Lançado o Queen Elizabeth.
O então maior navio de passageiros transportava 2.285 pessoas
O transatlântico Queen Elizabeth foi fabricado no estaleiro John Brown, no Rio Clyde, perto de Glasgow. Só que o lançamento às águas do então maior navio de passageiros do mundo aconteceu numa época não muito propícia. O início da Segunda Guerra Mundial, no ano seguinte, levou por água abaixo (pelo menos temporariamente) os planos da companhia de navegação Cunard Line.
Os últimos detalhes da embarcação foram montados às pressas e a pintura substituída por uma camuflagem, para o transporte de tropas na guerra. O navio era uma verdadeira obra-prima da navegação: 314 metros de comprimento, 36 metros de largura e mais de 83 mil toneladas de peso.
Foi necessário esperar a enchente de fevereiro de 1940 para deslocar o navio sem tocar o fundo do rio. Para protegê-lo de minas, o Queen Elizabeth foi desmagnetizado e navegou sem iluminação.
Estratégia antinazista
No dia 2 de março de 1940, tomou rumo para Nova York, escoltado por destróieres da Marinha. Para despistar os submarinos inimigos alemães, foi organizada uma partida falsa. Centenas de pessoas se aglomeraram no porto, malas e caixas com supostos mantimentos foram empilhados no cais. E os submarinos de Hitler caíram na armadilha. Eles mobilizaram em vão seus bombardeiros, pois o Queen Elizabeth há muito já estava fora do alcance.
Cinco dias depois, o transatlântico aportava em Nova York, onde já estava o navio-irmão Queen Mary, que era menor e mais rápido. Quatro anos mais velho que o Elizabeth, o Mary também estava sendo camuflado e equipado para o transporte de tropas na Austrália.
'O maior navio do mundo' teve uma história movimentada e acabou vítima das chamas. Na foto, ele em NY
Alguns meses mais tarde, o Elizabeth estava prestando serviço em Cingapura, para depois transportar soldados australianos até o norte da África. Finalmente, em março de 1946, o Queen Elizabeth começou as atividades para as quais havia sido concebido: os cruzeiros marítimos.
Tanto o Queen Mary como o Queen Elizabeth viveram seu auge principalmente graças aos ex-soldados, que conheceram as embarcações em outras circunstâncias e agora pretendiam realmente desfrutar do luxo e do conforto de um transatlântico.
Concorrência do avião
Os navios começaram a tornar-se um negócio altamente lucrativo para as companhias marítimas. Para garantir lugar, as cabines de primeira classe tinham que ser reservadas com um ano de antecedência. Nos primeiros anos da década de 1960, entretanto, cada vez mais pessoas passaram a viajar da Europa à América de avião. Os enormes hotéis flutuantes começaram a ficar vazios.
Tentando reverter esta situação, em 1965, a Cunard Line resolveu reformar completamente o Queen Elizabeth para torná-lo ainda mais atraente. Como estes esforços fossem em vão, o navio foi retirado definitivamente de circulação. Sua última viagem sob bandeira britânica aconteceu em outubro de 1968, com destino aos Estados Unidos. Mas, devido à falência do grupo que iria usá-lo para fins turísticos na Flórida, o transatlântico foi comprado num leilão por um chinês.
Seus planos eram transformar o transatlântico numa universidade flutuante. Durante a reforma total que a embarcação estava sofrendo em Hong Kong, entretanto, um incêndio a destruiu completamente, levando o Queen Elizabeth a pique no dia 9 de janeiro de 1972.
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