição de Jorge Costa Pinto interpretada por Vitória Maria; ainda desta parceria foi a canção “Amar é vencer” com que Madalena Iglésias se apresentou no III Festival Internacional da Canção, 1968.
INTÉRPRETES- António Calvário, Madalena Iglésias, Tony de Matos, Simone de Oliveira, Paula Ribas, Marco Paulo, Fernanda Baptista, Fernanda Maria, Maria da Fé, Maria Armanda, Ada de Castro, Lenita Gentil, Florbela Queirós, Anabela, Natércia Maria, Mariema, José Bravo, Vitória Maria, Maria Lisboa, João Braga, “Os três de Portugal”, “Conjunto Sem nome”
COMPOSITORES – Eugénio Pepe, Jorge Costa Pinto, Joaquim Luiz Gomes, Braga Santos, Nuno Nazareth Fernandes, Carlos Alberto Moniz, Ricardo Landum, José Orlando, Jorge do Carmo, Carlos Dias, João Nobre, Fernando Carvalho, Jorge Machado, Ferrer Trindade, João Vasconcelos, José Magalhães, Nóbrega e Sousa, Pedro Osório, Thilo Krasman
Em cinema, assina os guiões dos filmes Operação Dinamite (1967) e Bonança & Cª (1969) de Pedro Martins..
Na imprensa, colaborou no suplemento A Mosca do Diário de Lisboa e em A BolaDiário Popular, Capital, Jornal de Notícias, Norte Desportivo, Revista R&T
Entre alguns prémios conquistados foi distinguido com a “medalha de ouro de mérito cultural” atribuída pela Câmara Municipal de Lisboa. Também foi galardoado pela autarquia de Oeiras.
Faleceu a 11 de abril de 2016, aos 77 anos de idade, no hospital Curry Cabral, em Lisboa.

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