Ontem, anteontem e na terça-feira, os venezuelanos concentraram-se junto ao Palácio de Miraflores (sede do Governo), junto ao Parlamento e nalgumas das principais artérias da capital, Caracas, bem como em muitos dos estados do país, para condenar o intento de golpe perpetrado na Assembleia Nacional (onde a oposição, de direita, tem maioria), defender as conquistas sociais alcançadas nos últimos 17 anos e apoiar a governação económica de Maduro.
Nesta sexta-feira, quarto dia consecutivo de mobilizações em defesa da Revolução Bolivariana, prevê-se que o povo dê o seu apoio à decisão ontem anunciada por Maduro de aumentar em 40% o salário mínimo dos trabalhadores e repudie a greve geral de 12 horas convocada para hoje pela Mesa da Unidade Democrática (MUD).
O aumento do salário mínimo dos trabalhadores – o quarto do ano – entrará em vigor a 1 de Novembro. O valor do salário mínimo anual passa de 22 576 para 27 091 bolívares (de 2257 para 2792 dólares), refere a Prensa Latina.
«Dia de madrugar»
Como forma de combater a paralisação convocada pela MUD, o vice-presidente da Venezuela, Aristóbulo Istúriz, instou a população a estar nas ruas, a ir para os seus locais de trabalho e estudo, a realizar as suas actividades quotidianas.
Istúriz sublinhou que hoje não é um dia de greve e que é «dia de madrugar», «porque eles [oposição] estão à espera de tirar fotos com as ruas vazias, para depois dizerem que a Venezuela parou».
Por outro lado, Istúriz criticou o Parlamento pelo facto de violar a Constituição, na medida em que pretende levar a cabo um julgamento ao presidente Maduro quando não tem competências constitucionais para tal.
Istúriz, que também é membro do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV), acusou a Assembleia Nacional de promover a ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos do país e lembrou que, neste momento, o Parlamento actua «em desobediência», declarada pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Mobilizações contra acções golpistas
Para repudiar as acções violentas e de desestabilização, promovidas pela direita a nível nacional e internacional, e apoiar o processo bolivariano, o PSUV convocou diversas iniciativas para os próximos dias.
Amanhã, as forças do PSUV vão promover acções de sensibilização no Distrito Capital com o objectivo de explicar às pessoas que não se mobilizam em que consiste o golpe e como deve ser derrotado nas ruas, informa a TeleSur.
Na terça-feira, 1 de Novembro, dia em que a oposição diz que irá julgar o chefe de Estado, as forças chavistas vão realizar uma mobilização entre a Praça Carabobo e a Assembleia Nacional.
Na quinta-feira, 3 de Novembro, dia em que o Parlamento pretende levar a carta de «destituição» ao presidente da República, o povo irá concentrar-se no Palácio de Miraflores e nas principais avenidas da capital.
Desde a última quarta-feira que o Conselho de Defesa da Nação se encontra «em sessão permanente», para «resguardar a paz do povo, garantir a estabilidade económica, defender a soberania e rejeitar qualquer intervenção externa».
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