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terça-feira, 1 de abril de 2014

FOTOS COM HISTÓRIA - O COLONIALISMO FASCISTA DE SALAZAR E CAETANO APROVEITARAM-SE DO GIGANTE DE MANJACAZE E LEVARAM-NO JUNTAMENTE COM O SEU PARCEIRO ANÃO AO FUNERAL DO DITADOR DE SANTA COMBA DÃO VEJA AQUI FOTOS ( EU PRÓPRIO O VI NUM CIRCO NA FEIRA DE SANTA IRIA EM FARO)

O GIGANTE DE MANJACAZE EM LISBOA, 1989, E OUTRAS FOTOGRAFIAS

A primeira fotografia é de Fernando Diniz.
A segunda fotografia é do Nuno Castelo-Branco.

Foto 1. Gabriel Estevão Mondlane, de Manjacaze, aqui na Praça do Duque da Terceira em Lisboa, em 1989. Faleceria no ano seguinte, com 45 anos de idade.
Foto 2. Da mão do Nuno: “1968, arredores de Lourenço Marques. Era habitual a organização de convívios “à portuguesa”, onde não podiam faltar as sardinhas, a broa, os grelhados -onde pontificava o frango à cafreal- e o vinho da Metrópole. Já Charles Boxer, na sua obra dedicada ao “Império Marítimo Português”, realçava a particularidade da colonização lusa, de recriar noutras paragens, aquilo que para trás deixara na Europa. Cidade cosmopolita, de arquitectura arrojada e avenidas grandiosas, a capital de Moçambique destacava-se na África Austral. Local aprazível para viver e trabalhar, era também, o local ideal para as crianças, onde a praia, os jardins, cinemas e campos de jogos, preenchiam as férias grandes de todos nós. Naquele fim de semana, fomos os três com os nossos pais, a um daqueles convívios-quermesses, decerto com fins beneficentes. O local era a Quinta do Marialva, cujo nome denota o apego dos seus proprietários a ecos longínquos da história portuguesa. A patuscada fez as delícias dos adultos e ainda hoje recordo o gigantesco coronel Anta, um autêntico sósia de Mussolini que conseguia devorar dúzias de sardinhas, abundantemente regadas de tinto. Quanto a nós, os miúdos, tivemos a recompensa do dia. Aquele género de feira era sempre maçadora, afastando-nos dos brinquedos, da praia e dos vizinhos que connosco conviviam no ocioso quotidiano de verão. Após o prolongado repasto, surgiu o inconfundível vulto do Gigante de Manjacaze (1944-90), o Gabriel Monjane que povoava a nossa imaginação de temores e curiosidade. Conhecendo-o através de fotografias em revistas e jornais, foi com surpresa e emoção que tivemos o privilégio de receber a sua particular atenção. O Gabriel gostava de crianças e era uma pessoa calma e tímida. Para nosso grande alívio, caiu para sempre, a imagem que dos gigantes construíramos, através de leituras infantis ou de histórias inventadas pelos adultos, para nos “obrigar a comer a sopa”. Na foto, a minha mãe com a Ângela, o meu irmão Miguel que olha desconfiado e eu próprio, encadeado com a luz ofuscante do sol austral. Mais uma foto com história . Não podíamos imaginar que uns poucos anos depois, abandonaríamos aquela terra, varridos por “ventos de uma certa história”, soprados de Portugal e de outras bem identificadas paragens deste mundo.”

Foto3. Enviada pela Olinda Cavadinha, não sei quem é.

Foto 4, enviada pela Olinda Cavadinha. Só tem uma nota dizendo que é de Dezembro de 1965.

Foto 5, enviada pela Olinda Cavadinha.

Foto 6, partilhada pelo Alfredo Correia. Gabriel e Toninho do Arcozelo (na foto, à direita de Gabriel) no Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa, durante o funeral de António de Oliveira Salazar, Julho de 1970. Escreveu o Alfredo: ‎”Gigante de Manjacaze”, Grabiel Estevão Mondlane e o anão português, Toninho de Arcozelo, que contracenava com o gigante nos círculos, feiras e praças públicas. O nome do anão Toninho de Arcozelo, o então homem mais curto do mundo, com 75 cm de altura, associa-se a Gabriel Mondlane pelo facto de ambos aparecerem juntos muitas vezes, no mesmo palco, como forma de evidenciar a diferença entre ambos.”


delagoabayworld.wordpress.com

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