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terça-feira, 18 de junho de 2019

Acabou o peixe nos mares europeus: abastecimento até ao fim do ano tem de ser feito através de importações


Para alertar para a sobre-exploração dos mares, a WWF Portugal lembra que, “a partir de hoje, a Europa fica sem peixe” e que Portugal já “esgotou os recursos nacionais” há dois meses. A constatação tem por base um relatório da New Economics Foundation agora divulgadesta segunda-feira e até ao final do ano “a Europa depende do pescado importado”, de acordo com uma análise feita pela New Economics Foundation (NEF) — alerta a WWF Portugal em comunicado. O relatório, sustentado em dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), pretende alertar para “o estado dramático dos nossos oceanos”, tendo em conta que um terço do peixe e marisco a nível mundial estão sobre-explorados. A Comissão Europeia indica que 41% das populações de pescado avaliadas no Atlântico são alvo de sobrepesca.

A partir desta segunda-feira e até ao final do ano “a Europa depende do pescado importado”, de acordo com uma análise feita pela New Economics Foundation (NEF) — alerta a WWF Portugal em comunicado. O relatório, sustentado em dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), pretende alertar para “o estado dramático dos nossos oceanos”, tendo em conta que um terço do peixe e marisco a nível mundial estão sobre-explorados. A Comissão Europeia indica que 41% das populações de pescado avaliadas no Atlântico são alvo de sobrepesca.
O dia “D” em Portugal foi a 5 de maio, lembra a organização não governamental do ambiente. A antecipação tem uma razão clara: Portugal é o principal consumidor europeu de peixe, já que cada português come em média 55,3 kg de pescado por ano, seguido de Espanha (46,2 kg), Lituânia (44,7 kg), França (34,4 kg) e Suécia (33,2 kg).
“Em conjunto, estes cinco países representam cerca de um terço do consumo, sendo que, em média, cada cidadão europeu consome 22,7 kg de pescado por ano”, sublinha o comunicado. Só a Croácia, a Holanda ou a Irlanda se mostram autónomos, produzindo “tanto ou mais do que consomem”. Outros, como a Austria, Bélgica ou Itália deixaram de ser autónomos logo no início do ano.

NÍVEL DE AUTOSSUFICIÊNCIA DA UNIÃO EUROPEIA É MUITO BAIXO

No geral, “o nível de autossuficiência da UE é muito baixo e há demasiadas populações marinhas em sobrepesca, embora algumas populações marinhas europeias tenham estabilizado, devido a medidas tomadas no contexto da Política Comum das Pescas”, ressalva a WWF.
“Temos que mudar as políticas globais, a procura e o consumo numa direção mais sustentável, se não quisermos ficar sem pescado e sem emprego para milhões de pessoas”, diz Ângela Morgado, Diretora Executiva da organização em Portugal. A responsável lembra que “mais de 800 milhões de pessoas em todo o mundo encontram uma fonte de alimento, rendimento e subsistência na pesca e na aquicultura”. Mas não há peixe para tanta boca.
O consumo mundial de pescado cresceu 3,2% ao ano, o dobro do crescimento populacional (1,6%) e “a Europa consome mais pescado do que consegue capturar em águas europeias ou produzir em aquicultura”, alerta a WWF. Por ano, mais de metade do pescado consumido na Europa tem origem nas águas de países em desenvolvimento.
“É necessário que os consumidores façam a opção mais sustentável nos produtos nacionais ou importados”, apela Rita Sá, especialista em Oceanos e Pescas na WWF, recordando que “em menos de 5 meses, Portugal esgotou o abastecimento de pescado local” e chamando a atenção para “a responsabilidade partilhada” de escolher o tamanho, a espécie e a proveniência do que se come.





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