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quinta-feira, 23 de junho de 2011

Passos Coelho – Início auspicioso


Tem sido bastante interessante seguir os passos do Passos nos primeiros dias desta sua aventura da saída da montra da rua dos fanqueiros, para passar a passear os fatos... mas agora na vida real. Apenas três apontamentos.
1. Primeira declaração pública à saída da reunião com Cavaco Silva, depois de lhe apresentar o seu elenco ministerial:
«Fui indigitado há apenas 48 horas e, tal como havia prometido, fiz as diligências necessárias, de forma muito expedita e muito rápida, para, em tempo record, apresentar o novo governo de Portugal».
Se Passos Coelho fizer disto norma, quero dizer, começar cada intervenção pública com uma sessão de gabarolice gratuita e autoelogio, a coisa tornar-se-á, muito rapidamente, insuportável. Ainda por cima, este tipo de performance “expedita, muito rápida e em tempo record”... seria extraordinária se ele se chamasse Pedro Passos Caracol... em vez de Coelho. Assim, francamente...
2. Depois da natural e copiosa derrota , na sequência da teimosa insistência no nome do incrível Nobre para Presidente da Assembleia da República:
«Os deputados acabam de perder uma oportunidade de eleger para a presidência do Parlamento um verdadeiro independente».
Portanto, de uma assentada, não só os deputados acabados de eleger são apelidados de estúpidos, como os anteriores presidentes do Parlamento, incluindo os do PSD, são insultados, já que, pelos vistos, foram uma espécie de lacaios dos seus partidos, que não souberam comportar-se de forma “verdadeiramente independente” no desempenho do cargo. É o novo tipo de discurso arrogante. Em vez da arrogância irada de Sócrates, temos a arrogância sonsa de Passos Coelho.
3. Frase do discurso de tomada de posse:
«Apresentamo-nos ao país com um programa de crescimento, competitividade e emprego».
Como se trata do mesmo Pedro Passos Coelho que se comprometeu solenemente a cumprir o acordo com a “troika(e ir até mais além) e sabendo toda a gente que esse acordo implica mais recessão e mais desemprego, espero que nesta primeira reunião que teve com os seus “patrões troikistas”, tenha esclarecido que estava a mentir descaradamente quando prometeu “crescimento e emprego”.
Na verdade, depois da nefasta passagem de José Sócrates pelo governo a fasquia ficou tão baixa que, parafraseando a grande Zezinha Nogueira Pinto, até o Rato Mickey poderia ter ido para o seu lugar.

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