O GIGANTE DE MANJACAZE EM LISBOA, 1989, E OUTRAS FOTOGRAFIAS
A primeira fotografia é de Fernando Diniz.
A segunda fotografia é do Nuno Castelo-Branco.
Foto 1. Gabriel Estevão Mondlane, de Manjacaze, aqui na Praça do Duque da Terceira em Lisboa, em 1989. Faleceria no ano seguinte, com 45 anos de idade.
- Foto 2. Da mão do Nuno: “1968, arredores de Lourenço Marques. Era habitual a organização de convívios “à portuguesa”, onde não podiam faltar as sardinhas, a broa, os grelhados -onde pontificava o frango à cafreal- e o vinho da Metrópole. Já Charles Boxer, na sua obra dedicada ao “Império Marítimo Português”, realçava a particularidade da colonização lusa, de recriar noutras paragens, aquilo que para trás deixara na Europa. Cidade cosmopolita, de arquitectura arrojada e avenidas grandiosas, a capital de Moçambique destacava-se na África Austral. Local aprazível para viver e trabalhar, era também, o local ideal para as crianças, onde a praia, os jardins, cinemas e campos de jogos, preenchiam as férias grandes de todos nós. Naquele fim de semana, fomos os três com os nossos pais, a um daqueles convívios-quermesses, decerto com fins beneficentes. O local era a Quinta do Marialva, cujo nome denota o apego dos seus proprietários a ecos longínquos da história portuguesa. A patuscada fez as delícias dos adultos e ainda hoje recordo o gigantesco coronel Anta, um autêntico sósia de Mussolini que conseguia devorar dúzias de sardinhas, abundantemente regadas de tinto. Quanto a nós, os miúdos, tivemos a recompensa do dia. Aquele género de feira era sempre maçadora, afastando-nos dos brinquedos, da praia e dos vizinhos que connosco conviviam no ocioso quotidiano de verão. Após o prolongado repasto, surgiu o inconfundível vulto do Gigante de Manjacaze (1944-90), o Gabriel Monjane que povoava a nossa imaginação de temores e curiosidade. Conhecendo-o através de fotografias em revistas e jornais, foi com surpresa e emoção que tivemos o privilégio de receber a sua particular atenção. O Gabriel gostava de crianças e era uma pessoa calma e tímida. Para nosso grande alívio, caiu para sempre, a imagem que dos gigantes construíramos, através de leituras infantis ou de histórias inventadas pelos adultos, para nos “obrigar a comer a sopa”. Na foto, a minha mãe com a Ângela, o meu irmão Miguel que olha desconfiado e eu próprio, encadeado com a luz ofuscante do sol austral. Mais uma foto com história . Não podíamos imaginar que uns poucos anos depois, abandonaríamos aquela terra, varridos por “ventos de uma certa história”, soprados de Portugal e de outras bem identificadas paragens deste mundo.”
Foto3. Enviada pela Olinda Cavadinha, não sei quem é.
Foto 4, enviada pela Olinda Cavadinha. Só tem uma nota dizendo que é de Dezembro de 1965.
Foto 5, enviada pela Olinda Cavadinha.
Foto 6, partilhada pelo Alfredo Correia. Gabriel e Toninho do Arcozelo (na foto, à direita de Gabriel) no Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa, durante o funeral de António de Oliveira Salazar, Julho de 1970. Escreveu o Alfredo: ”Gigante de Manjacaze”, Grabiel Estevão Mondlane e o anão português, Toninho de Arcozelo, que contracenava com o gigante nos círculos, feiras e praças públicas. O nome do anão Toninho de Arcozelo, o então homem mais curto do mundo, com 75 cm de altura, associa-se a Gabriel Mondlane pelo facto de ambos aparecerem juntos muitas vezes, no mesmo palco, como forma de evidenciar a diferença entre ambos.”
delagoabayworld.wordpress.com
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