PSD responde que chamada para o 112 foi apenas um “teste”
04.08.2011 - Por PÚBLICO, Lusa
"Não houve qualquer comunicação falsa de ocorrência", argumenta o PSD (Foto: Daniel Rocha/arquivo)
O grupo parlamentar do PSD nega, em comunicado, ter feito uma chamada falsa para o 112, mas reconhece que foi feito um telefonema para testar o tempo de atendimento daquele serviço, que não chegou a ocupar qualquer operador.
Nem verdadeira, nem falsa, de acordo com a interpretação do grupo parlamentar do PSD, o que aconteceu foi apenas um "teste circunscrito apenas e só a aferir o tempo de atendimento da chamada".
Ontem, a comissão parlamentar de Saúde contou com a presença do presidente do INEM e, apesar de pacífica, foi marcada por um momento de agitação quando a deputada social-democrata Joana Barata Lopes, questionando os tempos de atendimento das chamadas de emergência, revelou que “o grupo parlamentar do PSD fez uma chamada para o serviço 112 para provar que os tempos de atendimento das chamadas não tinham melhorado”. A chamada, revelou, “demorou 14 segundos a ser atendida”. A deputada social democrata questionava os dados apresentados pelo presidente do INEM, que davam conta de um tempo de espera de cinco segundos em 62 por cento das chamadas
Em resposta, Miguel Oliveira apenas explicou que não se pode confundir o 112 com o INEM. “Quando ligamos para o 112, a chamada não é atendida pelo INEM, mas pela polícia. Os meus tempos só podem começar a partir da minha responsabilidade”, esclareceu, advertindo que as “chamadas falsas para o 112” constituem eventualmente crime.
Técnicos querem pedido de desculpa
Já hoje, a Associação Portuguesa de Medicina de Emergência defendeu que a bancada do PSD deverá tomar medidas contra o parlamentar que fez uma chamada falsa para o 112 e exigiu um “pedido formal de desculpas”. Em declarações à TSF, Vítor Almeida, da Associação Portuguesa de Medicina de Emergência, afirmou que os técnicos de emergência médica não querem que a chamada falsa feita por um deputado do PSD passe em branco e defendeu mesmo que o responsável deveria ser demitido.
Vítor Almeida disse acreditar que a bancada social-democrata “tomará as medidas adequadas”. “Um deputado deve ser exemplo para a nação e não pode ter atitudes destas que, por mim, roçam aquilo que é legalmente aceitável para além das questões éticas”, acrescentou o responsável, à mesma rádio. Sublinhou mesmo que “pelo menos um pedido formal de desculpa é incontornável” e assumiu: “Mas sou sincero, em qualquer outro país civilizado isto dava imediatamente processo ou demissão de um deputado”.
Entretanto, no comunicado divulgado hoje, o grupo parlamentar do PSD "nega ter feito qualquer chamada falsa" justificando que "não houve qualquer comunicação falsa de ocorrência, nem tão pouco se estabeleceu uma comunicação com qualquer operador" – não fazendo por isso qualquer pedido de desculpas. A questão agora entrou no campo das interpretações: a partir de que momento é que se pode considerar ter existido uma chamada telefónica? Quando toca do outro lado, quando o operador atende ou quando quem telefona chega a falar com o operador?
Na interpretação do grupo parlamentar do PSD, só existiria uma chamada falsa se tivesse chegado a existir ocupação do operador. A Lusa tentou obter uma explicação da deputada Joana Barata Lemos, mas tal não foi possível, até ao momento.
"Em nenhum momento esteve em causa a operacionalidade do sistema. O único propósito foi verificar a capacidade de resposta do mesmo, de forma a garantir aos portugueses a sua eficácia", refere, no entanto, o comunicado da bancada laranja. O grupo parlamentar do PSD defende que não pôs, nem põe em causa, "o profissionalismo dos técnicos que operam nos serviços de emergência".
Ontem, a comissão parlamentar de Saúde contou com a presença do presidente do INEM e, apesar de pacífica, foi marcada por um momento de agitação quando a deputada social-democrata Joana Barata Lopes, questionando os tempos de atendimento das chamadas de emergência, revelou que “o grupo parlamentar do PSD fez uma chamada para o serviço 112 para provar que os tempos de atendimento das chamadas não tinham melhorado”. A chamada, revelou, “demorou 14 segundos a ser atendida”. A deputada social democrata questionava os dados apresentados pelo presidente do INEM, que davam conta de um tempo de espera de cinco segundos em 62 por cento das chamadas
Em resposta, Miguel Oliveira apenas explicou que não se pode confundir o 112 com o INEM. “Quando ligamos para o 112, a chamada não é atendida pelo INEM, mas pela polícia. Os meus tempos só podem começar a partir da minha responsabilidade”, esclareceu, advertindo que as “chamadas falsas para o 112” constituem eventualmente crime.
Técnicos querem pedido de desculpa
Já hoje, a Associação Portuguesa de Medicina de Emergência defendeu que a bancada do PSD deverá tomar medidas contra o parlamentar que fez uma chamada falsa para o 112 e exigiu um “pedido formal de desculpas”. Em declarações à TSF, Vítor Almeida, da Associação Portuguesa de Medicina de Emergência, afirmou que os técnicos de emergência médica não querem que a chamada falsa feita por um deputado do PSD passe em branco e defendeu mesmo que o responsável deveria ser demitido.
Vítor Almeida disse acreditar que a bancada social-democrata “tomará as medidas adequadas”. “Um deputado deve ser exemplo para a nação e não pode ter atitudes destas que, por mim, roçam aquilo que é legalmente aceitável para além das questões éticas”, acrescentou o responsável, à mesma rádio. Sublinhou mesmo que “pelo menos um pedido formal de desculpa é incontornável” e assumiu: “Mas sou sincero, em qualquer outro país civilizado isto dava imediatamente processo ou demissão de um deputado”.
Entretanto, no comunicado divulgado hoje, o grupo parlamentar do PSD "nega ter feito qualquer chamada falsa" justificando que "não houve qualquer comunicação falsa de ocorrência, nem tão pouco se estabeleceu uma comunicação com qualquer operador" – não fazendo por isso qualquer pedido de desculpas. A questão agora entrou no campo das interpretações: a partir de que momento é que se pode considerar ter existido uma chamada telefónica? Quando toca do outro lado, quando o operador atende ou quando quem telefona chega a falar com o operador?
Na interpretação do grupo parlamentar do PSD, só existiria uma chamada falsa se tivesse chegado a existir ocupação do operador. A Lusa tentou obter uma explicação da deputada Joana Barata Lemos, mas tal não foi possível, até ao momento.
"Em nenhum momento esteve em causa a operacionalidade do sistema. O único propósito foi verificar a capacidade de resposta do mesmo, de forma a garantir aos portugueses a sua eficácia", refere, no entanto, o comunicado da bancada laranja. O grupo parlamentar do PSD defende que não pôs, nem põe em causa, "o profissionalismo dos técnicos que operam nos serviços de emergência".
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