De a todos nós transmitir
O que todos podem ver
Mas poucos sabem sentir
Dom de artista tem quem cria
Obras de arte: esse é artista
Como não é quem copia
Aquilo que tem á vista
Nada direi, mas enfim
Vou ter grande alegria
De a Arte dizer por mim
Tudo quanto eu vos diria
Mágoas descritas em verso
Quando nascem de almas sãs
Percorrem todo o universo
Falando ás almas irmãs
Na música tal encanto
Eu encontro, que, a meu ver
Só o amor dirá tanto
Quanto ela sabe dizer
Nas muitas quadras que canto
Procuro mas não consigo
Uma só que diga tanto
Como em todas elas digo
Meus versos são dos piores
Não sou poeta distinto
Mas talvez fossem melhores
Se os lessem como eu os sinto
Quadras bonitas ou feias
Ricas ou mais pobrezinhas
Choram as dores alheias
Mais do que choram as minhas
Quem seu fado faz ouvir
Canta apenas como sente
Porque não pode sentir
Os fados de toda a gente
Sem ter chicote nem vara
Manda-me a minha razão
Atirar versos á cara
Dos que me roubam o pão
As quadras mal acabadas
Sem terem regra nem norma
São beijos, são chicotadas
Que não sei de outra forma
A quadra tem pouco espaço;
Mas eu fico satisfeiro,
Quando numa quadra faço
Alguma coisa com jeito
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