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terça-feira, 24 de setembro de 2019

Proteção Civil retira centenas de peixes mortos de rio de Mirandela








Habitantes de Eixes, no concelho de Mirandela, apontam o dedo a uma fábrica de extração de óleo de azeitona que funciona a escassas centenas de metros do local. Proprietários da unidade negam ter efetuado qualquer descarga. Autoridades investigam.

Crime ambiental no rio Rabaçal, junto à localidade de Eixes, no concelho de Mirandela. "Uma enorme mancha de gordura, água acastanhada e centenas de peixes mortos. Foi este o cenário que alguns habitantes da aldeia de Eixes denunciaram às autoridades, no passado domingo", revela Maria Gouveia, coordenadora da proteção civil municipal de Mirandela.

Os habitantes de Eixes estão indignados. "Isto é muito feio", diz Paulo Moreno. "Andamos sempre a falar em preservar o ambiente e de repente acontece uma catástrofe destas, isto não é benéfico para ninguém e dá má reputação à aldeia", acrescenta.

Dada a proximidade de uma fábrica de extração de óleo de azeitona, em Leirós, já no concelho de Valpaços, os habitantes de Eixes suspeitam que esta situação tenha acontecido devido a uma eventual descarga daquela unidade industrial. "Se da fábrica para cima não há nada, tudo leva a crer que seja de lá", afirma.

Confrontados com estas suspeitas, os proprietários da fábrica, que não quiseram prestar declarações gravadas, negam que tenha sido efetuada qualquer descarga. Dizem também que já não encontraram qualquer anomalia, que pudesse ter levado a algum acidente, acrescentando que estão a colaborar com as autoridades para apurar o que realmente terá acontecido.

Entretanto, os serviços de proteção civil de Mirandela e Valpaços, já procederam aos trabalhos para retirar os peixes mortos a gordura que estava concentrada junto ao açude de Eixes.

"Inicialmente, houve a necessidade de providenciar medidas preventivas, que passaram pela utilização de redes de pesca para conseguir conter os peixes. Contactamos os gestores das barragens, a montante, para não efetuarem qualquer descarga de água e agora estamos a fazer a remoção dos peixes, com recurso às redes de pesca", explica Maria Gouveia.
"Com a ajuda de um camião de recolha de saneamento estamos a retirar toda esta nata gordurosa que ficou à superfície da água ", acrescentou.

A investigação deste caso está entregue à GNR, através do SEPNA (Serviço de Proteção da Natureza) que já elaborou um auto de notícia.

Também a APA (Agência Portuguesa do Ambiente) já recolheu diversas amostras de água para análise em laboratório.
www.jn.pt

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