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sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Autarca eleito em Viana tem o coração na terra mas os pés no Canadá Candidato do PSD obteve maioria absoluta e está no estrangeiro, tal como o antecessor. PS diz-se envergonhado

Autarca eleito em Viana tem o coração na terra mas os pés no Canadá

Candidato do PSD obteve maioria absoluta e está no estrangeiro, tal como o antecessor. PS diz-se envergonhado

  • "Com o coração em Castelo do Neiva" foi o slogan do PSD nas últimas eleições autárquicas. Mas, no dia da votação, Paulo Torres, candidato à Junta de Castelo de Neiva, estava do outro lado do Atlântico, no Canadá, para onde partiu dias antes, porque os compromissos profissionais que o prendem àquele país falaram mais alto.
A Comissão Política Concelhia do PSD, contactada pelo PÚBLICO, afirmou ter sido informada da ausência "temporária". Eduardo Viana explicou que Paulo Torres, de 37 anos, é arquitecto e, que por esse motivo, "teve de se deslocar ao Canadá no âmbito de uma colaboração que já vem prestando há algum tempo" naquele país.
O mesmo responsável escusou-se a equacionar, para já, a possibilidade de as ausências "temporárias" do novo autarca passarem a ter um carácter definitivo, ou seja, a emigração, tal como aconteceu com o anterior presidente, também ele do PSD e também ele a trabalhar no Canadá.
Em Dezembro de 2012, Augusto Bandeira suspendeu o mandato, zangado com o partido pelo qual foi eleito. Bandeira acusou o PSD de o ter obrigado a partir, para "não cair em desgraça". A procura de uma segunda oportunidade no Canadá, onde já tinha estado emigrado durante 15 anos, foi a única solução que encontrou depois da crise económica e de as portagens na A28 lhe terem arruinado o restaurante familiar que geria.
Desiludido com a política e com os políticos, até escreveu uma carta de despedida ao primeiro-ministro, Passos Coelho - divulgada publicamente na altura -, para deixar registada a "tristeza" que sentia por pertencer a um partido que, "neste momento, está a ser obrigado a destruir famílias, sem se perspectivarem quaisquer melhorias a médio/ longo prazo".
Paulo Torres, então tesoureiro, foi o escolhido para suceder a Augusto Bandeira, já que o "vice" de Bandeira, Eusébio Rocha, tinha sido o primeiro a partir, igualmente para o Canadá.
O principal opositor de Paulo Torres nas últimas autárquicas, o candidato do PS, disse ao PÚBLICO que se sente "envergonhado com estas histórias todas". Fernando Dias, que arrecadou apenas 28,21% dos votos, não "perspectiva nada de bom para a freguesia, que já passou os últimos quatro anos sem saber quem era o presidente da junta".
"Não entendo como é que as pessoas acreditam numa coisa destas, sabendo destas histórias todas. Votaram mesmo com ele ausente. Mas pronto, é o que o povo quis", rematou.
De acordo com Eduardo Viana, a estrutura local do PSD não dispõe de qualquer informação que permita concluir que "o arquitecto Paulo Torres tenha decidido emigrar". Adiantou que aquando da escolha deste candidato, o cenário das ausências temporárias por razões profissionais não foi equacionado.
"Isto são situações profissionais que surgem e se calhar, hoje em dia, mais do que nunca é que entendemos com alguma naturalidade. Não lhe posso garantir o que irá ocorrer no futuro."
O responsável adiantou que a "informação que tem é que o arquitecto Paulo Torres estará disponível para ir à tomada de posse", mas escusou-se a garantir se vai ou não cumprir o mandato até ao fim. E até admitiu que "não ficou definido o tempo" que vai permanecer no Canadá". A única garantia que avançou é que, "com Paulo Torres ou sem Paulo Torres", Castelo de Neiva "tem gente competente para assegurar a sua ausência, ainda que temporária". Eduardo Viana adiantou que a população da freguesia "não tem de se preocupar", porque a equipa que arrecadou 51,30% dos votos nas últimas eleições é "dinâmica e de qualidade" e composta por "gente capaz".

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