AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Dados sobre empregabilidade dos cursos não são fiáveis



Os números oficiais sobre a empregabilidade dos cursos do superior não representam a realidade dos diplomados desempregados, revela um relatório do Tribunal de Contas.

Segundo um relatório do Tribunal de Conta divulgado segunda-feira, a taxa de desemprego dos diplomados oficial é de 8%, mas os relatores alertam que esta cifra divulgada pela Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Ciência (DGEEC) apenas considera os inscritos nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional, "não sendo, assim, representativa do universo dos desempregados".
O Tribunal de Contas coloca também a possibilidade de alguns dos diplomados estarem a trabalhar numa área não relacionada com a sua formação ou falharem na comunicação da sua situação.
"Acresce ainda a possibilidade de existirem diplomados que, apesar de registados nos centros de emprego, podem estar a trabalhar, mas numa área que não da sua formação, ou até, não ter informado ou cancelado a inscrição no IEFP", lê-se no relatório.
No relatório, o TC lembra um estudo da A3ES, onde se lembra que "estes dados podem ser objeto de manipulação ou interpretação enviesada, com vista a valorizar aspetos mais conseguidos ou a omitir piores resultados".
O relatório incide no ano letivo 2012-2013 e aponta a existência de 27 cursos em que a taxa de desemprego é nula.
Fatores económicos na origem do abandono do ensino superior
As principais causas de abandono e desistência do ensino superior resultam de fatores económicos, tais como a dificuldade em conciliar a vida académica com a profissional e a dificuldade de adaptação, apurou o Tribunal de Contas.
A instituição afirma, no entanto, que se verificou uma diminuição da taxa de abandono entre 2012/2013 e 2014/2015, num relatório sobre a caracterização do ensino superior público em Portugal.
Verificou-se uma diminuição do pessoal, docente e não docente, bem como uma redução no número de estabelecimentos de ensino, com as regiões de Lisboa, Norte e Centro a concentrar o maior número de escolas.
O tribunal constatou uma diminuição do número de alunos inscritos e diplomados.
"O maior número de alunos inscritos e diplomados verifica-se no grau de licenciatura e nas áreas de Ciências Sociais, Comércio e Direito", lê-se no relatório, segundo o qual a região de Lisboa foi a que emitiu mais diplomas.
O Tribunal de Contas recomenda a clarificação dos conceitos de desistência, abandono escolar e retenção, bem como de empregabilidade e desemprego, por forma a permitir uma leitura mais uniforme, transparente e comparável.
Os auditores observaram uma convergência com a meta europeia no que diz respeito às habilitações dos cidadãos, "ainda que, até 2020, Portugal tenha de recuperar 8,1% para que 40% da população, entre os 30-34 anos, complete o ensino superior" ou equivalente.
Entre as recomendações está uma avaliação das necessidades do mercado de trabalho, para "orientar os estudantes" nas opções profissionais e facultar informação às instituições de ensino, "potenciando eventuais alterações na estrutura da oferta curricular".
Recomenda-se ainda a criação de estruturas de apoio à inserção dos recém-diplomados na vida ativa.
O tribunal atuou em articulação com os serviços do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, a Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior e 40 instituições públicas politécnicas e universitárias.

www.jn.pt

Sem comentários: