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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Faro vai ter novo hostel que será dos maiores do país em 2018




A cidade de Faro vai ter um novo hostel, que será o maior do Algarve, com 100 camas, já no Verão de 2017. Mas o projeto dos empresários Diogo Perry e Nuno Fernandes é mais ambicioso e, em 2018, o número de camas irá duplicar, fazendo deste novo alojamento, localizado junto ao Largo do Carmo, um dos três maiores do país.
Em conversa com o Sul Informação, Nuno Fernandes explicou que «há o objetivo de ter mais de 100 camas abertas já no Verão de 2017, o que vai fazer com que seja, logo aí, o maior hostel da região. Na segunda fase, que ficará concluída a tempo do Verão de 2018, vamos atingir as 200 camas, que nos coloca no top 3 nacional».
Em 2017, as camas disponibilizadas por este novo hostel, que vai nascer nos antigos edifícios da Administração Regional de Saúde do Algarve, serão em camaratas, sendo que, em 2018, haverá também 25 quartos duplos.
De acordo com Diogo Perry, um projeto destas dimensões «vai dar um novo impulso não só à cidade de Faro, mas à região».
Os empresários, que foram os responsáveis pela abertura do primeiro hostel em Faro, a Casa d’Alagoa, acreditam que este «é um espaço que, além de dar nova vida à cidade, vai revitalizar toda esta zona. A localização é premium, perto dos autocarros, do comboio e da Igreja do Carmo, que é um dos locais que sempre recomendamos aos nossos hóspedes. É perto de tudo e com vista para a Ria a partir do nosso roof-top…», acrescenta Nuno Fernandes.



Nuno Fernandes (esq.) e Diogo Perry
Este hostel terá um conceito diferente daqueles que já existem na cidade de Faro, uma vez que «será mais urbano, com uma oferta mais semelhante ao que existe em várias cidades europeias, enquanto a Casa d’ Alagoa vai manter o seu ambiente mais familiar e caseiro».
Além disso, este espaço obriga a «trabalhar mais ativamente na procura de hóspedes. Recebemos na Casa d’Alagoa pedidos de informação para grupos de 90 pessoas, a que não podemos responder. Com este hostel, vamos procurar dar resposta a uma procura – de grupos – para a qual ainda não há oferta na cidade».
Diogo Perry acredita que, com este investimento, «vamos poder promover mais e melhores iniciativas e parcerias, desenvolver várias atividades locais e só há a ganhar: para as pessoas, para os hóspedes, para o negócio, para os parceiros e para Faro».
Para o empresário, esta «será uma oportunidade para o nascimento de alguns negócios que podem oferecer serviços aos hostels. Empresas que possam oferecer serviços adaptados ao perfil do turista jovem, que procura uma boa experiência, com menos dinheiro investido. É importante que apareçam mais empresas com produtos dedicados a este público. Já apareceram, no ano passado, algumas, nomeadamente de passeios de barco na Ria, mas é importante que surjam mais».


De acordo com Nuno Fernandes, este novo hostel representa um investimento total de 500 mil euros, sendo que «na primeira fase [2017], serão cerca de 200 mil euros e o restante na segunda. As obras serão maioritariamente de adaptação e aquisição de equipamento».
Equipamento que pretende fazer deste novo alojamento, ainda sem nome definido, um exemplo em termos ecológicos. «Queremos que seja auto-sustentável energeticamente. O aquecimento de água e todo o equipamento, como na cozinha partilhada, serão elétricos, daí o nosso objetivo, a médio prazo, de adquirirmos panéis solares. Queremos uma unidade o mais “verde” possível».
No que diz respeito à criação de postos de trabalho, o recrutamento já começou. «Estamos a recrutar ativamente para várias áreas. Procuramos pessoas com um perfil internacional, que conheçam esta área de atividade. No total, vamos contratar cerca de 15 pessoas. Será este o mínimo de trabalhadores necessário quando as duas fases já estiverem concluídas», diz Nuno Fernandes.

2016 foi bom para os hostels em Faro mas… sazonalidade e acessibilidades preocupam


A sazonalidade afeta a hotelaria tradicional, mas também é um problema para os hostels e, apesar de a procura ter aumentado, em Faro, na época baixa, «ainda não existe um contexto favorável na região nesta altura do ano, porque os preços do alojamento baixam e acaba por dar mais prejuízo que lucro», diz Diogo Perry.
«Nos meses de época baixa tivemos um aumento de cerca de 30 por cento, mas tendo em conta que a comparação é feita com dados baixos, é natural que o aumento seja muito maior. Se em vez de dois hóspedes tivermos quatro, o aumento é de 100 por cento», explica o empresário.
Ainda assim, 2016, foi um ano bom para este setor de atividade na cidade de Faro, não só devido aos fatores externos, que também ajudaram aos números da hotelaria tradicional, mas pelas potencialidades que a capital algarvia tem em relação ao público-alvo dos hostels.
«Temos uma cidade que tem sol e praia, mas que é mais barata do que outras como Albufeira. Além disso, não tem a massificação do turismo, existe uma maior genuinidade e uma maior atratividade ao nível da cultura. Há a ria, há a praia, há o bom tempo, sem massificação», considera.
No entanto, Faro também tem questões a melhorar, em especial ao nível do acesso à cidade. Para Nuno Fernandes, «é muito importante a questão do reforço dos transportes, principalmente no aeroporto. Os nossos hóspedes são turistas muito autónomos que tratam das suas próprias viagens, usam comboios, autocarros… É barato chegar a Faro em transportes públicos, mas depois paga-se quase tanto por um Taxi, desde o aeroporto até à cidade, como se paga pelo voo. A oferta de autocarros, principalmente à noite, não é suficiente».



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