A nossa encantadora Natureza 18 – Osga-comum (Tarentola mauritanica) - por Andreia Dias
“Entrei em casa, e lá estava “uma” a olhar para mim em posição… pronta a atacar-me, a saltar e morder-me! Agarrei na vassoura e zás! Mas parecia de borracha e tive que lhe fazer uma perseguição… mas depois de uns valentes açoites, … matei-a!”
Quantas vezes já ouvimos isto? E haverá certamente quem esteja a ler este texto e já o tenha feito…
Estas pobres coitadas, que parecem uns crocodilos em miniatura ou um parente próximo de um dinossáurio, não fazem mal a ninguém. Mais uma vez, perduram os mitos sobre este tipo de animais, que não têm culpa nenhuma de terem nascido em corpos menos apelativos aos humanos. As osgas não são venenosas, não provocam doenças de pele e não são peçonhentas. Não são, não são, não são! São sim, um maravilhoso insecticida, chegando a comer 20 mosquitos por hora.
Desde que nasci que me habituei a vê-las nas férias de Verão, do Algarve. Fazia a viagem desde o Norte a pensar “será que este ano estão lá?”. Todas as noites as contabilizava e tentava perceber os seus laços familiares. Todas tinham um nome e sempre sonhava conseguir ver uma a comer um insecto. Num Verão, alguém passou no corredor exterior da casa e chacinou umas quantas…, encontrei cabeças e patas… senti-me tão impotente… resolvi fazer uns cartazes de sensibilização e espalhar pelo corredor. Quando reproduzi os cartazes numa gráfica, a senhora que os imprimiu, entregou-me o trabalho sustentando-o por uma pontinha do papel e com ar de nojo… a partir daí, fiquei conhecida como a “menina das osgas” e nunca mais necessitei deixar o meu nome nos trabalhos que solicitava.
Com ou sem ajuda dos meus cartazes, a “minha” comunidade de osguinhas sobreviveu e continua por lá.
Em Portugal, existem 2 espécies de osgas: a osga-comum (Tarentola mauritanica) e a osga-turca (Hemidactylus turcicus). Não é fácil distingui-las e além de outras características, em grosso modo, a osga-comum é maior e mais clara. A osga-turca ocorre apenas no Algarve (zona litoral e vale do rio Guadiana, região interior do Alentejo e pequenos núcleos isolados na região de Èvora. A osga-comum, habita o Sul da Europa, várias ilhas mediterrânicas e o Norte de África (de Marrocos ao Egipto). Em Portugal, é mais abundante do que a osga-turca.
Reproduz-se em duas épocas (Março a Abril e Junho a Julho), sendo cada postura constituída em média, por 2 ovos, depositados em fendas ou debaixo de pedras. Por vezes, várias fêmeas colocam os ovos no mesmo local e a incubação dura entre 40 dias a 3 meses.
Consoante o local, hibernam de Novembro/Dezembro a Março. Apresentam actividade crepuscular e nocturna. São muito conspícuas, podendo ser facilmente observadas nas paredes de casas ou em muros. Procuram lâmpadas acesas, pelo facto das luzes atraírem muitos insectos dos quais se alimentam. A sua alimentação é baseada essencialmente em insectos e aranhas.
A sua capacidade de se manterem em superfícies verticais e andarem no tecto de cabeça para baixo, não se deve a ventosas ou a superfícies pegajosas, mas a imensas micropilosidades (nanoestruturas) que possuem nas lamelas das patas que funcionam como um velcro. Inspirada nestas estruturas, uma equipa de cientistas norte-americanos (incluindo um português), criou um adesivo biodegradável e biocompatível, que poderá ser utilizado em intervenções cirúrgicas. O adesivo continua a ser desenvolvido, mas espera-se que esteja disponível no mercado dentro de 2-3 anos.
