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domingo, 1 de setembro de 2019

Água fresca, limonada ou capilé ?


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Parece-nos hoje muito moderna e cosmopolita a enorme variedade de propostas que enchem as ruas de Lisboa, transformadas em expositor de comidas e bebidas mais ou menos originais, servidas a quem passa, ao balcão de um qualquer veículo, tão colorido quanto espalhafatoso. Pois, estes novos empreendedores nada mais fazem que reinventar a ancestral atividade de venda ambulante, indo ao encontro da fome ou da sede dos muitos transeuntes.
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Menos extravagante parecia, no início do século XX, quem, nos mesmos locais, vendia limonada, refrigerantes improvisados e água fresca - a copo - amenizando os escaldantes verões da Capital e deixando cheio de inveja e ainda mais sedento quem não tinha dinheiro nem para umas gotas... e só olhava.
Na época (1908-1912) a água não chegava a todas as casas e ainda era comum ferver esse precioso líquido obtido nas fontes públicas, receando contágios tão nefastos no passado. A criançada, por outro lado, deliciava-se com os refrescos. Os vendedores de capilé – bebida também presente nos estabelecimentos com “casa própria” - eram um verdadeiro chamariz para os mais novos, talvez na expetativa de escorropichar algum copo.
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Traziam a água em bilhas de barro e tinham o requinte de, para além de adoçar a mistura, aromatizá-la com uma casca de limão. Mesmo que só tivessem um banco como utensílio de trabalho.



Capilé e groselha são sabores bem portugueses, ainda hoje recordados por muitos e, talvez por isso, relançados no “mercado da nostalgia”. Mantêm as embalagens e rótulos de outros tempos.
Mas, manterão o encanto?

Fontes
Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/
Joshua Benoliel
PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/000146
PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/000145
PT/AMLSB/CMLSBAH/PCSP/004/JBN/000144

osaldahistoria.blogs.sapo.pt

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