AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 27 de março de 2019

Há «camisas verdes» nas redacções

manifesto74.blogspot.com


Ivo Rafael Silva








O que determinados órgãos de comunicação social estão a fazer ao PCP é miserável, mas ninguém pode achar que seja propriamente «incompreensível». 

E isso compreende-se da seguinte forma: todos sabem o que é que o PCP combate. O PCP é um partido histórico, fundador da democracia, com provas dadas, com quase um século de existência. O PCP levou com os estalos dessa Primeira República acossada e turbulenta. 

Essa República onde a direita liberal (essa dita tradicional, do «centro», institucional, moderada) foi a primeira a ser olímpica e tristemente seduzida, engolida, passivamente possuída – dando todo o consentimento – à aparição e efectivação do fascismo. 

Essa mesma «direita centrona» e «liberal», «modernaça», «futurista», que existe, mas que está hoje num outro patamar. Perante a passividade quase geral, está a ser não seduzida, mas ela própria a seduzir voluntariamente xenófobos, neo-nazis, fascistas, «populóides», fanáticos do capital, imperialistas.

Toda a gente sabe, pois, qual é a luta do PCP, quem faz a luta do PCP, quais são os rostos do PCP, onde e quando o PCP está para atingir os seus bem definidos e transparentes objectivos! 

E se o PCP luta com democratas, se luta com anti-fascistas, se os seus rostos não têm cara tapada, e se aponta a objectivos assumidos às claras, quem o ataca coloca-se diametralmente do lado oposto. E essa é a escolha que alguns meios de comunicação e seus jornalistas estão a fazer. 

Os que atacam o PCP são os que promovem anti-democratas destruindo a democracia, os que omitem e truncam intervenções do PCP mas entrevistam fascistas branqueando o fascismo, os que se movem ou são movidos pelos interesses instalados, os que apontam a finalidades obscuras, com processos obscuros e tudo sob a guarda do “Espírito Santo” (Ou será do Banif?).


Da mesma forma que todos são capazes de conhecer e reconhecer o que o PCP quer e o que o PCP faz, ainda que disso possam discordar, todos são capazes de perceber de igual forma o que é que combatem, na realidade, aqueles que dizem que «nunca combatem ninguém», que são sempre «muito neutros», que só querem «informar», mas que cerram dentes e punhos com mentiras, insinuações e falsidades que acabam por ser desmentidas ponto por ponto. 

Aqueles que acham que o perigoso mundo das “fake news” – fenómeno tão antigo quanto o da própria imprensa - se resume ou se confina à abstracção das redes sociais, estando os meios ditos “tradicionais” (televisão, rádio, jornais) isentos de controlo por parte de quem quer, por sua vez, também “controlar” a opinião pública e subjugar as massas, vive ingenuamente e já é, em si mesmo, vítima da armadilha dos grandes interesses.


Ainda que no seu processo normal a História não se repita, a verdade é que não falta quem a queira repetir. E tudo a coberto dos partidos institucionais, como palco ou como rampa. É vê-los aí nas parangonas: ontem «liberais», «centrões», «moderados» candidatos a Câmaras, hoje fundadores de partidos xenófobos, homofóbicos, racistas, nazis. 

E se essa direita partidária já não engole porque foi há muito engolida, os que hoje são, apesar de algumas heróicas excepções, seduzidos e engolidos pela nova emergência da extrema-direita já institucionalizada e sob patrocínio «liberal», são precisamente aqueles que um dia juraram «informar» e «esclarecer» com «neutralidade» e de forma «imparcial» a opinião pública. 

Depois do 25 de Abril de 1974, nunca como agora o fascismo esteve tão perto de controlar a comunicação social portuguesa. Nunca.

Sem comentários: