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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O DIA EM QUE HIROHITO, O IMPERADOR DO JAPÃO, DECLAROU QUE NÃO ERA UM DEUS


Na primeira vez que falou ao povo, Hirohito anunciou a rendição. 

Na segunda, explicou que era uma pessoa comum

Imperador Hirohito
Imperador Hirohito 
Hirohito, imperador do Japão de 1926 até sua morte, era  visto como uma divindade pelos japoneses. Ele criou esta fama, não só por ter uma realidade distante da população que viveu guerras e mortes, mas também por construir essa aura divina. Ele nunca aparecia com roupas normais, sempre estava vestido com roupas dignas de um imperador divino e perfeito, como um deus que bem acreditavam ser descendente da deusa do sol, Amaterasu.
Em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão tinha declarado guerra aos Estados Unidos. Como o Japão nunca tinha perdido uma guerra, a pressão sobre a população e até mesmo para o imperador era grande. Muitos japoneses morreram, e tinham que aceitar a derrota e encerrar a guerra, coisa muito difícil para os patriotas japoneses.
Grande parte da população tinha muito medo de o imperador não aceitar a derrota, e assim, mandar que todos se matassem em nome da pátria. Já alguns japoneses se mataram justamente pela cultura de nunca aceitar a derrota.
O imperador nunca havia se pronunciado diretamente ao povo japonês. Quando o fez, em 15 de agosto de 1945, em uma transmissão de rádio, precisou de um intérprete, tamanha a formalidade de sua linguagem. Em seu primeiro contato verbal com o público, Hirohito declarou o fim da guerra com os Estados Unidos.
Ele dizia a todos para tolerar o intolerável e disse que ao testemunhar tamanho sofrimento de seu povo, seus órgãos vitais haviam se partido, tentando assim, construir mais ainda sua imagem divina e uma ligação mágica com seu povo.
A imagem divina do imperador não o sustentava mais. Após a guerra e a ocupação americana no Japão, o mundo entrou em crise e os oficiais e líderes de vários paises durante a guerra começaram a ser investigados, inclusive Hirohito, que teve que mudar sua estratégia para conquistar seus súditos.
Hitler se suicidou, Mussolini tentou se esconder na Suíça e foi morto. Enquanto isso, no Japão, o líder que causara mais estragos do que na Itália fascista foi encontrado vivo, e nem chegou a ser julgado pelos crimes que cometera. Hirohito ficou no poder até 1989, dia em que deu seu último suspiro.
A decisão de que o absolutista ficasse no poder não foi dos japoneses, e nem mesmo de sua família, que o incentivou a renunciar ao trono. Hirohito até tentou se responsabilizar pela guerra e os crimes que cometera, mas o marechal Douglas MacArthur, um oficial norte-americano que ocupara o Japão pós-guerra, foi quem decidiu mantê-lo no poder.
Uns acreditam que MacArthur havia ouvido o general Bonner Fellers falar que "enforcar o imperador seria semelhante à crucificação de Cristo para nós", e assim se convenceu de inocentá-lo. Outros acreditam que foi Hirohito quem o convenceu, com seu jeito manipulador, de que havia sido obrigado por outros oficiais a dar continuidade à guerra e fazer o que fez, senão iria ser morto.
Já que os poderes do imperador haviam sido diminuídos diante da derrota na guerra, ele decidiu fazer outra transmissão de rádio no dia 1 de janeiro de 1946. Afirmou não ser um deus. Disse que sua família não tinha ligação divina e que seu sangue era exatamente como o dos outros.
Mariana Ribas

aventurasnahistoria.uol.com.br

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