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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Sr. Geppetto! Venha buscar o seu menino! Exmo. Sr. Geppetto, Venho por este meio solicitar o apoio do vosso serviço de pós-venda para recolha de um artigo defeituoso que ultimamente anda a dar má fama ao seu trabalho em todos os meios de comunicação. Não sabemos o número de série nem ninguém lhe viu a etiqueta, mas pelo discurso não engana: é uma obra sua.




Sr. Geppetto! Venha buscar o seu menino!



Exmo. Sr. Geppetto,
Venho por este meio solicitar o apoio do vosso serviço de pós-venda para recolha de um artigo defeituoso que ultimamente anda a dar má fama ao seu trabalho em todos os meios de comunicação. Não sabemos o número de série nem ninguém lhe viu a etiqueta, mas pelo discurso não engana: é uma obra sua.
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(Junto envio foto para correta identificação do produto)

Atenção: eu sou fã da vossa empresa, não considero que este exemplar seja completamente mau e até acho interessantes alguns upgrades. Por exemplo: gosto que o tenha programado para dizer repetidamente aquela do tipo que está no fundo do poço e acha que a única solução é continuar a escavar. Podia era ter-lhe inserido também aquela do menino que já tem um nariz do tamanho da Torre dos Clérigos e acha que a única solução é continuar a fazê-lo crescer. Isso já nos atormentava um bocadinho menos o já de si atormentado futuro.

Bem sei que deve estar a pensar: “Que exagero! Atormentar o futuro! O meu menino é só uma personagem do faz-de-conta, ninguém vai dar valor político ao rapaz.” Pois isso é muito bonito, sr. Gepeto, mas a lógica das fábulas e contos não se aplica à política portuguesa.
Para começar, as fábulas têm moral.
E, para nós, “contos” é apenas uma unidade monetária da qual se calhar nunca devíamos ter saído.

Não acredita? Eu dou-lhe três exemplos simples:
1. Nas fábulas, o pastor mente sobre o lobo. Um dia está a dizer a verdade e as pessoas não acreditam; em Portugal o político mente. Um dia repete tantas vezes a mentira que as pessoas acreditam;
2. Nas fábulas, o Coelho perde a corrida para a tartaruga; em Portugal ganha a corrida para primeiro-ministro;
3. Nos contos, a Cinderela encontra um príncipe e fica rica e feliz; em Portugal, as irmãs e a madrasta continuam a viver à grande e obrigam a Cinderela a trabalhar o dobro para pagar o défice.

Dito isto, e à falta de um serviço de reboques para levar o seu menino com urgência, pedia-lhe que autorizasse que passemos já para a parte da história em que ele é engolido pela baleia. Não que existam de momento alguma disponível para degustar este exemplar, que até as baleias têm um estômago sensível. Mas temos outro mamífero com uma boca igualmente gigante e que anda há muito tempo cheio de vontade de estraçalhar a sua criação.
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(Junto envio foto para sua aprovação)

Fico a aguardar resposta.

Cumprimentos,

Cláudio
aristocratas

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