Jerónimo de Sousa defendeu a medida em entrevista ao DN e TSF, e garantiu que o Governo estava a analisá-la. Desmentiu a criação de um secretário-geral adjunto no congresso que viesse a suceder-lhe.
O PCP propôs ao Governo “um aumento geral extraordinário de dez euros para todas as reformas e pensões”, assumiu este domingo Jerónimo de Sousa, secretário-geral comunista, numa entrevista ao Diário de Notícias e à TSF. “Consideramos curta e bastante limitada esta ideia das reformas mais baixas. Há que valorizar pensões, reformas de 600, 800 euros…”, defendeu.
Como em 2016 não houve “qualquer aumento significativo” nas reformas e pensões, o PCP considera que “é chegado o momento em que tem de haver alguma justiça”. Jerónimo de Sousa vai mais longe e diz mesmo que o ministro Vieira da Silva”está a considerar” aumentos desse montante, e insiste que há “uma consideração inacabada em relação à proposta do PCP”, por parte do Governo. Nas contas dos comunistas, que o secretário-geral do PCP não diz se são partilhadas pelo Governo, há folga para este tipo de aumento: “Acho que os saldos atuais da Segurança Social permitem uma visão mais aberta sobre essa proposta”
Quando faltam apenas dois meses para a realização do XX Congresso do PCP, Jerónimo de Sousa procura acabar com as especulações. Vai continuar como secretário-geral. E não vai ser reaberto qualquer lugar para número dois e eventual sucessor, como tem sido especulado, e como as próprias teses provisórias ao congresso pareciam indicar. “É importante afirmar que a questão do secretário-geral não vai ser tratada em congresso”, disse Jerónimo na entrevista DN/TSF.
Em relação a essa ideia de um secretário-geral adjunto, eu quero aproveitar a oportunidade para dizer [risos] — com uma nota bem humorada — que a comunicação social ainda tem capacidade de me surpreender, na medida em que essa ideia nunca, sublinho, nunca esteve em cima da mesa. É uma questão que não tem fundamento.”
“Não existirá nenhum secretário-geral adjunto”, adiantou ainda o líder comunista, garantindo que permanecerá no cargo: “O que sinto por parte dos meus camaradas do comité central é uma profunda confiança e uma profunda solidariedade”.
Em relação à competição do PCP com o Bloco de Esquerda no quadro da viabilização da atual solução governativa, Jerónimo foi incentivado a comentar o artigo do líder parlamentar João Oliveira, que criticou os bloquistas na sequência da questão do novo imposto sobre o património, dizendo que enquanto uns juntam com o bico, outros espalham com as patas. “Eu percebo o BE e a sua vontade de protagonismo [risos]. É compreensível, mas muitas vezes precipitado”, respondeu Jerónimo de Sousa.
observador.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário