Mário Rui Melo
Ainda não existiam os sindicatos que estiveram por detrás da greve cirúrgica, esta Bastonária dos enfermeiros ainda andava, na energia da sua juventude, a fazer sinaizinhos animados com as mãos em bares de diversão noturna (nada do outro mundo que eu também gosto de os frequentar) e já o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) andava a tentar sensibilizar governo e populações para este problema grave do SNS. Mais: até parece que andou sozinho a pregar no deserto, quando por indicação de governantes da época, os enfermeiros, muito bem qualificados, coisa reconhecida lá fora, andaram a emigrar em massa.
Eis uma classe que de operária aristocrata passou para operária muito simplesmente. E muito mal paga. Pior. A compensar o baixo salário com inusitadas horas extras, já que o pessoal era curto para tamanha tarefa. O SEP, que andou nesta batalha anos seguidos, lá foi conseguindo no terreno (isto é, em instituições de saúde por esse país fora e não só em Lisboa) que admitissem mais uns quantos enfermeiros para os quadros.
E até foi conseguindo a passagem de contratados para efectivos, sempre trabalhando lá onde os enfermeiros estão, nos mais recônditos, para nós de Lisboa, locais. Chega a greve cirúrgica e o radicalismo discursivo da bastonária e o que se ganhou na opinião pública foi-se perdendo.
E os enfermeiros perderam a batalha da opinião pública e são hoje retratados como classe sem ética e a exigir irresponsavelmente o que nunca se poderá dar. Ou seja, um recuo. Saber que o Governo poderia ter evitado isto resolvendo uma gritante injustiça que está a acontecer nas progressões de escalões só apimenta mais o conflito.
Os enfermeiros têm razão nas suas reivindicações, mas não vale tudo na luta pelas suas reivindicações. O SEP não alinhou na greve cirúrgica e é o sindicato maioritário. O SEP até pode alinhar, o que a sua luta, sozinho no terreno, foi conseguindo por esse país fora e até com este e outros governos, mas não se safa porque ora se confunde com os grevistas, ora é apontado a dedo pelos profissionais porque não se uniu numa luta justa.
A vida é ingrata e injusta. Entretanto, há poucos enfermeiros nos serviços. E, ó srs, da comunicação social, antes da bastonária o dizer, já havia quem o andasse a repetir vezes em conta para uma "parede de surdos". Há muitos anos.
Ainda não existiam os sindicatos que estiveram por detrás da greve cirúrgica, esta Bastonária dos enfermeiros ainda andava, na energia da sua juventude, a fazer sinaizinhos animados com as mãos em bares de diversão noturna (nada do outro mundo que eu também gosto de os frequentar) e já o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) andava a tentar sensibilizar governo e populações para este problema grave do SNS. Mais: até parece que andou sozinho a pregar no deserto, quando por indicação de governantes da época, os enfermeiros, muito bem qualificados, coisa reconhecida lá fora, andaram a emigrar em massa.
Eis uma classe que de operária aristocrata passou para operária muito simplesmente. E muito mal paga. Pior. A compensar o baixo salário com inusitadas horas extras, já que o pessoal era curto para tamanha tarefa. O SEP, que andou nesta batalha anos seguidos, lá foi conseguindo no terreno (isto é, em instituições de saúde por esse país fora e não só em Lisboa) que admitissem mais uns quantos enfermeiros para os quadros.
E até foi conseguindo a passagem de contratados para efectivos, sempre trabalhando lá onde os enfermeiros estão, nos mais recônditos, para nós de Lisboa, locais. Chega a greve cirúrgica e o radicalismo discursivo da bastonária e o que se ganhou na opinião pública foi-se perdendo.
E os enfermeiros perderam a batalha da opinião pública e são hoje retratados como classe sem ética e a exigir irresponsavelmente o que nunca se poderá dar. Ou seja, um recuo. Saber que o Governo poderia ter evitado isto resolvendo uma gritante injustiça que está a acontecer nas progressões de escalões só apimenta mais o conflito.
Os enfermeiros têm razão nas suas reivindicações, mas não vale tudo na luta pelas suas reivindicações. O SEP não alinhou na greve cirúrgica e é o sindicato maioritário. O SEP até pode alinhar, o que a sua luta, sozinho no terreno, foi conseguindo por esse país fora e até com este e outros governos, mas não se safa porque ora se confunde com os grevistas, ora é apontado a dedo pelos profissionais porque não se uniu numa luta justa.
A vida é ingrata e injusta. Entretanto, há poucos enfermeiros nos serviços. E, ó srs, da comunicação social, antes da bastonária o dizer, já havia quem o andasse a repetir vezes em conta para uma "parede de surdos". Há muitos anos.
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