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quarta-feira, 29 de junho de 2011

ANTÓNIO ALEIXO POETA POPULAR - PARTE II E III


António Aleixo - Poeta Popular - Parte II

Nota: Encontrei esta tela no Google. Creio que é uma criação do pintor louletano Luís Furtado. Se estou em erro agradeço que o mesmo me informe. Se é ele o autor fica uma dupla homenagem a 2 duas grandes figuras da minha cidade: O Poeta António Aleixo e o pintor Luís Furtado.

Quadras Populares

de

António Aleixo

Uma mosca sem valor

Quando te vês mal, e dizes
que preferias a morte,
           pensa que outros menos felizes
invejam a tua sorte.




Tem a música o poder   
de tornar o homem feliz;
nem há quem saiba dizer
tanto quanto ela nos diz.



Queremos ver sempre à distância
o que não está descoberto,
Sem ligarmos importância
ao que está à vista e perto.



Porque será que nós temos
na frente, aos montes, aos molhos,
tantas coisas que não vemos
nem mesmo perto dos olhos?



Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem de comer,
se alguém disser que tem fome,
comete um crime, sem querer.


Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
Façam das mil pequeninas
Uma só doutrina grande.


Quem prende a água que corre
É por si próprio enganado;
O ribeirinho não morre,
Vai correr por outro lado.

Julgando um dever cumprir,
Sem descer no meu critério,
- Digo verdades a rir
Aos que me mentem a sério!


A arte em nós se revela
Sempre de forma diferente:
Cai no papel ou na tela
Conforme o artista sente
.


PARTE III

Não Creio nesse DeusI

Não sei se és parvo se és inteligente
— Ao disfrutares vida de nababo
Louvando um Deus, do qual te dizes crente,
Que te livre das garras do diabo
E te faça feliz eternamente.

II

Não vês que o teu bem-estar faz d'outra gente
A dor, o sofrimento, a fome e a guerra?
E tu não queres p'ra ti o céu e a terra..
— Não te achas egoísta ou exigente?

III

Não creio nesse Deus que, na igreja,
Escuta, dos beatos, confissões;
Não posso crer num Deus que se maneja,
Em troca de promessas e orações,
P'ra o homem conseguir o que deseja.

IV

Se Deus quer que vivamos irmãmente,
Quem cumpre esse dever por que receia
As iras do divino padre eterno?...
P'ra esses é o céu; porque o inferno
É p'ra quem vive a vida à custa alheia!

António Aleixo, in "Este Livro que Vos Deixo..."
 
TIA ANICA DE lOULÉ

poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria.



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