No dia 24 de Abril de 1917, o submarino alemão SM U-35 afundou quatro barcos ao largo do Algarve, entre Lagos e Sagres. Quase cem anos depois, este momento da história vai ser recordado na palestra «Projeto U-35» que o investigador Augusto Salgado dará no Museu do Trajo de São Brás de Alportel, no dia 4 de Outubro, às 14h30.
Este é um episódio pouco conhecido, cujos contornos estão a ser desvendados, desde 2014, por uma equipa de investigadores coordenada por Augusto Salgado e Jorge Russo , que está a analisar os destroços deixados pelos ataques.
Naquele dia de 1917, em plena I Guerra Mundial, o submarino alemão afundou o cargueiro a vapor norueguês SS Torvore, os navios SS Nordsoen e SS Vilhelm Krag e o veleiro italiano Bieneimé Prof. Luigi.
Aos comandos da embarcação germânica estava o comandante Lothar von Arnauld de la Perière, «conhecido como “o às dos ases” e que poderá ser o responsável pelo maior volume de afundamentos realizados até hoje, em toneladas», segundo a Câmara de São Brás de Alportel. Só este submarino, terá sido responsável por colocar no fundo do mar 20 vapores e 3 veleiros, tendo em conta os registos existentes.
«Os estudos aos destroços dos navios afundados ao largo da região algarvia, iniciados em 2014 sob coordenação de Augusto Salgado e Jorge Russo, permitem reunir um vasto conjunto de informações relevantes a nível arqueológico, histórico-geográfico e tecnológico. As análises concretizadas neste âmbito pelo Centro de Investigação Naval e a Escola Naval, as entidades responsáveis por esta investigação, representam um importante contributo para o conhecimento da estratégia de guerra submarina da Alemanha, nesta época», acrescentou a autarquia são-brasense.
«Pelo seu contributo para um melhor conhecimento da História da Europa, o trabalho desenvolvido pelo Projeto U-35 concedeu ao Centro de Investigação Naval e à Escola Naval o galardão Adopt a Wreck Award 2015, atribuído pela Sociedade Náutica de Arqueologia (Nautical Archaeology Society). Este projeto está integrado nas comemorações dos 100 anos da I Guerra Mundial», concluiu a Câmara.
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