No dia 19 de outubro de 1920, morreu em Moscovo o jornalista e ativista político norte-americano, John Reed. A popularidade de Reed como líder revolucionário levou à criação de clubes “John Reed” nos Estados Unidos. A sua vida foi objeto do filme “Reds” (1981), protagonizado por Warren Beatty. Por António José André.
John Reed foi amigo de Lenine e testemunha da Revolução de Outubro de 1917. Registou os acontecimentos históricos no seu famoso livro “Os dez dias que abalaram o mundo” (1919) – Foto wikipedia
Jornalista e poeta, a vida pitoresca de escritor revolucionário terminou na Rússia, mas fez dele um herói de uma geração de intelectuais de esquerda. Reed foi amigo de Lenine e testemunha da Revolução de Outubro de 1917. Registou os acontecimentos históricos no seu famoso livro “Os dez dias que abalaram o mundo “(1919).
John Silas Reed nasceu, em Portland , a 22 de outubro de 1887, numa família abastada e socialmente ativa. No colégio, fez parte da equipa de natação e do grupo de teatro. Depois de se licenciar na Universidade de Harvard (1910), viajou pela Europa. De regresso, trabalhou como jornalista nas revistas “New Review” e “The Masses”.
Em 1913, publicou o seu primeiro livro “Sangar”, uma coleção de poemas. Foi preso ao discursar para trabalhadores grevistas, em Paterson (Nova Jersey). Reed passou 4 dias na prisão, escrevendo “O Espetáculo da Greve de Paterson”, que foi encenado no Madison Square Garden, em benefício dos trabalhadores.
De 1911 a 1914, John Reed esteve no México a fazer reportagens sobre a Revolução Mexicana para as revistas “Metropolitan” e “New York World”. Reed passou quatro meses com o general Pancho Villa e as suas tropas, vivendo e descrevendo a luta revolucionária em “México insurgente” (1914).
Durante a I Guerra Mundial, Reed trabalhou como correspondente de guerra. Muitas das suas reportagens foram rejeitadas devido às suas simpatias políticas. Reportagens sobre a guerra na Alemanha, Sérvia, Roménia, Bulgária e Rússia foram reunidas no livro “A Guerra na Europa Oriental” (1916).
Reed foi um dos repórteres mais bem pagos dos Estados Unidos, mas a ideia de viajar para a Rússia para fazer a cobertura da Revolução não foi bem recebida. No entanto, conseguiu o apoio da “The Masses” e foi para São Petersburgo. Reuniu-se várias vezes com Lenine a quem mostrou os originais do livro “Dez dias que abalaram o mundo”.
Reed planeou sair da Rússia pela Letónia, mas era impossível atravessar as linhas entre o exército branco e o Exército Vermelho, de modo que teve de fazê-lo pela Finlândia. Essa aventura terminou em Turku a bordo dum navio. Reed foi preso por contrabando, sendo libertado em junho e regressando a São Petersburgo, através da Estónia. Em Moscovo foi eleito para o Comité Executivo do Internacional Comunista.
No seu famoso livro, Reed focou um momento crucial da história, quando Lenine pressionou os bolcheviques a tomar o poder. Operários, camponeses, soldados e marinheiros assaltaram o Palácio de Inverno. Trotsky anunciou a derrocada do governo provisório. As forças contra-revolucionárias ameaçaram Moscovo. Reed relatou discussões, detalhou as maquinações políticas e especulou sobre os motivos pessoais.
Nos Estados Unidos, John Reed colaborou com a “Voz do Trabalho” (1919), editada pela “The New Communist”. Participou no Congresso do Partido Socialista da América, em Chicago. Depois tornou-se líder do Partido Comunista do Trabalho.
Pode ler mais em: https://www.marxists.org/archive/reed/
www.esquerda.net
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