Imane Fadil, que testemunhou durante um processo de prostituição contra o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi a respeito de suas supostas festas sexuais, morreu no dia 1º de março depois de ter lutado contra sintomas agressivos de envenenamento por um mês. Uma investigação de assassinato foi aberta para descobrir as razões de sua morte.
Especialistas forenses deram início a um exame completo do corpo da modelo Imane Fadil, de 32 anos, após ter sido oficialmente confirmado pela agência governamental italiana ENEA de que nenhum traço radioativo foi encontrado.
A mulher de origem marroquina, que foi uma das principais testemunhas no julgamento “bunga-bunga” contra Silvio Berlusconi, morreu no dia 1º de março em um hospital em Milão depois de sofrer por um mês de sintomas misteriosos e alegadamente ter sido envenenada.
O advogado Mirko Mazzali, representando a família da mulher, assim como seu irmão, compareceu à autópsia, que foi iniciada ontem. A equipe de pesquisadores examinará seus órgãos e amostras de tecido para realizar testes toxicológicos, disse ele. O resultado completo da investigação, solicitado pelos promotores que lançaram a investigação para determinar a causa de sua morte, deve ser concluído em um mês.
"Os parentes de Imane estão muito zangados. Eles não podem entender como tal jovem poderia ter morrido. Eu não acho que haja algum problema em conceder permissão para o enterro nos próximos dias. Eu não sigo nenhum conspiração ”, disse Mazzali, que recentemente substituiu o outro advogado da família, conforme citado pelo jornal italiano Il Giorno.
Embora a sonda tenha sido lançada sob suspeita de homicídio, os investigadores também estão levando em conta a hipótese de que Fadil poderia ter morrido de alguma doença, segundo a agência de notícias.
Morte após mês de agonia
Fadil foi internado em 29 de janeiro enquanto sofria de fortes dores de estômago. Médicos alegadamente disseram que havia "várias anomalias" em suas amostras de sangue e registros médicos. Antes de sua morte, Fadil supostamente disse a seus amigos e advogados que ela havia sido envenenada. Enquanto a mulher ainda estava viva, bem como após a sua morte, houve numerosos relatos conflituantes sobre o assunto.
A agência de notícias italiana ANSA disse que os testes toxicológicos indicaram que ela morreu de uma "mistura de substâncias radioativas". Outros meios de comunicação italianos, citados pela BBC, também sugeriram que quantidades invulgarmente elevadas de metais pesados, incluindo cádmio, crómio e antimónio, bem como cobalto, que é uma substância radioactiva, foram encontrados no corpo de Fadil. Ao mesmo tempo, o advogado inicial da família, Paolo Sevesi, que se demitiu do caso, expressou a opinião de que aparentemente sofria de uma doença auto-imune rara.
Magistrados italianos lançaram uma investigação sobre o possível assassinato da dançarina, que supostamente levou uma vida reclusa e estava trabalhando em um livro sobre suas experiências na vila do ex-primeiro-ministro, que ela estava lutando para vender aos editores. Os investigadores dizem ter obtido suas memórias.
Partes do 'Bunga-Bunga' de volta às manchetes
Após a morte de Fadil, Berlusconi expressou suas condolências, mas insistiu que nunca havia conhecido ou falado com a ex-showgirl. Ele disse que o testemunho da modelo falecido no caso contra ele "inventado e absurdo".
Fadil testemunhou no julgamento de Berlusconi em 2012, onde foi acusado de sediar “festas de prostituição” em sua vila em Arcore, perto de Milão.
O ex-primeiro-ministro era suspeito de ter tido relações sexuais com uma dançarina de boate uma adolescente conhecida sob o nome artístico de Ruby Rubacuori, e foi acusado de abusar de seu poder e de uma uma tentativa de escondê-lo.
Inicialmente, ele foi declarado culpado e condenado a sete anos de prisão, mas acabou sendo inocentado de todas as acusações por um tribunal de apelações que decidiu que, mesmo que fizesse sexo com Ruby, ele não sabia que ela tinha menos de 18 anos.
sputniknews.com
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