Curiosidades: Quando se sente em perigo perde a cauda, mas tem a capacidade de a regenerar. Porém, a cauda regenerada é mais lisa e curta e nunca recupera a cor original. Quando capturadas, emitem sons bem audíveis, os mesmos que utilizam para comunicarem entre si.
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Quantas vezes já ouvimos isto? E haverá certamente quem esteja a ler este texto e já o tenha feito…
Estas pobres coitadas, que parecem uns crocodilos em miniatura ou um parente próximo de um dinossáurio, não fazem mal a ninguém. Mais uma vez, perduram os mitos sobre este tipo de animais, que não têm culpa nenhuma de terem nascido em corpos menos apelativos aos humanos. As osgas não são venenosas, não provocam doenças de pele e não são peçonhentas. Não são, não são, não são! São sim, um maravilhoso insecticida, chegando a comer 20 mosquitos por hora.
Desde que nasci que me habituei a vê-las nas férias de Verão, do Algarve. Fazia a viagem desde o Norte a pensar “será que este ano estão lá?”. Todas as noites as contabilizava e tentava perceber os seus laços familiares. Todas tinham um nome e sempre sonhava conseguir ver uma a comer um insecto. Num Verão, alguém passou no corredor exterior da casa e chacinou umas quantas…, encontrei cabeças e patas… senti-me tão impotente… resolvi fazer uns cartazes de sensibilização e espalhar pelo corredor. Quando reproduzi os cartazes numa gráfica, a senhora que os imprimiu, entregou-me o trabalho sustentando-o por uma pontinha do papel e com ar de nojo… a partir daí, fiquei conhecida como a “menina das osgas” e nunca mais necessitei deixar o meu nome nos trabalhos que solicitava.
Com ou sem ajuda dos meus cartazes, a “minha” comunidade de osguinhas sobreviveu e continua por lá.
Em Portugal, existem 2 espécies de osgas: a osga-comum (Tarentola mauritanica) e a osga-turca (Hemidactylus turcicus). Não é fácil distingui-las e além de outras características, em grosso modo, a osga-comum é maior e mais clara. A osga-turca ocorre apenas no Algarve (zona litoral e vale do rio Guadiana, região interior do Alentejo e pequenos núcleos isolados na região de Èvora. A osga-comum, habita o Sul da Europa, várias ilhas mediterrânicas e o Norte de África (de Marrocos ao Egipto). Em Portugal, é mais abundante do que a osga-turca.
Reproduz-se em duas épocas (Março a Abril e Junho a Julho), sendo cada postura constituída em média, por 2 ovos, depositados em fendas ou debaixo de pedras. Por vezes, várias fêmeas colocam os ovos no mesmo local e a incubação dura entre 40 dias a 3 meses.
Consoante o local, hibernam de Novembro/Dezembro a Março. Apresentam actividade crepuscular e nocturna. São muito conspícuas, podendo ser facilmente observadas nas paredes de casas ou em muros. Procuram lâmpadas acesas, pelo facto das luzes atraírem muitos insectos dos quais se alimentam. A sua alimentação é baseada essencialmente em insectos e aranhas.
A sua capacidade de se manterem em superfícies verticais e andarem no tecto de cabeça para baixo, não se deve a ventosas ou a superfícies pegajosas, mas a imensas micropilosidades (nanoestruturas) que possuem nas lamelas das patas que funcionam como um velcro. Inspirada nestas estruturas, uma equipa de cientistas norte-americanos (incluindo um português), criou um adesivo biodegradável e biocompatível, que poderá ser utilizado em intervenções cirúrgicas. O adesivo continua a ser desenvolvido, mas espera-se que esteja disponível no mercado dentro de 2-3 anos.
Curiosidades: Quando se sente em perigo perde a cauda, mas tem a capacidade de a regenerar. Porém, a cauda regenerada é mais lisa e curta e nunca recupera a cor original. Quando capturadas, emitem sons bem audíveis, os mesmos que utilizam para comunicarem entre si.
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publicado por Carlos Loures
estrolabio.blogs.sapo.pt
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