Diana Andringa
O «ano de todos os perigos» prepara a eclosão, no ano seguinte, de grandes protestos populares contra o regime. Em 31 de Janeiro e 8 de Março, há manifestações no Porto, e, em 24 de Março, a proibição do Dia do Estudante dá início a uma crise estudantil que, partida de Lisboa, rapidamente se estende a Coimbra, numa luta que transforma as universidades em importantes focos da grande resistência antifacista.
O ano de 62 ficará ainda marcado pelas grandes manifestações do 1.º de Maio que em Lisboa voltam a repetir-se em 8 do mesmo mês. Mas grande parte das famílias portuguesas enfrenta agora outra preocupação: a mobilização dos jovens para a guerra dita de África que, em 1963, se estende à Guiné e, em 64, a Moçambique. Com a guerra nas três frentes a exigir mais e mais recrutamentos, cumprir ou não o serviço militar torna-se uma escolha incontornável para a juventude portuguesa, e os que recusam juntam-se aos emigrantes económicos nas travessias a salto das fronteiras do país.
A cisão no movimento comunista internacional tem entretanto os seus reflexos em Portugal, e a oposição comunista, até então unida em torno do PCP, divide-se entre «pró-soviéticos» e «pró-chineses». Uns e outros serão alvo de repressão da PIDE, que, em 21 de Janeiro de 1965, prende dezenas de estudantes universitários e liceais, levantando ondas de protesto no estrangeiro e ... uma nova crise na universidade. Pouco depois, em Fevereiro, a polícia política assassina o general Humberto Delgado e, em Abril, na sequência da atribuição do Prémio de Novelística da Sociedade Portuguesa de Escritores a Luandino Vieira (então detido no Tarrafal), grupos da Legião Portuguesa assaltam e vandalizam a sede daquela associação, que é encerrada.
O ano de 1967 fica marcado pelas cheias que, em Novembro, provocam centenas de mortos na periferia de Lisboa e no vale do Tejo, mas a catástrofe gera uma solidariedade estudantil que leva os estudantes a misturarem-se com a população e a conhecer os seus problemas. É, para muitos, o princípio de uma consciencialização política que vai passar-se, em grande parte, à margem do PCP.
Em Fevereiro, antes ainda que, em França, estalasse a revolta estudantil conhecida por Maio de 68, os estudantes portugueses manifestam-se, frente à embaixada norte-americana em Lisboa, contra a Guerra do Vietname - uma forma ainda eufemística de contestar a Guerra Colonial. Nesse mesmo ano, aliás, o Tribunal Plenário de Lisboa envia para os fortes de Caxias e de Peniche vários jovens ligados a uma rede de deserções. Em Março, o advogado oposicionista Mário Soares é deportado para São Tomé e em Julho, são os trabalhadores da Carris que estreiam uma nova forma de greve. A «greve da mala», com a recusa de cobrança de bilhetes, recolhe o apoio de toda a população, mas desencadeia uma forte repressão social. E em Setembro, uma onda de emoção e de esperança varre o país: a queda de uma cadeira consegue aquilo que a oposição não lograra ao longo de 35 anos: afastar do poder o ditador Salazar.
OPERAÇÕES PARA-QUEDISTAS
Operação Grifo
A morte do capitão no «Corredor do Guileje»
Os guerrilheiros do PAIGC demonstraram, desde o início da guerra, elevada preparação para o combate e, em Abril de 1966, no «Corredor de Guileje», uma força de pára-quedistas e outra da guerrilha defrontaram-se numa situação reveladora do nível de violência a que os confrontos já se desenrolavam.
A Operação Grifo previa a realização de emboscadas por um pelotão de pára-quedistas no Sul da Guiné, para impedir a penetração de guerrilheiros vindos da Guiné-Conacri. Essa força montou uma emboscada de madrugada, em terreno que oferecia bons abrigos, ficando a aguardar. Cerca das dez horas aproximou-se um grupo de guerrilheiros. Já muito perto dos pára-quedistas, os primeiros homens fizeram fogo de reconhecimento, lentamente foram entrando na «zona de morte» da emboscada, mas logo recuaram por terem detectado a presença dos páras, que abriram fogo e causaram algumas baixas. Ocorreram, a partir de então, factos reveladores do grau de preparação dos guerrilheiros e da capacidade dos páras. Segundo o relatório da operação, «a reacção do inimigo foi incrivelmente rápida e com grande potencial de fogo em tiro rasante».
Um dos três guerrilheiros sobreviventes da «zona de morte» abriu fogo, atingindo o capitão Tinoco de Faria, que, ao sentir-se alvejado, tentou mudar de posição, sendo novamente baleado com gravidade. Alguns segundos depois, foram abatidos os três guerrilheiros que tentavam fugir, mas os restantes tinham-se instalado junto à mata ocupada pelas forças portuguesas, desencadeando violento ataque com metralhadoras pesadas.
Numa pausa, o pelotão tentou transportar o ferido para local onde fosse possível a sua evacuação, pois inspirava sérios cuidados. O inimigo mudou de táctica, seguindo as tropas e flagelando-as à distância. Ao chegar à margem do rio Tenhege, o pelotão sofreu novo ataque de elementos emboscados no interior da mata. Entretanto, o estado de saúde do capitão agravou-se de forma irrecuperável, tendo morrido cerca do meio-dia.
Antecedentes
A primeira presença das Tropas Pára-quedistas na Guiné remonta já ao ano de 1959. Na sequência de incidentes registados no porto de Bissau no inicio de Agosto de 1959, um Pelotão de Pára-quedistas comandado pelo Alferes Jerónimo Gonçalves foi colocado em Bissau onde permaneceu até 20 de Agosto, cumprindo a primeira missão de intervenção armada das Tropas Pára-quedistas Portuguesas em África.
Com o agravar da situação na Guiné a partir de 1963, um despacho do Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, de 20Jun63, determina a colocação de um Pelotão de Pára-quedistas em Bissau com a missão fundamental de defesa imediata do Aeródromo-Base nº2 (AB2). O Pelotão chega a Bissau a 3 de Julho e conjuntamente com forças da Policia Aérea constitui o Destacamento de Defesa Imediata do AB2. A 3 de Dezembro o Destacamento é reforçado com uma Equipa de Cães de Guerra e a 20 de Janeiro de 1964 recebe um segundo Pelotão de Pára-quedistas.
Em complemento da sua missão principal os Pára-quedistas efectuaram operações contra a guerrilha no interior do território. A 7 de Fevereiro de 1964, durante uma operação realizada na mata de Cachide as Tropas Pára-quedistas sofreram o seu primeiro morto no Teatro de Operações da Guiné - Soldado Pára-quedista Rosa Neto.
Em complemento da sua missão principal os Pára-quedistas efectuaram operações contra a guerrilha no interior do território. A 7 de Fevereiro de 1964, durante uma operação realizada na mata de Cachide as Tropas Pára-quedistas sofreram o seu primeiro morto no Teatro de Operações da Guiné - Soldado Pára-quedista Rosa Neto.
Em 1964 a situação continuou a agravar-se e a 14 de Outubro um terceiro Pelotão segue para a Guiné sendo constituida uma Companhia de Pára-quedistas a qual passa a constituir uma reserva do Comandante-Chefe das Forças Armadas na Guiné (CCFAG). Englobando a Companhia, o Destacamento passa a Esquadra de Defesa Mista (EDM) sob o comando do Capitão Pára-quedista Tinoco de Faria, que viria a ser morto a 28 de Abril de 1966 durante a Operação GRIFO realizada no corredor do Guileje.
Em Maio de 1965 o AB2 passa a designar-se Base Aérea nº12 no entanto a estrutura da EDM iria manter-se até 14 de Dezembro de 1966 data da chegada dos efectivos pára-quedista que conjuntamente com a Companhia existente irão constituir o BCP 12.
O Batalhão de Caçadores Pára-quedistas nº12 foi criado pela Portaria nº 22260, de 20 de Outubro de 1966, na dependência da Zona Aérea de Cabo Verde e Guiné e com sede em Bissau.
Generalidades
O batalhão ficou aquartelado em edificios pré-fabricados existentes no extremo da Base Aérea. Inicialmente era constituido por duas Companhias de Caçadores Pára-quedistas (CCP 121 e CCP 122) e pela Companhia de Pessoal. Foram igualmente organizados os serviços fundamentais ao funcionamento da unidade, tais como a Secção de Subsistências, a Secretaria do Comando, a Secção de Operações e de Informações e a Secção de Justiça. O batalhão estava no entanto dependente de alguns apoios da BA 12, como o serviço de saúde, oficinas auto e conselho administrativo.
As instalações iriam sendo melhoradas no intervalo da intensa actividade operacional do batalhão. No inicio de 1968 foram concluídas novas cozinhas, refeitórios e clubes para oficiais, sargentos e praças. O melhoramento iria continuar nos anos seguintes com a construção de oficinas auto, alojamentos para oficiais e para sargentos, edificio de comando, porta de armas, arruamentos etc. A maioria destas obras foi concluída em 1971. As instalações pré-fabricadas cedidas pela BA 12 transformaram-se assim num aquartelamento com instalações condignas e funcionais.
