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quarta-feira, 29 de junho de 2011

TGV - ESPANHA PEDE EXPLICAÇÕES E CONSÓRCIO 150 MILHÕES DE €

Espanha pede explicações e consórcio 150 milhões de euros
Decisão de suspender a parte portuguesa do TGV leva Espanha a pedir explicações a Portugal DR

A decisão do Governo de Pedro Passos Coelho de suspender a parte portuguesa do projeto de Alta Velocidade (TGV) Lisboa-Madrid já está a provocar reações a nível interno e também externo. Por cá o pagamento de uma indemnização ao consórcio Elos poderá chegar aos 150 milhões de euros, enquanto de Espanha já chegam ecos de uma “má decisão” se o executivo português decidir suspender o projeto.

O programa de Governo apresentado ontem avança com a suspensão da linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, embora o mesmo programa refira que "poderá sujeitar-se o projeto a uma reavaliação, incluindo o seu conteúdo e calendário, numa ótica de otimização de custos, à luz dos novos condicionalismos, e que deverá ter em conta o estatuto jurídico dos contratos já firmados".

Perante esta decisão do Governo português, do lado de lá da fronteira já chegou uma primeira reação oficial com o executivo espanhol a dizer ser esta uma "má decisão" de Portugal se for concretizada a decisão de suspender a rede de alta velocidade pelo que poderão ser pedidas explicações sobre a decisão portuguesa.

As palavras são de José Blanco, ministro do Fomento espanhol, em declarações aos jornalistas no Congresso de Deputados, comentando a decisão do Governo português de suspender a construção da rede ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e a fronteira com o país vizinho.

Blanco considera a linha entre Madrid e Lisboa um eixo prioritário na EU que conta com fundos europeus pelo que prefere esperar os contornos detalhados da decisão do Governo português, nomeadamente perceber se é um adiamento ou uma renúncia definitiva do projeto, afirmando que se o projeto fosse abandonado seria uma "má decisão" e “se fosse assim estaríamos a falar de um sério problema de comunicação".

PP espanhol culpa Sócrates
Outra reação de Espanha chega do porta-voz do Partido Popular (PP) espanhol na Extremadura que responsabiliza o anterior governo português por ter "arruinado Portugal", o que levou o novo Executivo a ter decidido suspender o projeto de alta velocidade com Espanha.

Luís Alfonso Hernández Carrón refere que a decisão do Governo português é "uma desgraça ainda que esperada", já que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, tinha anunciado essa intenção durante a campanha eleitoral para as legislativas.
Na sua opinião a ligação entre Espanha e Portugal por TGV "não estaria no ponto em que está" se José Sócrates "não tivesse arruinado Portugal" e tivesse "feito algo mais pelo TGV".

Também o presidente regional em funções da Junta da Extremadura, Guillermo Fernández Vara, se manifestou sobre a decisão do Governo português defendendo a realização de uma cimeira luso-espanhola para decidir sobre a suspensão do projeto de alta velocidade.

Vara refere que a decisão do Governo português não o surpreende e que não implica que o Governo espanhol trave o troço entre Madrid e a Extremadura, mas lembra que “deve tratar-se de uma suspensão temporal porque na Figueira da Foz se assinou algo que deve ser respeitado".

Milhões para indemnizações
As implicações da decisão do Governo de Pedro Passos Coelho vão ainda mais longe e o Estado poderá ter que pagar ao consórcio Elos, liderado pela Soares da Costa e pela Brisa, cerca de 150 milhões de euros.

Este valor refere-se ao total do investimento financeiro já feito pelo consórcio no troço da alta velocidade entre o Poceirão e Caia e relativo a projetos e anteprojetos realizados tendo como objetivo a construção de 167 quilómetros em alta velocidade e a 92 quilómetros de comboios normais.

Segundo uma fonte ligada ao projeto e em declarações à agência Lusa, no final de 2010 o consórcio Elos já tinha investido 100 milhões de euros neste projeto, valor que se elevou para 150 milhões de euros no final do primeiro trimestre deste ano.

O mesmo número já tinha sido avançado em abril último pelo presidente executivo da Soares da Costa, Pedro Gonçalves, que falava em mais de 150 milhões de euros já investidos no projeto de construção do troço do TGV Poceirão-Caia

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