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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Vhils esculpiu rosto de Zeca Afonso em escola do Seixal O artista português Alexandre Farto, que assina Vhils, voltou na semana passada à escola secundária onde estudou, no Seixal, para criar numa das paredes um retrato do cantor Zeca Afonso, com a ajuda de alunos daquele estabelecimento.

Vhils esculpiu rosto de Zeca Afonso em escola do Seixal

















O artista português Alexandre Farto, que assina Vhils, voltou na semana passada à escola secundária onde estudou, no Seixal, para criar numa das paredes um retrato do cantor Zeca Afonso, com a ajuda de alunos daquele estabelecimento.




Foto: Lusa
O convite para fazer uma intervenção no edifício partiu da escola, da professora Maria Dâmaso, que deu aulas a Alexandre Farto quando este frequentava a secundária José Afonso, na área de Artes, mas a ideia de fazer o trabalho em conjunto com alunos partiu do artista, recordou o próprio em declarações à agência Lusa.
Vhils voltou à escola, onde estudou entre 2001 e 2005, nos dias 26 e 27 de março para esculpir o retrato de Zeca Afonso numa das paredes, participando assim nas atividades do cinquentenário daquele estabelecimento de ensino.
A experiência foi “super interessante”. Os alunos, de Artes, “já conheciam o trabalho” do artista que esculpiu rostos em paredes um pouco por todo o mundo.
“Mostraram-se muito à vontade e quase fizeram a peça sozinhos. Não estava à espera que [a atividade] tivesse tanta adesão inicial e [os alunos tivessem] tanto à vontade para criar aquele tipo de peça”, contou.
O rosto de José Afonso foi escolhido pela escola, “não só porque se trata do patrono” daquele estabelecimento de ensino, “mas também porque se integra no espírito das comemorações [dos 40 anos] do 25 de Abril [de 1974]”, de acordo com os responsáveis pela iniciativa.
Alexandre Farto deixou a José Afonso há nove anos, quando a escola começou a ser remodelada”. Este regresso, aos 27 anos, foi encarado pelo artista como “um contributo” para uma escola que lhe “deu bastante, não só em termos de escola de ensino, mas também de um ‘background’ que é muito particular” naquele estabelecimento de ensino.

“Era uma escola bastante aberta. Tinha pessoas de mundos diferentes, de sítios completamente diferentes, era muito multicultural”, disse.
Alexandre Farto recordou que nem sempre foi “o aluno mais fácil”, e nem sempre teve “as melhores médias”, no entanto, a secundária José Afonso deu-lhe “uma noção do que é crescer e viver num subúrbio de Lisboa”.
“Sem dúvida que isso se reflete no trabalho e na consciência que eu ganhei no trabalho que faço hoje”, afirmou.
Alexandre Farto começou por pintar paredes com 13 anos, mas foi a escavá-las com retratos que captou a atenção do mundo. A técnica consiste em criar imagens em paredes ou murais através da remoção de camadas de materiais de construção, criando uma imagem em negativo.
Os últimos anos têm sido para este artista português “uma roda-viva de viagens constantes”, com participações em festivais, exposições e trabalhos pela Europa, América do Norte, América do Sul, Ásia e Oceânia.

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