As instalações iriam sendo melhoradas no intervalo da intensa actividade operacional do batalhão. No inicio de 1968 foram concluídas novas cozinhas, refeitórios e clubes para oficiais, sargentos e praças. O melhoramento iria continuar nos anos seguintes com a construção de oficinas auto, alojamentos para oficiais e para sargentos, edificio de comando, porta de armas, arruamentos etc. A maioria destas obras foi concluída em 1971. As instalações pré-fabricadas cedidas pela BA 12 transformaram-se assim num aquartelamento com instalações condignas e funcionais.
Em termos orgânicos o batalhão também foi sofrendo algumas alterações. Em Julho de 1968 a Companhia de Pessoal passou a designar-se Companhia de Material e Infra-estruturas (CMI) englobando os vários serviços de apoio logistico e administrativo do batalhão e também o Destacamento de Precursores e Ligação Aeroterrestre. A denominação da companhia viria de novo a ser alterada em Janeiro de 1974 desta vez para Companhia de Comando e Serviços.
Ac companhias de caçadores pára-quedistas manteriam a sua designação e orgânica até à sua extinção. De 30 de Junho a 15 de Outubro de 1969, o BCP 12 foi reforçado com mais uma Companhia, designada CCP 123, comandada pelo Capitão Loureiro Costa.
Em Julho de 1970, o batalhão é de novo reforçado com uma companhia, desta vez a título definitivo. Tal como a anterior tomaria a designação de CCP 123.
Ac companhias de caçadores pára-quedistas manteriam a sua designação e orgânica até à sua extinção. De 30 de Junho a 15 de Outubro de 1969, o BCP 12 foi reforçado com mais uma Companhia, designada CCP 123, comandada pelo Capitão Loureiro Costa.
Em Julho de 1970, o batalhão é de novo reforçado com uma companhia, desta vez a título definitivo. Tal como a anterior tomaria a designação de CCP 123.
A Acção desenvolvida pelos militares do BCP 12 em todos os sectores das suas múltiplas actividades, em particular no campo operacional, mereceu honrosos louvores e elevadas condecorações individuais. No dia 11 de Abril de 1968, em cerimónia realizada na parada da Unidade, o Brigadeiro Arnaldo Schultz, Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné, por delegação do Presidente da República, condecorou o Estandarte Nacional do BCP 12 com a Medalha da Cruz de Guerra de 1ªClasse, - o BCP 12 tornava-se assim a primeira unidade das Tropas Pára-quedistas condecorada por feitos em combate.
Em 1969, a 11 de Abril, o BCP 12 comemorou pela primeira vez o seu Dia da Unidade. A escolha do dia comemorava a data em que o Estandarte da Unidade tinha sido condecorado.
Durante as cerimónias do Dia da Unidade, em 1972, é entregue ao Batalhão e a todas as suas subunidades, os respectivos Guiões Heráldicos. O Guião do BCP 12 ostenta a Medalha da Cruz de Guerra e o lema "UNIDADE E LUTA" que curiosamente é também o dos guerrilheiros do PAIGC, que o batalhão defronta.
Em 1969, a 11 de Abril, o BCP 12 comemorou pela primeira vez o seu Dia da Unidade. A escolha do dia comemorava a data em que o Estandarte da Unidade tinha sido condecorado.
Durante as cerimónias do Dia da Unidade, em 1972, é entregue ao Batalhão e a todas as suas subunidades, os respectivos Guiões Heráldicos. O Guião do BCP 12 ostenta a Medalha da Cruz de Guerra e o lema "UNIDADE E LUTA" que curiosamente é também o dos guerrilheiros do PAIGC, que o batalhão defronta.
Comandantes do BCP 12
- TenCor PQ Sigfredo Ventura da Costa Campos (14Dez66 a 03Jun68)
- TenCor PQ Fausto Pereira Marques (04Jun68 a 05Dez69)
- TenCor PQ Horácio Cerveira Alves de Oliveira (06Dez69 a 13Dez71)
- TenCor PQ Sílvio Jorge Rendeiro de Araújo e Sá (14Dez71 a 20Jan74)
- TenCor PQ António João Chumbito dos Anjos Ruivinho (21Jan74 a 22Mai74)
- Maj PQ Joaquim Manuel Trigo Mira Mensurado (Cmdt Interino 23Mai a 31Ago74)
- Maj PQ José Maria Raposo Resendes (Cmdt Interino 01Set a 12Out74)
- TenCor PQ Fausto Pereira Marques (04Jun68 a 05Dez69)
- TenCor PQ Horácio Cerveira Alves de Oliveira (06Dez69 a 13Dez71)
- TenCor PQ Sílvio Jorge Rendeiro de Araújo e Sá (14Dez71 a 20Jan74)
- TenCor PQ António João Chumbito dos Anjos Ruivinho (21Jan74 a 22Mai74)
- Maj PQ Joaquim Manuel Trigo Mira Mensurado (Cmdt Interino 23Mai a 31Ago74)
- Maj PQ José Maria Raposo Resendes (Cmdt Interino 01Set a 12Out74)
Actividade Operacional
A actividae operacional do BCP 12 ao longo da sua permanência na Guiné foi intensa, conduzindo a resultados reveladores da sua aptidão para combate.
Nos primeiros anos os Pára-quedistas foram empregues fundamentalmente em operações independentes no âmbito da Força Aérea, a qual tinha meios próprios de reconhecimento, ataque ao solo e transporte das suas forças Pára-quedistas.
Os grupos de combate eram normalmente empregues em operações que exigiam grande mobilidade e rapidez de actuação. Quando um grupo de guerrilheiros era detectado ou actuava contra aquartelamentos das unidades do Exército, as forças Pára-quedistas eram colocadas no terreno, através de helicópteros, ou noutros casos, dada a geografia própria da Guiné, através de lanchas da Armada. As forças Pára-quedistas eram usadas por períodos de tempo limitado mas de grande empenhamento.
Para além de operações independentes no âmbito da FAP, os Páras participaram também em operações conjuntas com forças do Exército ou da Armada. Destas destaca-se a operação PARAFUZO, efectuada na ilha de Caiar em Março de 1967, com forças dos Destacamentos de Fuzileiros Especiais nº 4 e 7. Da acção resultou a captura de 20 elementos inimigos.
Nos primeiros anos os Pára-quedistas foram empregues fundamentalmente em operações independentes no âmbito da Força Aérea, a qual tinha meios próprios de reconhecimento, ataque ao solo e transporte das suas forças Pára-quedistas.
Os grupos de combate eram normalmente empregues em operações que exigiam grande mobilidade e rapidez de actuação. Quando um grupo de guerrilheiros era detectado ou actuava contra aquartelamentos das unidades do Exército, as forças Pára-quedistas eram colocadas no terreno, através de helicópteros, ou noutros casos, dada a geografia própria da Guiné, através de lanchas da Armada. As forças Pára-quedistas eram usadas por períodos de tempo limitado mas de grande empenhamento.
Para além de operações independentes no âmbito da FAP, os Páras participaram também em operações conjuntas com forças do Exército ou da Armada. Destas destaca-se a operação PARAFUZO, efectuada na ilha de Caiar em Março de 1967, com forças dos Destacamentos de Fuzileiros Especiais nº 4 e 7. Da acção resultou a captura de 20 elementos inimigos.
A partir de meados de 1968 e com o General António Spínola como novo Comandante-Chefe na Guiné, o modo de emprego dos Pára-quedistas foi alterado.
As Companhias do BCP passaram a integrar os então criados Comandos Operacionais (COP) com outras forças militares, sob o comando de um oficial superior. Muitas vezes oficiais Pára-quedistas desempenharam essas funções. As forças eram então empenhadas, durante largos períodos, conjuntamente com as Unidades de quadrícula do Exército. As companhias do BCP 12 foram assim muitas vezes atribuídas de reforço às unidades instaladas junto às fronteiras com o Senegal e a Guiné-Conakry.
Foram inúmeras as operações desencadeadas neste período: a operação JUPITER, com 4 períodos no corredor de Guileje, no âmbito do COP 2, a operação TITÃO com o COP 6, a operação AQUILES I, com o CAOP 1, a operação TALIÃO, com o COP 7, entre tantas outras, com bons resultados.
Merece particular destaque a operação JOVE, realizada em Novembro de 1969 com forças das CCP 121 e 122. No dia 18 de Novembro a CCP 122 capturou o Capitão Pedro Rodriguez Peralta, do Exército Cubano, comprovando a ingerência de forças militares estrangeiras na guerra na Guiné.
Apesar das CCP continuarem a ser atribuídas aos COP que se iam activando consoante as necessidades, o Comando do BCP esforçou-se por continuar a levar a cabo algumas operações independentes, actuando como força de intervenção em exploração de informações obtidas e seria neste tipo de operações que se obtiveram alguns dos melhores resultados do Batalhão.
As Companhias do BCP passaram a integrar os então criados Comandos Operacionais (COP) com outras forças militares, sob o comando de um oficial superior. Muitas vezes oficiais Pára-quedistas desempenharam essas funções. As forças eram então empenhadas, durante largos períodos, conjuntamente com as Unidades de quadrícula do Exército. As companhias do BCP 12 foram assim muitas vezes atribuídas de reforço às unidades instaladas junto às fronteiras com o Senegal e a Guiné-Conakry.
Foram inúmeras as operações desencadeadas neste período: a operação JUPITER, com 4 períodos no corredor de Guileje, no âmbito do COP 2, a operação TITÃO com o COP 6, a operação AQUILES I, com o CAOP 1, a operação TALIÃO, com o COP 7, entre tantas outras, com bons resultados.
Merece particular destaque a operação JOVE, realizada em Novembro de 1969 com forças das CCP 121 e 122. No dia 18 de Novembro a CCP 122 capturou o Capitão Pedro Rodriguez Peralta, do Exército Cubano, comprovando a ingerência de forças militares estrangeiras na guerra na Guiné.
Apesar das CCP continuarem a ser atribuídas aos COP que se iam activando consoante as necessidades, o Comando do BCP esforçou-se por continuar a levar a cabo algumas operações independentes, actuando como força de intervenção em exploração de informações obtidas e seria neste tipo de operações que se obtiveram alguns dos melhores resultados do Batalhão.
Apesar dos esforços a situação na Guiné continua a degradar-se. A pressão que os guerrilheiros vinham exercendo sobre os aquartelamentos no Sul do território começou a dar resultados. Em Maio de 1973 os guerrilheiros desencadeiam fortes ataques a Guileje obrigando mesmo ao abandono do aquartelamento dos militares do Exército. Nas proximidades, Gadamael Porto fica em posição delicada com flagelações frequentes de armas pesadas. A 2 de Junho as CCP 122 e CCP 123 são enviadas para Gadamael, seguindo-se no dia 13 a CCP 121. O próprio comandante do BCP 12, Tenente-Coronel Araújo e Sá tinha assumido o comando das forças que com a guarnição do Exército constituiram o COP 5. A posição de Gadamael Porto é organizada defensivamente com abrigos, trincheiras e espaldões, simultaneamente são desencadeadas acções ofensivas sobre os guerrilheiros. A resistência e a determinação das Tropas Pára-quedistas acabaram por surtir efeito e o ímpeto inimigo foi quebrado - Gadamael Porto não caiu. A 7 de Julho as CCP 121 e 122 regressam a Bissau e a 17 é a vez da CCP 123, a operação DINOSSAURO PRETO tinha terminado.
Extinção
Na sequência do 25 de Abril de 1974, a actividade operacional do BCP 12 é praticamente suspensa a partir do mês de Maio. Passou a vigorar uma situação mal definida, próxima de um cessar fogo, que era aproveitada pelos guerrilheiros para introduzir efectivos armados no território.
No mês de Agosto de 1974, em resultado do "Acordo de Argel", as Tropas Pára-quedistas começam a regressar a Portugal. Permanecem na Guiné apenas os efectivos necessários à segurança do aquartelamento, o qual é partilhado com tropas do Exército, em trânsito para Portugal. No dia 7 de Setembro de 1974 a Guiné-Bissau torna-se independente.
No mês de Agosto de 1974, em resultado do "Acordo de Argel", as Tropas Pára-quedistas começam a regressar a Portugal. Permanecem na Guiné apenas os efectivos necessários à segurança do aquartelamento, o qual é partilhado com tropas do Exército, em trânsito para Portugal. No dia 7 de Setembro de 1974 a Guiné-Bissau torna-se independente.
A 13 de Outubro de 1974, pela última vez a Bandeira Portuguesa desce no mastro de honra do BCP 12, sendo de seguida entregues as instalações a um representante do PAIGC.
O Decreto-Lei nº 765/74, de 12 de Dezembro, determinou a extinção, com data de 15 de Outubro de 1974, o Comando da Zona Aérea de Cabo Verde e Guné e todas as unidades da Força Aérea localizadas na Guiné-Bissau, nas quais se incluia o BCP 12.
A competência e eficiência com que os Pára-quedistas cumpriram na Guiné as missões atribuídas, de 1961 a 1974, foi paga com a morte em combate de 56 pára-quedistas (47 praças, 6 sargentos e 3 oficiais).
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As grandes operações da guerra colonial
Da série “As grandes operações da guerra colonial”, com textos de Manuel Catarino, foram publicadas 16 brochuras que eram distribuídas num encarte com os diferentes volumes de “Os Anos da Guerra”, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, edição doCorreio da Manhã. A maior parte das brochuras tem a ver com a Guiné. Em texto anterior, aqui se referiu a operação “Tridente”, as operações “Grifo” e “Ciclone II” em que os Paraquedistas passaram por Guileje com infortúnios e também colhendo sucesso; depois aparecem os Paraquedistas na operação “Vulcano” em que não conseguiram progredir na zona de Cassebeche sem o apoio do fogo aéreo; referiu-se a captura do capitão Peralta numa operação conduzida pelos Paraquedistas da Companhia 122, a operação“Jove”. Ainda desta 4ª brochura importa agora referir a operação“Grande Empresa”, um esforço de fixar no Cantanhez tropas, a partir dos finais de 1972.
Tudo começaria pela destruição de importantes posições da guerrilha, conquistando a população que seria retirada do controlo do PAIGC. Escreve Manuel Catarino: “A gigantesca operação foi desencadeada por duas companhias operacionais do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12, então comandado pelo Tenente-Coronel Sílvio Araújo e Sá, e pelo Destacamento de Fuzileiros Especiais 1 – que, numa primeira fase, ocuparam pontos estratégicos do Cantanhez, na margem sul do rio Cumbijã, e permitiram o desembarque e a instalação em segurança da CCAÇ 4541, da CCAÇ 4540 e da CCAV 8352. A ambiciosa ação militar, cujo planeamento foi atribuído à Secção de Informações e Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12, chefiada pelo Major Moura Calheiros, teve início no dia 12 de Dezembro”.
A primeira posição inimiga que se pretendeu neutralizar situava-se entre Guileje e Bedanda, era imperioso destruir esta base de guerrilha. Na manhã de 12 de Dezembro, os Páras da Companhia 122 atacam a base, ataque que foi precedido de bombardeamento aéreo. A primeira tentativa de assalto foi rechaçada. A força atacante ensaia um segundo assalto, novo insucesso. Então, o Comando da operação envia de Cufar mais 5 helicópteros. O Capitão Valente dos Santos, ferido, tem um comportamento heroico, apesar da gravidade do ferimento não quis ser transportado para a base. É agora o Capitão Terras Marques quem comanda a operação, encaminham-se para o objetivo apoiados por mais bombardeamentos aéreos. No termo da manhã, a base caiu finalmente. A “Grande Empresa” conheceu a segunda fase com a ocupação de Caboxanque, Cadique e Cafine, na margem sul do rio Cumbijã, por Paraquedistas e Fuzileiros Especiais. Dezenas de Paraquedistas ocupam Caboxanque, outros tantos tomam posição em Cadique e duas lanchas sobem o rio Cumbijã com o Destacamento de Fuzileiros Especiais 1, que ocupa as bolanhas de Cafine. Ocupadas as posições na margem do rio as Companhias de Infantaria e Cavalaria sobem o Cumbijã em lanchas da Armada. Depois de algumas peripécias (o desembarque da CCAÇ 4540, em Cadique atrasou-se, houve camiões que ficaram atolados).
Seguiu-se o esforço de conquistar a população. E o inimigo reagiu, passou a flagelar os aquartelamentos que começavam a erguer-se em Caboxanque, Cadique e Cafine. A população do Cantanhez começou a colaborar com a tropa portuguesa:“Dirigentes locais do PAIGC, chefes das milícias e guerrilheiros foram presos ou abatidos. As informações recolhidas em tabancas permitiram cercar o comissário político do PAIGC na região: morreu em 29 de Dezembro, de arma na mão. O comandante militar da guerrilha no Cantanhez foi feito prisioneiro e o guerrilheiro que o substituiu foi morto em combate (…) Mas, menos de um ano depois, com a retirada dos Paraquedistas que tiveram de ir acudir a Guileje e a Guidage, a região deixou outra vez de ser nossa”.
A undécima brochura refere-se ao ataque a Conacri, a operação “Mar Verde”.
O seu conteúdo é sobejamente conhecido de todos. Já foi anteriormente referido que a organização dos textos é de uma disciplina duvidosa, neste, totalmente a despropósito, fala-se do acidente em que perderam vida três deputados, em Julho de 1970. Igualmente as conclusões do autor sobre a operação “Mar Verde” são muito duvidosas: a PIDE é o bode expiatório. Diz-se que: “As forças de assalto desembarcaram em Conacri – mas não encontraram nesses locais aquilo que a PIDE lhes garantira que iriam encontrar. As informações não eram exatas”. Como se sabe, muitas coisas correram ao contrário, muito do que falhou nada teve a ver com as informações da PIDE.
Quanto à 13ª brochura, o conteúdo prende-se com a viagem secreta de Spínola ao Senegal.
O texto começa com o encontro de Salazar com Spínola, em Abril de 1968 e a sua indigitação para governador, à mistura fala-se de Portugal e o Futuro, aflora-se a atividade inicial de Spínola, fala-se a seguir das operações no Chão Manjaco para negociar a incorporação de forças de PAIGC no Exército Português, é sabido como tudo redundou em bárbaro massacre. O autor dá a seguinte explicação: “O assassínio dos negociadores portugueses só se explica por uma ordem vinda da direção do PAIGC, já então minada por desconfianças entre fações. A cúpula política do partido, na altura instalada na cidade senegalesa de Dakar, soube da traição em marcha – e, perante o risco da rendição vir a ser seguida por outros chefes da guerrilha, agiu com brutalidade. Dirigentes intermédios do partido, como M´Bana Cabra e Júlio Biague, foram enviados ao Chão Manjaco e confrontaram os comandantes locais – que acabaram por colaborar na chacina dos negociadores portugueses e dos seus guias para se limparem da traição. André Gomes, o interlocutor privilegiado dos Majores, continuou comandante do Chão Manjaco. Após os massacres, a guerrilha continuou adormecido no Noroeste da Guiné”. Permanece o mistério sobre as razões efetivas desde bárbaro massacre, como se sabe.
É conhecido o teor das conversações entre Senghor e Spínola e o veto de Marcelo Caetano à continuação de novos encontros, é-lhe indiferente um cessar-fogo por um período de transição de 10 anos e um sufrágio no território para se saber se a população quer a independência total ou a integração numa federação. E vem aí o argumento de que era preferível uma derrota militar com honra a um acordo negociado com terroristas.
Nunca mais as relações se irão recompor. Recorde-se que Luís Cabral em “Crónica da Libertação” desmente categoricamente que Amílcar Cabral alguma vez tenha sustentado as teses de Leopoldo Senghor ou lhe tenha pedido para ser intermediário em negociações. A ser verdade, as expetativas postas nestas conversações foram muito mais voláteis do que consta nas exposições de Spínola a Caetano.
As grandes operações da guerra colonial
Da série “As grandes operações da guerra colonial”, com textos de Manuel Catarino, foram publicadas 16 brochuras que eram distribuídas num encarte com os diferentes volumes de “Os Anos da Guerra”, de Aniceto Afonso e Carlos de Matos Gomes, edição doCorreio da Manhã. A maior parte das brochuras tem a ver com a Guiné. Em texto anterior, aqui se referiu a operação “Tridente”, as operações “Grifo” e “Ciclone II” em que os Paraquedistas passaram por Guileje com infortúnios e também colhendo sucesso; depois aparecem os Paraquedistas na operação “Vulcano” em que não conseguiram progredir na zona de Cassebeche sem o apoio do fogo aéreo; referiu-se a captura do capitão Peralta numa operação conduzida pelos Paraquedistas da Companhia 122, a operação“Jove”. Ainda desta 4ª brochura importa agora referir a operação“Grande Empresa”, um esforço de fixar no Cantanhez tropas, a partir dos finais de 1972.
Tudo começaria pela destruição de importantes posições da guerrilha, conquistando a população que seria retirada do controlo do PAIGC. Escreve Manuel Catarino: “A gigantesca operação foi desencadeada por duas companhias operacionais do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12, então comandado pelo Tenente-Coronel Sílvio Araújo e Sá, e pelo Destacamento de Fuzileiros Especiais 1 – que, numa primeira fase, ocuparam pontos estratégicos do Cantanhez, na margem sul do rio Cumbijã, e permitiram o desembarque e a instalação em segurança da CCAÇ 4541, da CCAÇ 4540 e da CCAV 8352. A ambiciosa ação militar, cujo planeamento foi atribuído à Secção de Informações e Operações do Batalhão de Caçadores Paraquedistas 12, chefiada pelo Major Moura Calheiros, teve início no dia 12 de Dezembro”.
A primeira posição inimiga que se pretendeu neutralizar situava-se entre Guileje e Bedanda, era imperioso destruir esta base de guerrilha. Na manhã de 12 de Dezembro, os Páras da Companhia 122 atacam a base, ataque que foi precedido de bombardeamento aéreo. A primeira tentativa de assalto foi rechaçada. A força atacante ensaia um segundo assalto, novo insucesso. Então, o Comando da operação envia de Cufar mais 5 helicópteros. O Capitão Valente dos Santos, ferido, tem um comportamento heroico, apesar da gravidade do ferimento não quis ser transportado para a base. É agora o Capitão Terras Marques quem comanda a operação, encaminham-se para o objetivo apoiados por mais bombardeamentos aéreos. No termo da manhã, a base caiu finalmente. A “Grande Empresa” conheceu a segunda fase com a ocupação de Caboxanque, Cadique e Cafine, na margem sul do rio Cumbijã, por Paraquedistas e Fuzileiros Especiais. Dezenas de Paraquedistas ocupam Caboxanque, outros tantos tomam posição em Cadique e duas lanchas sobem o rio Cumbijã com o Destacamento de Fuzileiros Especiais 1, que ocupa as bolanhas de Cafine. Ocupadas as posições na margem do rio as Companhias de Infantaria e Cavalaria sobem o Cumbijã em lanchas da Armada. Depois de algumas peripécias (o desembarque da CCAÇ 4540, em Cadique atrasou-se, houve camiões que ficaram atolados).
Seguiu-se o esforço de conquistar a população. E o inimigo reagiu, passou a flagelar os aquartelamentos que começavam a erguer-se em Caboxanque, Cadique e Cafine. A população do Cantanhez começou a colaborar com a tropa portuguesa:“Dirigentes locais do PAIGC, chefes das milícias e guerrilheiros foram presos ou abatidos. As informações recolhidas em tabancas permitiram cercar o comissário político do PAIGC na região: morreu em 29 de Dezembro, de arma na mão. O comandante militar da guerrilha no Cantanhez foi feito prisioneiro e o guerrilheiro que o substituiu foi morto em combate (…) Mas, menos de um ano depois, com a retirada dos Paraquedistas que tiveram de ir acudir a Guileje e a Guidage, a região deixou outra vez de ser nossa”.
A undécima brochura refere-se ao ataque a Conacri, a operação “Mar Verde”.
O seu conteúdo é sobejamente conhecido de todos. Já foi anteriormente referido que a organização dos textos é de uma disciplina duvidosa, neste, totalmente a despropósito, fala-se do acidente em que perderam vida três deputados, em Julho de 1970. Igualmente as conclusões do autor sobre a operação “Mar Verde” são muito duvidosas: a PIDE é o bode expiatório. Diz-se que: “As forças de assalto desembarcaram em Conacri – mas não encontraram nesses locais aquilo que a PIDE lhes garantira que iriam encontrar. As informações não eram exatas”. Como se sabe, muitas coisas correram ao contrário, muito do que falhou nada teve a ver com as informações da PIDE.
Quanto à 13ª brochura, o conteúdo prende-se com a viagem secreta de Spínola ao Senegal.
O texto começa com o encontro de Salazar com Spínola, em Abril de 1968 e a sua indigitação para governador, à mistura fala-se de Portugal e o Futuro, aflora-se a atividade inicial de Spínola, fala-se a seguir das operações no Chão Manjaco para negociar a incorporação de forças de PAIGC no Exército Português, é sabido como tudo redundou em bárbaro massacre. O autor dá a seguinte explicação: “O assassínio dos negociadores portugueses só se explica por uma ordem vinda da direção do PAIGC, já então minada por desconfianças entre fações. A cúpula política do partido, na altura instalada na cidade senegalesa de Dakar, soube da traição em marcha – e, perante o risco da rendição vir a ser seguida por outros chefes da guerrilha, agiu com brutalidade. Dirigentes intermédios do partido, como M´Bana Cabra e Júlio Biague, foram enviados ao Chão Manjaco e confrontaram os comandantes locais – que acabaram por colaborar na chacina dos negociadores portugueses e dos seus guias para se limparem da traição. André Gomes, o interlocutor privilegiado dos Majores, continuou comandante do Chão Manjaco. Após os massacres, a guerrilha continuou adormecido no Noroeste da Guiné”. Permanece o mistério sobre as razões efetivas desde bárbaro massacre, como se sabe.
É conhecido o teor das conversações entre Senghor e Spínola e o veto de Marcelo Caetano à continuação de novos encontros, é-lhe indiferente um cessar-fogo por um período de transição de 10 anos e um sufrágio no território para se saber se a população quer a independência total ou a integração numa federação. E vem aí o argumento de que era preferível uma derrota militar com honra a um acordo negociado com terroristas.
Nunca mais as relações se irão recompor. Recorde-se que Luís Cabral em “Crónica da Libertação” desmente categoricamente que Amílcar Cabral alguma vez tenha sustentado as teses de Leopoldo Senghor ou lhe tenha pedido para ser intermediário em negociações. A ser verdade, as expetativas postas nestas conversações foram muito mais voláteis do que consta nas exposições de Spínola a Caetano.
1º. Pelotão da Companhia de Caçadores Paraquedistas 122
Uma entrevista da autoria da jornalista Marta Martins da Silva, ao Caçador Paraquedista José do Vale Pinto, daquela companhia.
Resolvemos publicá-la no blog, porque nesta entrevista é feita referencia a Tite, e aos dias posteriores ao desastre de Bissassema, em que, como se lembram, o inimigo sofreu pesadas baixas em pessoal e material, com a intervenção entre outras, das Unidades aquarteladas em Tite.
O pessoal destas nossas Unidades, apesar de bastante sofridos e com a moral de rastos, após o falecimento e desaparecimento de alguns dos nossos companheiros, bem como o rapto de três dos nossos camaradas, na fatídica noite de 2/3 de Fevereiro de 1968, avançaram na esperança de encontrar os desaparecidos/mortos e até recuperar os camaradas feitos prisioneiros, mas em vão, factos estes que têm sido exaustivamente relatados neste nosso blog.
Aqui fica esse depoimento, com a devida vénia ao Correio da Manhã e sua Jornalista.
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VÍDEOS
Algumas das aeronaves militares usadas na Guerra Colonial em Moçambique
"Se Deus quisesse que o homem voasse, tinha-lhe dado asas" (Autor desconhecido) "Então, Deus deu asas aos avestruzes e aos penguins ... para quê?" (J.G.) |
Texan / Harvard T- 6 O T-6, podia ser convertido em caça-bombardeiro ligeiro, equipado com metralhadoras, mísseis, bombas convencionais ou de napalm debaixo das asa ou actuar como avião de reconhecimento.(Um T-6 a recolher as rodas. Foto SAAF) Foram pintados segundo vários esquemas como com a fuselagem em cinzento metálico (alumínio), e os lemes de profundidade e de direcção, as pontas das asas e uma faixa na fuselagem traseira pintados a amarelo alaranjado, mas houve outros exoticamente personalizados. Os T-6 utilizados em Moçambique durante a guerra colonial estavam estacionados em Nampula na base AB 5, a maioria pintada de cor de alumínio, ou com tinta anti-radiação a preto e verde-mate (baço) de protecção contra mísseis terra-ar do tipo "Strella". Belicamente, foram usados pela última vez em Portugal, a 11 de Março de 1975 no falhado golpe militar do General Spínola, como contramedida para abortar a "Matança da Páscoa" um plano da estrema esquerda e do PCP, de "assassínio de centenas de civis, políticos e militares". Nesse dia, Spínola juntou 10 helicópteros Alouete III, dos quais só 2 estão armados, 3 aviões de transporte Nord 2501-F Noratlas, 4 aviões T-6, dos quais só 2 estavam armados, e 160 pára-quedistas de Tancos (40 nos Alouette e 120 nos Noratlas). Dois dos T-6 bombardearam o RAL 1, matando o soldado Joaquim Luís e fazendo 14 feridos. Após este infeliz incidente os pára-quedistas retiraram o apoio a Spínola, fazendo abortar o golpe. Nesta tentativa de golpe foram usados outros meios bélicos como, por exemplo, quatro caças F-86 e dois Aviocar com pára-quedistas, vindos de outras bases. Os espanhóis usaram os T-6 pela última vez em combate em 1975, no Norte de África. Em vários países continua no ar para fins pacíficos como festivais de acrobacia e, em 1991, a África do Sul estabeleceu um recorde mundial ao voar uma formação, em "diamante", de cinquenta T-6.Um selo da Austrália onde oT-6 éconhecido como "Boomerang" |
Um T-6 a aterrar (foto FAP)
| T-6 com armamento diverso sob as asas (Foto J. S. Pereira) www.aeronauta.com/aero.fenix/t-6fap.html |
Especificações
Envergadura (asa a asa): 42 ft. (1 ft =31 cm. aprox.) Comprimento: 29 ft. 6 in. (1 in =2,54 cm aprox.) Altura: 10 ft. 10 in. Peso com carga e combustível: 5,617 lbs. (1lbs=0,45 g aprox.) Armamento possível: ver figura acima, à direita. | Motor: Um, radial, Pratt & Whitney R-1340 def 600 hp. Velocidade máxima: 206 mph. (1 milha = 1,6 km aprox.) Velocidade de cruzeiro: 145 mph. Raio de acção: 1000 Km com tanque suplementar de 250 litros Teto:: 23,200 ft |
Dornier DO-27 (Foto FAP)
"Os aviões Do 27, de que a Força Aérea teve 133 exemplares nas versões A3 e A4, começaram a ser recebidos em 1961.
Estes aviões foram adquiridos para operação no Ultramar, em missões de transporte ligeiro, evacuação sanitária e reconhecimento armado, para o que eram equipados com lança foguetes" Fonte FAP. | Dornier DO-27 Foi o primeiro avião feito na Alemanha (Oeste) depois da Grande Guerra, seguindo o mesmo conceito do Fieseller Storch. Foram manufacturados 628, e tanto teve uso civil como militar Especificações do Dornier DO-27 Motor- Lycoming GO-480-B1A6 de 270 hp)
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Ilustração num kit de montagem do modelo do Nord 2501 Noratlas. Notar a característica de ter duas caudas
Foram retirados do serviço em 1978, havendo 3 no Museu da Força Aérea Portuguesa.
| Noratlas, também conhecido por Nordatlas. Em 1960 a Força Aérea Portuguesa adquiriu 6 Nord 2502-A Noraltas e, em 1962, 6 Nord 2501-F Noraltas, estes últimos com motores mais poderosos. que foram estacionados na AB9 em Luanda e na AB 10 na Beira, Moçambique. A eles juntaram-se, em 1968, 19 Nord 2501-D Noraltas. que foram usados em Tancos para treino de pára-quedistas e, nas colónias, conjuntamente com os Douglas, deram suporte aéreo nas áreas de comunicação, lançamento de pára-quedistas, transporte de feridos, etc.Especificações do Noraltlas2501-D Motor: 2 x Bristol Hercules 758/759 de 2040 hp Envergadura:................32,50 m Comprimento:................ 21,96 m Altura: ..................................6 m Superfície alar:............101,20 m2 Peso vazio: ...................13075 kg Peso equipado:............. 21500 kg Velocidade máxima:.......... 431 km Raio de acção: ................3000 km Razão de subida.............. 375 m/min Tecto de serviço.............. 7500 m |
O Auster D.5 / 160 (Foto FAP)O Auster é a versão inglesa do avião americano Taylorcraft, desenhado por volta da II Guerra Mundial, e do qual derivaram várias versões. Uma avioneta capaz de descolar e aterrar em espaços muito curtos. | Auster D.5 / 160 Portugal começou por adquirir 15 aviões da versão D.4 (108 hp). Em 1961, sob licença, construiu na OGMA 84 aviões da versão D.5, mais poderosos. Este avião foi utilizado em missões de observação, transporte e evacuação sanitária, sobretudo nas Colónias, entre 1961 e 1974.Especificações: Motor:......Lycoming O-320-B2B de 160 hp Envergadura................................. 10,97 m Comprimento................................... 6,75 m Altura.............................................. 2,51 m Superficie Alar.............................16,92 m2 Peso vazio..................................... 616 Kg Peso equipado............................... 950 Kg Velocidade máxima...................... 203 km/h Raio de acção................................. 740 km Razão de subida......................... 228 m/min Tecto de serviço............................ 3840 m |
O Junkers Ju 52 / 3 m. Com um motor no "focinho" e um em cada asa. Um avião feio e ronceiro, mas extremamente fiável. (Foto de um postal) Detalhe do "focinho" | Junkers Ju 52 / 3 m 10 trimotores, de origem alemã, de bombardeamento e transporte, foram inicialmente importados em 1937 na versão g3e. Mais 2, em 1951, na versão g7e, e mais 14, em 1961, designados Amiot AAC-1 Toucan, fabricados em França. Antes da Guerra Colonial foram utilizados como aviões civis de transporte de pessoas e bens e, durante a guerra, sobretudo como aviões de transporte e lançamento de pára-quedistas. Especificações: Motores: 3x BMW 132-A de 600 hp cada Envergadura......................... 29,25 m Comprimento......................... 18,90 m Altura...................................... 4,50 m Superfície Alar.................... 109,48 m2 Peso vazio............................. 5603 Kg Peso equipado..................... 11030 Kg Velocidade máxima.............. 305 km/h Raio de acção......................... 1300 km Razão de subida.................... 210 m/min Tecto de serviço....................... 5500 m |
Um Douglas C-54 (Skymaster) (Foto FAP) . | Skymaster Douglas C-54 Os Douglas SC-54 e HC-54 tinham duas "bolhas de plexiglass" que eram duas largas e bombeadas janelas circulares na fuselagem traseira, para observação do oceano. São derivados do Douglas DC-4. Úteis em tarefas de transporte, lançamento de pára-quedistas, como avião hospital, na guerra electrónica, etc. Foram usados na Guerra Colonial, assim como os Douglas C-47. |
DC-4 "Skymaster" a subir quase na vertical, de "barriga para cima". (Foto SAAF) . | Um avião grande, e um grande avião, capaz de fazer manobras acrobáticas insuspeitas, como se vê na foto.Propulsionados por 4 motores radiais Pratt & Whitney R-200, estes Douglas foram aviões muito usados, tanto na guerra como na vida civil por várias companhias aéreas como a TAP, e podiam voar rasando o solo, por exemplo a 3 metros. Especificações: Envergadura: 35,81 m Comprimento: 28.63 m Altura: 8,39 m Vel. máxima: 440 K Km/h Raio de acção: 6276 Km Teto de serviço: 6705 m Peso vazio. 17.237 Kg Peso máx à descolagem: 33.112 Kg |
Lockheed P2-5 "Neptune" (Foto de um postal) | Lockheed P2- 5 "Neptune" EspecificaçõesMotor - 2 Wright R-3350-32W de 3.500hp cada Comprimento...................................27,93 m Altura................................................8.94 m Velocidade máxima .......................572 Km/h Velocidade de cruzeiro ................332 Km/h Raio de acção ................................5930 Km Usados na Guerra Colonial, foram desenvolvidos pela Lockheed para missões de guerra electrónica, ataque antinavio e canhoneiro-voador. |
O Lockheed Hércules C-130 (Foto SAAF) | Hércules C-130 Um quadrimotor de asa alta e trem retráctil, é o avião de transporte militar e de ajuda humanitária presentemente mais usado. O acesso de carga faz-se por uma porta traseira, que se abre em rampa, o que facilita o processo de carga e descarga de qualquer tipo de |
material, e o lançamento de pára-quedistas ou mercadoria a qualquer altitude. Já houve uma versão com portas de carga laterais. É uma aeronave muito versátil com capacidade para a realização de missões de transporte aéreo geral e táctico, operações de combate a incêndios florestais, de patrulha marítima de busca e salvamento, de "avião mãe" para abastecimento no ar de combustível a outros aviões, etc. O primeiro protótipo saiu da fábrica Lockheed de Burbank em 23 de Agosto de 1954 como YC- 130, foi baptizado em 1955 como C-130A, sendo entregue ao TAC (Comando Aéreo Táctico) Americano em Dezembro de 1956. Apareceram cerca de 70 versões deste aparelho. A Inglaterra foi o seu primeiro utilizador Europeu, tendo apetrechado alguns deles com uma fuselagem alongada, a que chamou C.Mk 3 . Portugal tem as versões C-130H, um avião que pode ser usado como hospital, e o C-130H-30 que resultou no acrescentar de dois anéis à fuselagem do C-130H, tornando-o mais longo em cerca de 4,472 m. O C-130 pode voar rasando o solo, com mais facilidade do que o Douglas C-4, devido à posição elevada dos motores. |
Especificações | C-130 H | C-130 H-30 |
Comprimento | 29,79 m | 34,36 m |
Envergadura | 40,41 m | 40,41 m |
altura | 11,65 m | 11.65 m |
Peso vazio | 80000 lbs | 85000 lbs |
Peso máx. à descolagem | 155000 lbs | 155000 lbs |
Peso máx de carga | 40000 lbs | 35000 lbs |
Passageiros | 92 | 128 |
Tropas de infantaria | 78 | 114 |
Pára-quedistas | 64 | 92 |
Macas/paramédicos | 70/6 ou 74/2 | 93/8 ou 97/4 |
Combustível | 64000 lbs | 64000 lbs |
Teto de serviço | 35000 pés | 35000 pés |
Vel. máx. ao nível do mar | 589 Km/h | 589Km/h |
Vel. de cruzeiro | 547 Km/h | 547 Kmh |
Raio de acção | 6480 Km | 6480 Km |
Motores | 4 x Allison T-56-A-15, turbo-hélice | de 3362 Kw |
Alguns outros tipos de Hércules: *) AC-130 , (AC-130A e AC-130 U "Spectra"). É utilizado como "fortaleza", dai a ter a alcunha de "Canhoneiro Voador", equipado com um arsenal bélico de respeito: dois canhões Vulcan de 20 mm, um canhão Botors de 40 mm e um obus de 105 mm, podendo levar mísseis, bombas, etc. Está equipado para fazer patrulhas nocturnas. *) EC-130 , (EC-130 E, ABCCC, EC-130RR River Rider, EC-130 Compass Call) usado sobretudo como comando e controlo e para a guerra electrónica, provocando perturbações nas comunicações inimigas. *) HC/MC-\30, de que há várias versões. Por exemplo, o MC-130 Combat Talon é usado em missões de infiltração secreta e de salvamento, sobretudo de pilotos, estando equipado com uma forquilha no nariz, parte do sistema Fulton ATAR, de salvamento de pilotos. O HC-130N é um avião de salvamento, de combate, tendo capacidade para incluir um sistema de reabastecimento em voou. Todos estes aviões são fisicamente parecidos, salvo em alguns pequenos detalhes, com o C-130. |
Um monumento com um Fiat G-91R/3, autêntico, na Praça Associação de Especialistas da Força Aérea, oferecido pelo Comando da Base do Montijo. (Foto FAP) . | Fiat G-91 "A Força Aérea adquiriu os primeiros Fiat G91 em 1966 tendo chegado a ter 74 aparelhos deste tipo, nas versões R/3 e R/4, mais 11 bi-lugares na versão T/3.Avião de apoio de fogo e reconhecimento fotográfico, entrou ao serviço na Base Aérea 5 e foi largamente utilizado na Guiné (Esquadra 121 - Tigres - sediada na Base Aérea 12 em Bissalanca) e em Moçambique (Esquadra 502 - Jaguares - sediada em Nacala, e Esquadra 702 - Escorpiões - em Tete Chingosi) tanto em missões independentes como em apoio às forças de superfície. Efectuaram ainda destacamentos em Angola (Base Aérea 9 - Luanda) ...". Fonte: FAP. |
Fiat G-91 (Foto FAP) |
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O Republic F-84G "Thunderjet" (Foto FAP) . | Republic F-84 Começou a sua vida activa em 1950 substituindo o F-51 Mustang e o F-80C Shooting Star, como caça bombardeiro subsónico. O F-84G, foi o primeiro caça da USAF com capacidade para ser reabastecido no ar, tendo sido extensamente usado, por exemplo, na Guerra da Coreia. Na ponta das asas pode levar tanques auxiliares de combustível. Em 1953 Portugal recebeu 125 Thunderject, que foram distribuídos por várias bases, e largamente utilizado operacionalmente em Angola e esporadicamente, em Moçambique. Foram "abatidos" em 1974. |
Especifações do F-84 G Motor - Turbina Allison J-35-A29 de 2542 kgf Envergadura................................ 11,09 m Comprimento.............................. 11,61 m Altura........................................... 3,84 m Superficie Alar........................... 24,15 m2 | Pesos - Vazio............................... 5030 Kg Equipado....................................... 10670 Kg Velocidade máxima.................... 1000 km/h Raio de acção............................... 1400 km Razão de subida.......................... 1524 m/min Tecto de serviço.......................... 12500 m | Dos aviões militares a jacto "fora de moda", continua a ser um dos preferidos por pilotos dos E.U.A, em festivais de aviação. |
Este Mig-17, marcado Nº 21 foi o Mig tripulado por um piloto militar da Frelimo que desertou para a África do Sul em 1985. Esta foto, tirada pela força aérea Sul-Africana, mostra o momento em que passa junto ao Voortrekker Monument, nos arredores de Pretória. |
O Mig 17 (e 5 versões principais dele) derivou de um redesenhar do Mig-15 Fagot / Midget. Foi construído aos milhares em vários países como a Polónia, Checoslováquia e China, e usado em cerca de 30 países. Um excelente avião, para a sua época.Quando foi decidido, em Dezembro de 1975, enviar tropa Cubana para Angola, com ela foram enviados 9 Mig-17F e um Mig-15TI, com os quais se formou um esquadrão da FAPA, composto por Cubanos e sob o comando do major José A. Montes. Estes Mig-17F tiveram o seu baptismo de fogo contra a FLEC de Cabinda. Nesta guerra os Cubanos também usaram o Mig-21MF, sobretudo no Sul de Angola, contra a Unita. |
Especifações dos Mig-17AS e (Mig-17F Fresco-C)
Fonte: uma brochura militar, mas há pequenas divergências entre diversas fontes!
Fonte: uma brochura militar, mas há pequenas divergências entre diversas fontes!
Ano ..............................................................1949 (1951) Comprimento, m..........................................11,26 (11,26) Envergadura asa a asa, m............................9,60 (9,63) Altura, m........................................................3,80 (3,80) Superfície Alar, m2......................................22,60 (22,60) Peso vazio, kg.............................................3,798 (3,950) Peso normal à descolagem, kg....................5,340 (5,354) Peso máximo à descolag.............................5,929 (6,069) Combustível, kg...........................................1,173 (1,170) Velocidade máxima, km/h............................1,070 (1,154) Velocidade máx. ao nível do mar, km/h..................1,060 | Raio de acção, km ....................................................1,165 (1,160) Raio de acção com tanques suplementares, km.........1,907 (2,020) Teto , m....................................................................14,700 (16,470) Poder de subida, m/s ...............................................75 (65 sem AB) G..............................................................................................8 (8) Propulsão.............................................Klimov VK-1A (Klimov VK-1F) Potência, kg.................................................................2,700 (2,600) Potência com "afterburning".................................. não tem (3,380) Canhões...................................um ND-37D de 37mm e dois N-23 de 23mm. Sob as asas pode levar bombas até um total de 500 Kg, mísseis ar-terra e mísseis ar-ar. |
Helicóptero Alouette III (ALIII) Alcunha "O Mosca". (Foto FAP). Na Guerra Colonial foram usados este, e o Allouete II. O Alouette II O Alouette II era muito parecido com o Bel H-13 Sioux, entre outros. | O Alouette III Desenvolvido pela Sud-Aviation, que mais tarde se passou a chamar Aeropatiale, o protótipo do Alouette III, que substituiu o Alouette II, foi testado em 1959. Foram introduzidos em Portugal em 1963, que parece ter sido o primeiro país que os usou em combate, em missões diversas, desde transporte ou evacuação médica até ao apoio de fogo e escolta. Os Sul-Africanos chamavam-lhe o "Draadkar" ou "carro arame", designação que vem do facto do seu antecessor, o AL II ter 3 secções bem distintas: À frente, a bolha de cabina do piloto, no meio, a estrutura do motor e, finalmente, uma cauda que era um emaranhado de barrasEspecificaçõesComprimento(rotor em movimento): 12,84 m Diâmetro do rotor: ...........................11.02 m Altura:................................................ 2,97 m Velocidade máxima:........................ 210 Km/h Raio de acção:................................... 520Km Peso vazio: ......................................1243 Kg Peso máx. à descolagem: ................2100 Kg Tripulação: 1 + 6 . |
E, já agora, uns caças um pouco menos antigos.
Topo: O americano Lockheed F-16 (Foto: Panfleto da Lockheed Martin). Em baixo à esquerda: O francês, Dassault Mirage 2000 N de asa em delta. O 2000 tem várias versões, com ou sem tubo de alimentação em voou. (Foto de um panfleto)Em baixo à direita: O Mig-33 é um derivado do Mig-29 (M). (Foto VAR) Reparar na cauda de duas asas verticais, "derivas verticais" com uma ligeira inclinação para fora. Outros Migs: O Mig -31 "Foxhound" derivou do Mig-25 "Foxbat" que fora desenhado principalmente para abater bombardeiros de grande altitude voando a Match 3. O Mig 25, por sua vez substituíra modelos mais antigos como o Mig-19 " Farmer-E", e um dos mais famosos e temidos caças, o Mig-21, " Fishbed-F". |
Siglas: FAP = Força Aérea Portuguesa: www.emfa.pt/museu/aero0.htm
SAAF = Força Aérea Sul- Africana
Var = Força Aérea Russa
joaogil.planetaclix.pt
Guiné > Zona Leste > Geba > CART 1690 > 1967 > O Cap Art Manuel Carlos Conceição Guimarães, morto aos 29 anos. Terão morrido 24 capitães no TO da Guiné durante a guerra colonial (1963/74). Excluindo um capitão de 2ª linha e um outro, de quem faltam elementos de identificação, sabemos que desses 22, dezassete eram comandantes de companhias operacionais - 11 do quadro e 6 milicianos. Dez, todos comandantes de companhias operacionais, morreram em combate, sendo 9 do quadro e 1 miliciano. (LG)
Foto: © A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do nosso amigo e camarada Carlos Cordeiro (*):
Data: 24 de Junho de 2010 04:09
Assunto: Capitães que morreram em campanha na Guiné
Caros Luís e Carlos,
Junto uma lista dos capitães mortos em campanha na Guiné, entre 1963 e 1974. Tinha dois erros no comentário que inseri no P 6621 (**): em combate faleceram nove capitães do quadro, um miliciano e um de 2.ª linha e não como lá dizia (10 do quadro).
_________________
Notas de L.G.:
(*) Carlos Cordeiro: Membro da nossa Tabanca Grande; combatente em Angola, onde fez a sua comissão de serviço como Fur Mil At Inf no Centro de Instrução de Comandos, nos anos de 1969/71; vive em Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, onde é professor de História Contemporânea na Universidade dos Açores.
Para além dos camaradas que pereceram na instrução, na execução de saltos de treino e nos exercícios de manutenção operacional, cento e trinta e três morreram e setecentos e trinta e dois ficaram feridos, combatendo nas antigas Províncias Ultramarinas Portuguesas. A boina, que os primeiros iriam conquistar e que os últimos já usavam, é a mesma que hoje usamos: a Boina Verde.
SAAF = Força Aérea Sul- Africana
Var = Força Aérea Russa
joaogil.planetaclix.pt
Guiné 63/74 - P6638: Lista alfabética dos 24 capitães que morreram em campanha no CTIG, dos quais 10 em combate, todos comandantes de companhias operacionais (9 Cap QP, 1 Cap Mil) (Carlos Cordeiro)
Foto: © A. Marques Lopes (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem do nosso amigo e camarada Carlos Cordeiro (*):
Data: 24 de Junho de 2010 04:09
Assunto: Capitães que morreram em campanha na Guiné
Caros Luís e Carlos,
Junto uma lista dos capitães mortos em campanha na Guiné, entre 1963 e 1974. Tinha dois erros no comentário que inseri no P 6621 (**): em combate faleceram nove capitães do quadro, um miliciano e um de 2.ª linha e não como lá dizia (10 do quadro).
A totalidade é de 24 e não 23, pois não tinha incluído o Cap 2ª linha Abna na Onça, que, aliás, é por diversas vezes referido no blogue.
Não consegui obter qualquer elemento relativamente ao Cap Joaquim Simão e é provável que ele não conste do Monumento aos Mortos do Ultramar.
Temos, então, que faleceram 16 capitães do quadro e 6 milicianos (não incluídos o Abna nem o Simão). Destes 22, 17 eram comandantes de companhias operacionais - 11 do quadro e 6 milicianos. Todos os que morreram em combate eram, naturalmente, comandantes de companhias operacionais.
O nosso blogue tem referências a 12 destes camaradas mortos em defesa da Pátria.
Gostaria de deixar claro que esta listagem pode conter muitas falhas. Segui, exclusivamente, os recursos da Internet. Baseei-me na lista da Liga dos Combatentes e, a seguir, procurei os restantes dados (miliciano, comandante de companhia operacional...) que encontrei, geralmente, no site http://ultramar.terraweb.bis/, nas listagens elaboradas pelo camarada José Martins. Como é evidente, este sistema não é absolutamente seguro e o José Martins tem alertado para o número significativo de militares mortos que não constam da lista da LC [, Liga dos Combatentes].
A formatação da listagem fica ao vosso critério. Optei pela ordem alfabética, mas talvez até fosse melhor ter optado pela data da morte.
Um grande abraço,
Carlos
2. Lista alfabética dos capitães que morreram no TO da Guiné (Nome / Posto e arma / Subunidade / Causa / Data / Observações) [Entre parênteses rectos, informação adicional introduzida pelo editor]
Não consegui obter qualquer elemento relativamente ao Cap Joaquim Simão e é provável que ele não conste do Monumento aos Mortos do Ultramar.
Temos, então, que faleceram 16 capitães do quadro e 6 milicianos (não incluídos o Abna nem o Simão). Destes 22, 17 eram comandantes de companhias operacionais - 11 do quadro e 6 milicianos. Todos os que morreram em combate eram, naturalmente, comandantes de companhias operacionais.
O nosso blogue tem referências a 12 destes camaradas mortos em defesa da Pátria.
Gostaria de deixar claro que esta listagem pode conter muitas falhas. Segui, exclusivamente, os recursos da Internet. Baseei-me na lista da Liga dos Combatentes e, a seguir, procurei os restantes dados (miliciano, comandante de companhia operacional...) que encontrei, geralmente, no site http://ultramar.terraweb.bis/, nas listagens elaboradas pelo camarada José Martins. Como é evidente, este sistema não é absolutamente seguro e o José Martins tem alertado para o número significativo de militares mortos que não constam da lista da LC [, Liga dos Combatentes].
A formatação da listagem fica ao vosso critério. Optei pela ordem alfabética, mas talvez até fosse melhor ter optado pela data da morte.
Um grande abraço,
Carlos
2. Lista alfabética dos capitães que morreram no TO da Guiné (Nome / Posto e arma / Subunidade / Causa / Data / Observações) [Entre parênteses rectos, informação adicional introduzida pelo editor]
por Carlos Cordeiro (*)
- ABNA NA ONÇA: Cap 2.ª linha / Polícia Admninistrativa, natural de Porto Gole / Cart 1661 / Combate (v., entre outros, os postes P CCCXXV – I Série, de 30/11/2005, 5122, de 17/10/2009 e P4820, de 14/8/2009).
- ANTÓNIO ALBERTO JOYCE FONS: Cap Grad Cav / Cmdt CCav 3365 / Doença / 26 de Maio de 1972.
- ANTÓNIO LOPO MACHADO DO CARMO: Cap Cav / Cmdt ECav 252 / Combate (CG 2.ª) / 14 de Março de 1963.
- ARMANDO ALMEIDA TAVARES : Cap SGE / CCS BCaç 512 / Doença / 2 de Maio de 1965. [Natural de Portalegre].
- ARTUR CARNEIRO GERALDES NUNES: Cap Inf / Cmdt CCaç 1788 / Combate / 16 de Fevereiro de 1968 (v. poste P3813, de 29/1/2009).
- CARLOS BORGES DE FIGUEIREDO : Cap Mil Art / Cmdt CArt 2742 / Acidente com arma de fogo / 2 de Abril de 1972 (v. P5938, de 6 de Março de 2010).
- DINIS ALBERTO DE ALMEIDA CORTE REAL: Cap Mil Inf / Cmdt CCaç 1422 / Combate / 12 de Junho de 1966.
- FAUSTO MANTEIGAS DA FONSECA FERRAZ : Cap Mil Grad Art / Cmdt CArt 1613 / Acidente com arma de fogo / 24 de Dezembro de 1966 (v. poste P4968, de 17/9/2009).
- FERNANDO ASSUNÇÃO SILVA : Cap Inf / Cmdt CCaç 2796 / Combate / 24 de Janeiro de 1971 (vd. poste P3451, de 13/11/2008).
- FRANCISCO VASCO GONÇALVES DE MOURA BORGES : Cap Cav / Cmdt CCav 2721 / Combate / 2 de Julho de 1970.
- FRANCISCO XAVIER PINHEIRO TORRES DE MEIRELES : Cap Inf / CCAÇ 508 / Combate / 3 de Junho de 1965). [Natural de Paredes]
- HELDER PEREIRA DOS SANTOS GARCIA: Cap Mil Inf / Cmdt CCaç 3548 7 Doença / 27 de Dezembro de 1972.
- ILÍDIO FERNANDO RODRIGUES DA CRUZ CALHEIROS : Cap SM /QG / Doença / 25 de Março de 1970.
- JOÃO BACAR DJALÓ : Cap Comando / Cmdt 1ª CCmds / Combate / 16 de Abril de 1971 (v. poste P2569, de 21/2/2008).
- JOÃO CARDOSO DE CARVALHO REBELO VALENTE : Cap Pil Av / BA 12, Bissalanca / Doença 14 de Outubro de 1963.
- JOÃO MANUEL DA COSTA CORDEIRO : Cap Pára-quedista / Cmdt CCP 123 / BCP 12 / Acidente / 22 de Maio de 1974 (v. poste P4216, de 19/4/2009).
