Kiev aprova manobras com NATO e UE e desarma milícias
Membros do Pravy Sektor (Sector de Direita) deixam o Hotel Dnipro, em Kiev, lugar que até agora lhe servia de base. Polícia ucraniana levou a cabo operação especial para apreensão de armas e desmantelamento de grupo paramilitaresFotografia © Reuters
O Parlamento ucraniano aprovou hoje a realização de manobras militares conjuntas com os países da NATO e da União Europeia, entre maio e outubro, incluindo nas águas do mar Negro.
O texto foi aprovado por 235 deputados ucranianos. "É uma boa ocasião para desenvolver as nossas forças", declarou o ministro da Defesa da Ucrânia, Mikhaïlo Koval.
O projeto de lei fora apresentado a 26 de março pelo Presidente interino da Ucrânia, Olexandre Tourtchinov, após a anexação da Crimeia pela Rússia. As novas autoridades ucranianas estão inquietas com a presença de forças russas na sua fronteira de leste, temendo uma invasão, mesmo se Moscovo já disse que está a retirar.
Nestas manobras, diz a AFP, participarão sete mil militares de 17 países. E decorrerão no leste da Ucrânia mas também no mar Negro, mão muito longe da Crimeia, onde está a frota russa.
No mesmo dia, o Parlamento da Ucrânia aprovou o desarmamento dos grupos paramilitares que participaram na contestação pró-europeia e ainda controlam parte de Kiev.
"O povo ucraniano exige ordem. Todos os portadores de armamento, além da polícia, dos serviços de segurança e da Guarda Nacional, são sabotadores que operam contra a Ucrânia", declarou Tourtchinov depois da votação.
Os grupo paramilitares como o Pravy Sektor (Setor de Direita) estiveram na primeira linha desde 2013 contra o ex-presidente Viktor Ianukovich, ergueram barricadas na Praça da Independência, em Kiev e enfrentaram as forças antimotim.
Entretanto, no meio da tensão Ucrânia-Rússia, a Gazprom, gigante russo da energia, acabou hoje com "desconto" no gás que vende à Ucrânia, fazendo assim os preços disparar. O aumento é da ordem dos 40%.
"Nos termos do atual contrato sobre o fornecimento de gás, o seu preço para a Ucrânia será, no segundo trimestre, de 385,5 dólares por mil metros cúbicos", informou o CEO da Gazprom, Alexeï Miller, num comunicado que foi citado pelas agências internacionais.
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