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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Os bastidores da «Aposta Alta» de Juan Guaidó para a Venezuela


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O que este artigo revela não é novidade. Mas tem o interesse de a fonte da informação utilizada ser nada menos que o Wall Street Journal que, também ele, aponta aquilo que toda a gente (incluindo o governo do PS em Portugal) sabe: que quem comanda a tentativa de golpe de Estado em curso na Venezuela são os EUA e os seus lacaios latino-americanos e europeus.



Um novo relatório do Wall Street Journal pergunta “que diabo está a acontecer?” na Venezuela e fornece novas informações sobre como um pequeno grupo tomou o controlo da oposição venezuelana para empreender a extremamente arriscada iniciative movimento de levar o líder da oposição e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, a declarar-se “presidente interino” - precipitando a crise que fez apertar-se o laço em torno do governo do presidente Nicolas Maduro, uma vez que mais de uma dúzia de países com os EUA à cabeça o declararam “ilegítimo”.


Para começar, o relatório descreve os actuais acontecimentos como tendo começado com uma “aposta alta” que foi em grande parte não planeada e inesperada até dentro da própria oposição política, e que além do mais tinha desde o começo escondida a mão da Casa Branca e do Departamento de Estado, impelindo para a frente a oposição na conjuntura mais crítica.


Descrevendo as passadas dificuldades da “notoriamente fraccionada oposição” na Venezuela e a profunda divisão sobre a questão de entrar em negociações directas ou empreender uma acção mais agressiva para minar Maduro, o WSJ descreve:


Quando Juan Guaidó se declarou presidente interino da Venezuela em 23 de Janeiro, diante de uma multidão de 100 mil pessoas sob um sol escaldante, algumas destacadas figuras da oposição não tinham qualquer ideia de que ele iria fazer isso, dizem pessoas que trabalham com Guaidó e outros dirigentes de topo. Isso incluia alguns de pé ao lado dele. Um severo olhar de choque surgiu nos seus rostos. 

Alguns saíram discretamente do palco.
“Que diabo está a acontecer?” escreveu um membro de um grupo de políticos dirigindo-se a outros numa conversa de grupo WhatsApp. “Como é que não sabíamos disto?”
O plano era tão arriscado – em especial pessoalmente para Guaidó, já que ele havia sido feito parar e detido durante pouco tempo quando a sua viatura foi interceptada pela polícia secreta menos de duas semanas antes - que a decisão final de confronto público com o regime de Maduro ficou inteiramente a seu cargo nas horas que antecederam a manifestação de 23 de Janeiro.


Nem todos concordaram que Guaidó e o seu partido “Vontade Popular” deveriam ser quem fosse adiantado como “Presidente Interino”, mas no momento em que isso aconteceu forçou a oposição a unir-se de imediato atrás dele, com base no impulso de não-retorno:


O próprio Guaidó só concordou em agir um dia antes de se declarar presidente interino, disseram os seus assessores. Alguns políticos - incluindo os do tradicional Partido de Ação Democrática, o maior partido de oposição - não foram informados do plano.


“Não queremos que eles estragassem tudo”, disse um líder da oposição que sabia da estratégia.
Os resultados desta fatídica decisão ainda estão em jogo nas ruas, e no palco internacional enquanto países se alinham a favor e contra Maduro (China, Rússia e Turquia entre os apoiantes de Maduro, com os EUA e países europeus apoiando Guaidó como líder legítimo) .


Esta ambiciosa manobra “foi em grande parte planeada por um grupo de quatro líderes da oposição - dois no exílio, um sob prisão domiciliar e um impedido de deixar o país” e, como era previsível, foi de imediato denunciada por Maduro “como parte de um golpe apoiado pelos EUA para derrubar o seu governo “. 

Mas, como o WSJ conclui, “o acto de pirataria política compensou. A multidão reagiu em êxtase a Guaidó e uma nação após a outra reconheceu-o em poucas horas”. 
Entre os “conspiradores” incluem-se o mentor político de Guaido, Leopoldo López, agora em prisão domiciliar em Caracas, e Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional do partido de oposição Acção Democrática, seu aliado.
Zambrano relatou ao WSJ que o risco era tão alto que no final a “decisão definitiva” de puxar o gatilho ficou com Guaidó:


Zambrano, um dos líderes da oposição que pareceu surpreendido no palco em 23 de Janeiro, disse que a possibilidade de Guaidó assumir a presidência havia sido discutida nas semanas anteriores, mas que a decisão final estava nas mãos do jovem líder. por causa dos riscos que envolvia.

No entanto, o relatório do WSJ fecha com informações explosivas sobre o que levou a oposição a cruzar essa linha, e para Guaido sair em confiança.
Qual foi o factor chave no empurrão final? Primeiro, o Canadá e os aliados dos EUA na América Latina deram início a algo dramático …

Um momento decisivo ocorreu a 4 de Janeiro, quando o Grupo de Lima - 14 países latino-americanos - e o Canadá emitiram uma carta pedindo a Maduro que entregasse o poder à Assembleia Nacional. A natureza quase belicosa da carta surpreendeu os líderes da oposição, reforçando a ideia de que deveriam agir.

Mas, mais importante, Washington entrou em cena num momento chave em que a oposição estava fracturada e ainda indecisa e dividida, naquilo que é uma revelação central acerca dos calculos do movimento anti-Maduro:
Estava em debate quando deveria Guaidó tentar assumir a presidência interina. Alguns argumentavam que isso deveria acontecer antes de Maduro tomar posse. Outros propuseram a criação de uma comissão para contestar o direito do Sr. 
Maduro ao cargo.

Mesmo até 22 de Janeiro, na véspera do acontecimento, o Sr. Guaidó não estava totalmente convencido. Convenceu-se depois de o vice-presidente Mike Pence lhe ligar para garantir que, se ele invocasse a constituição venezuelana ao tomar posse como líder legítimo do país, os EUA apoiariam a oposição.

E aí está - uma impressionante admissão por parte dos media do sistema de que o drama político e a crise que agora se desenvolve na Venezuela, transformando-se rapidamente num ponto de pressão e conflagração geopolítica global - foi desde o início impulsionado e recebeu assistência directa da Casa Branca.


Fonte: https://www.zerohedge.com/news/2019-02-08/inside-story-juan-guaidos-big-gamble-venezuela


www.odiario.info

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