AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

E depois do adeus, Paulo de Carvalho volta ao PCP e compõe hino


"Pelo sonho e pela razão" é o hino da campanha da CDU para estas Legislativas e foi o próprio autor a apresentá-la, em direto e ao vivo, no pavilhão de Loures. Depois de anos afastado dos palcos comunistas, Paulo de Carvalho, voltou em força para apoiar "o nosso secretário geral". Os camaradas não o esqueceram e, da "Nini" aos "Meninos do Huambo" fizeram coro neste "E depois do Adeus".


Foi como um regresso a casa. O público, que quase enchia o Pavilhão dos Bombeiros de Loures, recebeu Paulo de Carvalho com palmas, um pezinho de dança e acompanhando todos os refrões dos 'hits' de mais de quatro décadas. O primeiro comício oficial da campanha arrancou com um grande concerto. E um matar de saudades.
Se recordar é viver, pode bem dizer-se que os militantes comunistas sairam de Loures com alma nova. Paulo de Carvalho esteve quase uma hora no palco a desfiar as músicas que todos conheciam de cor. Arrancava com "chamava-se Nini" e o público batia palmas e acompanhava o cantor. Ia buscar os "meninos à volta da fogueira" ao bau das memórias, e nem precisava de cantar, porque já a audiência cantarolava tudo de cor e salteado, Ao cantor comunista que há muito se tinha ausentado dos palcos do partido, coube até a tarefa de fazer as honras de apresentar Jerónimo de Sousa.
Pediu aplausos para "o nosso secretário-geral" e o líder comunista fez a sua entrada em grande no pavilhão dos bombeiros. O arranque da campanha eleitoral da CDU não podia ter corrido melhor. Estava a ser bonita a festa, pá. E ainda faltava a surpresa do dia: um hino inteiro dedicado à campanha das Legislativas, composto por Paulo Carvalho e com letra de João Monge. Cantada pelo próprio compositor, em estreia mundial para o dia do arranque oficial da campanha para as Legislativas. "Não é apenas um acto de propaganda", disse logo a seguir Jerónimo de Sousa. A criação do hino "é, em si mesma, um acto de cultura" e, já agora, "um alento que nos dão", resumiu o líder do PCP.
"Macroeconomia para quem?"
Como nem só de musica se fazem as campanhas, os discursos que se seguiram trouxeram Mariana Silva, dos Verdes e o presidente da Camara Municipal de Loures, Bernardino Soares ao palco. A candidata, que surge em lugar mais do que elegível e pode mesmo substituir Heloísa Apolónia na bancada dos Verdes (é quarta na lista por Lisboa) puxou os louros ao trabalho desenvolvido pelo PEV a favor da causa ambiental. "Nunca tivemos direito a títulos garrafais, nem a reportagens na televisão", disse, atirando, sem o mencionar à concorrência do PAN. Mas não só. A onda ecologista que atingiu os partidos nesta corrida eleitoral também não ficou incólume. "Alguns que agora descobriram a sua veia ecológica, votaram sempre contra as nossas propostas", disse a professora de Braga.
O autarca comunista de Loures preferiu outra via. Apresentou um rol de razões para se votar na CDU que vão "do trabalho ímpar e sem comparação" dos deputados eleitos, à sua "honestidade que é uma marca da CDU". Mas há mais. Para Bernardino Soares, os últimos quatro anos de Legislatura serviram para desmontar "algumas mentiras" àcerca dos comunistas que, à beira de novas eleições, convém salientar. "Diziam que eramos só uma força de protesto" ou "que o nosso voto não contava" ou ainda "que as eleições era para escolher o primeiro ministro". A geringonça é para estimar: "demonstrou o que sempre dissemos: que o que se elege é o Parlamento e que é lá que se decide como se forma o Governo".
Quando Jerónimo chegou ao palco, já o aquecimento político estava feito. O líder voltou a reafirmar a seriedade dos candidatos comunistas - "gente séria que não está aqui para se servir"- e a elencar as várias conquistas feitas a pulso na ultima Legislatura. Do subsidio de Natal aos manuais escolares gratuitos, Jerónimo de Sousa desfiou medidas como medalhas. "Não estamos a fazer prestação de contas", disse, mas a verdade é que o mote lhe serviu como uma luva.
A troca de argumentos com os socialistas e até os avisos vindos das hostes sociais democratas a propósito do rigor nas contas públicas fez, de novo, o líder comunista indignar-se. "Bem pode vir o PS com a sua conversa" ou "o PSD com a sua treta dos cenários macroeconomicos, que nós aqui estamos para perguntar: Contas certas para quem?. Macroeconomia para quê?", questionou, dirigindo-se a uma plateia de adeptos. Em alternativa, "temos um programa de contas claras e de opções cristalinas", respondeu, limitando as escolhas entre "estar com o grande capital e a banca" ou "estar com os trabalhadores e o povo".
A sala interrompeu o discurso com uma salva de palmas. Não foi a única vez. Os apelos de Jerónimo e o slogan de que "a CDU avança com toda a confiança" têm eco imediato. E, mesmo que as previsões não sejam as mais favoráveis, o líder não se preocupa. "Ninguém pode acreditar em sondagens", remata. E segue em frente.

expresso.pt

Sem comentários: