O investimento público tem sido uma variável de ajustamento nas ineficazes políticas de ajustamento orçamental, enquadradas na estúpida ideia de que um défice de 3% do PIB é necessário para a estabilidade de uma moeda única, que - precisamente - tem desestabilizado o continente europeu.
E por tudo ser tão estúpido e apenas ter uma lógica política - teve-o desde 1992 em Maastricht, tem-no presentemente na defesa à exaustão de regras sem nexo - é ainda mais idiota ver os tristes e passageiros dirigentes da direita contorcerem-se para arranjar argumentos em seu favor.
Passos Coelho hoje, no Parlamento, no debate quinzenal, criticou a política seguida, para momentos mais tarde dizer que os sucessos se deveram à aplicação da política seguida por si... Assunção Cristas a insistir como uma criança sobre umas décimas do PIB e a querer que o PM reconhecesse o corte no investimento público, quando o maior corte foi feito no seu mandato como ministra, política alicerçada na ideia de que o Estado devia desinvestir para dar lugar ao sector privado e social. Despudor e fragilidade.
Mas era bom que um governo de esquerda tivesse outro pensamento sobre a mesma matéria. Sob pena de, a prazo, vir a padecer dos mesmos discursos contorcionistas e ineficazes.
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