O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) disse hoje haver
"meias verdades e meias mentiras" nas notícias em torno
da posição comunista sobre uma eventual liderança da
bloquista Marisa Matias do grupo da Esquerda Unitária
no Parlamento Europeu.
"São notícias que são meias verdades, meias mentiras, procurando dizer que o PCP vetou [o nome de Marisa Matias]. (...) A discussão é coletiva. O PCP é um partido muito prestigiado, mas não tem essa força para impor", declarou Jerónimo de Sousa, falando aos jornalistas à margem de um jantar-comício com comunistas da ilha do Faial, Açores.
Questionado pela agência Lusa sobre se apenas o PCP e os comunistas de Chipre votaram contra o nome da bloquista, o líder comunista declarou: "Posso garantir-lhe que essa é uma informação errada, truncada. Foi num quadro muito diverso que se procurou uma solução, que ainda não está arrumada, mas posso garantir-lhe que quem deu essa informação está a fazê-lo de má-fé. Foi uma questão muito mais ampla".
O PCP e o Bloco de Esquerda vão integrar a presidência coletiva interina do grupo da Esquerda Unitária no Parlamento Europeu até haver uma solução definitiva, depois de o nome da bloquista Marisa Matias não ter reunido consenso.
Na quinta-feira, o Observador noticiou que os deputados europeus do PCP vetaram o nome da eurodeputada Marisa Matias como presidente do grupo parlamentar da Esquerda Unitária europeia (GUE/NGL), para a próxima legislatura no Parlamento Europeu.
Ao Expresso, o eurodeputado eleito João Ferreira rejeitou responder de forma direta sobre se tinha sido "a favor ou contra" o nome de Marisa Matias para a presidência e uma outra proposta para dividir a liderança do grupo com Marisa Matias, afirmando que a organização do GUE/NGL requer consenso e que "quer essas propostas, quer outras não preencheram" essa condição.
Em comunicado, os representantes do PCP no Parlamento Europeu referem que uma das propostas para a presidência do grupo "veiculada por alguns órgãos de comunicação social em Portugal demonstrou não ser consensual, como foi manifestado por várias forças políticas, de diferentes países".
"Ao contrário do que alguns querem fazer crer, é esta, e não outra, a razão que conduziu a que essa e outras propostas não tenham preenchido esta condição essencial no quadro da aplicação dos princípios do grupo”, argumentaram os comunistas.
João Ferreira e Sandra Pereira serão os representantes do PCP na legislatura 2019-2024 na assembleia europeia.
24.sapo.pt
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