- JOAQUIM MANUEL BARATA MENDES CORREIA : Cap Mil Inf / Cmdt 1ª Companhia do BCaç 4610 / Acidente de viação / 18 de Março de 1974.
- JOAQUIM SIMÃO – Cap / (?) / Doença / (?) (Não descobri qualquer informação. Pela pesquisa que fiz, não me parece mesmo que o nome apareça no Monumento aos Mortos do Ultramar. O José Martins vai resolver o problema).
- JOSÉ CARVALHO DE ANDRADE: Cap Cav / QG / Afogamento [no Rio Mansoa] / 25 de Julho de 1970. [v. poste P 3335, de 20/10/2008].
- JOSÉ JERÓNIMO DA SILVA CRAVIDÃO : Cap Inf / Cmdt CCaç 1585 / Combate / 4 de Junho de 1967.
- LUÍS FILIPE REI VILLAR: Cap Cav / Cmdt CCav 2538 / Combate / 18 de Fevereiro de 1970 (v., entre outros, poste P1908, de 1/7/2007).
- MANUEL CARLOS DA CONCEIÇÃO GUIMARÃES: Cap Art / Cmdt CArt 1690 / Combate / 21 de Agosto de 1967 (v. poste P1745, de 9/5/2007).
- RUI ANTÓNIO NUNO ROMERO : Cap Mil Inf / Cmdt CCac 1565 / Acidente com arma de fogo / 10 de Julho de 1966 (v. poste P2335, de 8/12/2007).
- VICTOR MANUEL MENDES FERREIRA: Cap Eng SM / DSM / Acidente / 28 de Setembro de 19/74. [v. poste P2192, de 18/10/2007]
(*) Carlos Cordeiro: Membro da nossa Tabanca Grande; combatente em Angola, onde fez a sua comissão de serviço como Fur Mil At Inf no Centro de Instrução de Comandos, nos anos de 1969/71; vive em Ponta Delgada, Ilha de S. Miguel, onde é professor de História Contemporânea na Universidade dos Açores.
É irmão do infortunado Cap Pára-quedista João Manuel Costa Cordeiro, Cmdt CCP 123 / BCP (Guiné, 1972/74), morto em 22/5/1974, por acidente, em salto com pára-quedas.
(**) Vd. poste de 20 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6621: Controvérsias (88): A ruptura do stock de capitães do QP e a milicianização da guerra (A. Teixeira / J. Manuel Matos Dinis / Mário Pinto / Manuel Rebocho)
blogueforanadaevaotres.blogspot.pt
Embora em 1952 tenha sido publicada legislação que previa a eventualidade de poderem ser integradas nas forças aéreas em operações, fazendo ou não organicamente parte delas, unidades de pára-quedistas, só em 1955 foram criadas as Tropas Pára-quedistas.
Com efeito, em 23 de Novembro de 1955. foi publicado o Decreto-Lei nº 40394 que, na dependência do Subsecretário de Estado da Aeronáutica, em ligação com o Ministério do Exército, organizava junto de uma das bases aéreas um centro de formação e treino de caçadores pára-quedistas, integrando as unidades de tropas desta especialidade cuja constituição fosse determinada pelas circunstâncias. Na mesma data o Decreto-Lei n° 40395 regulava a Organização, Recrutamento e Serviço das Tropas Pára-quedistas, criando assim o Batalhão de Caçadores Pára-quedistas. O artigo 20º deste Decreto-Lei determinou, pela primeira vez em Portugal (4), o uso de uma boina como artigo de fardamento. A Boina Verde, destinada a substituir o barrete nº 1 e o barrete de campanha, para os militares especializados em pára-quedismo. Não só se assistia à criação de um novo artigo de fardamento, como se dava expressão legal a um símbolo já conquistado e usado desde 9 de Julho desse ano, por cento e noventa e seis militares portugueses. Com efeito, de 1951 a 1955, 196 oficiais, sargentos e praças foram qualificados pára-quedistas, após cursos em França e Espanha.
Com efeito, em 23 de Novembro de 1955. foi publicado o Decreto-Lei nº 40394 que, na dependência do Subsecretário de Estado da Aeronáutica, em ligação com o Ministério do Exército, organizava junto de uma das bases aéreas um centro de formação e treino de caçadores pára-quedistas, integrando as unidades de tropas desta especialidade cuja constituição fosse determinada pelas circunstâncias. Na mesma data o Decreto-Lei n° 40395 regulava a Organização, Recrutamento e Serviço das Tropas Pára-quedistas, criando assim o Batalhão de Caçadores Pára-quedistas. O artigo 20º deste Decreto-Lei determinou, pela primeira vez em Portugal (4), o uso de uma boina como artigo de fardamento. A Boina Verde, destinada a substituir o barrete nº 1 e o barrete de campanha, para os militares especializados em pára-quedismo. Não só se assistia à criação de um novo artigo de fardamento, como se dava expressão legal a um símbolo já conquistado e usado desde 9 de Julho desse ano, por cento e noventa e seis militares portugueses. Com efeito, de 1951 a 1955, 196 oficiais, sargentos e praças foram qualificados pára-quedistas, após cursos em França e Espanha.
Em 9 de Julho de 1955, 188 militares portugueses terminam o chamado "Curso de Espanha" na Escola de Pára-quedismo Militar do país vizinho. Neste dia, e após o último salto do curso, os finalistas receberam os distintivos de pára-quedista militar espanhol ("brevet"), em cerimónia onde, além de altas individualidades militares espanholas, estavam presentes diversos oficiais generais portugueses, entre os quais o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Foi ainda neste dia, 9 de Julho de 1955, que as primeiras boinas verdes, confeccionadas em Portugal e transportadas para Alcantarilla em avião militar da comitiva portuguesa, foram impostas a todos os militares qualificados pára-quedistas, quer em França quer em Espanha.
Em 14 de Agosto de 1955, o Capitão Armindo Martins Videira recebe o Guião do BCP das mãos do Presidente da República Portuguesa, General Craveiro Lopes, após o que todo o Batalhão desfila pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, envergando a boina verde e criando uma "sensação invulgar de aprumo e atavio, de força e poder" (5), .
Em 14 de Agosto de 1955, o Capitão Armindo Martins Videira recebe o Guião do BCP das mãos do Presidente da República Portuguesa, General Craveiro Lopes, após o que todo o Batalhão desfila pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, envergando a boina verde e criando uma "sensação invulgar de aprumo e atavio, de força e poder" (5), .
Seria demorado referir agora, exaustivamente, as variadíssimas ocasiões em que os "páras" causaram admiração e espanto, mas também inveja e receios, quando, publicamente, em saltos, desfiles e exercícios demonstraram as suas capacidades, que muito rapidamente se identificavam com a boina verde. Atenda-se ao que o General Piloto-Aviador Edgar Cardoso escreveu, em 1963, no seu livro "Presença da Força Aérea em Angola", e fica-se com uma ideia da reacção das populações perante a actuação dos "páras" no exercício HIMBA, em Angola, em 1959. "Recolhidos os pára-quedas, procedeu-se rapidamente ao reagrupamento da Companhia de Caçadores Pára-quedistas, comandada por um Capitão, que depois desfilou por forma tão notável, pela cadência e ar marcial, que provocou uma calorosa ovação de todos que tiveram o prazer de assistir a esse espectáculo até então inédito em Angola, chegando-se mesmo a ouvir entusiásticos vivas a Portugal."
Desde 1955 a 1960 os "páras" granjearam a fama de militares de elite, não só pelas aparições públicas mas também e muito especialmente porque para ser boina verde era necessário (e é!), percorrer um longo e duro caminho desde que o jovem candidato se submetia às provas de admissão até que, após o último salto do Curso de Pára-quedismo, passava a usar, por direito próprio, a boina verde. Apesar de tudo isto, ainda muitos dentro das Forças Armadas Portuguesas punham em causa a validade deste tipo de militares, esgrimindo argumentos diversos que não vem ao caso referir, vindo, no entanto, a situação que se iria viver em África nos anos seguintes a demonstrar, e de que maneira, a validade dos boinas verdes de Portugal.
A COR VERDE
Em Portugal, o "verde" foi a cor escolhida para a boina dos "páras". Segundo se julga saber (esta cor foi determinada pelo Ministro da Defesa Nacional (em 1955), Coronel Santos Costa.
Perante uma proposta dos "fundadores", em que se sugeria a cor "vermelha" ou ("marrom"), o Senhor Ministro, que tinha por hábito "DAR DESPACHO" com uma caneta de tinta permanente verde, terá escrito mais ou menos isto. "VERMELHO NÃO, QUE SEJA VERDE COMO A TINTA COM QUE ESCREVO ESTE DESPACHO."
Tudo indica que teriam sido razões de ordem ideológica a motivar tal atitude, compreensível numa época em que a cor vermelha estava demasiado conotada com o movimento comunista internacional, inimigo previsível da presença portuguesa em África.
Ao longo destes 48 anos a boina dos pára-quedistas tem sofrido algumas, poucas, ligeiras modificações, tanto ao nível da confecção como dos distintivos. As boinas começaram por ser adquiridas a firmas civis, mas, nos finais dos anos 60, foram distribuídas boinas verdes das OGFE (de qualidade duvidosa, diga-se). Embora a distribuição oficial fosse a das boinas OGFE, muitos "páras" continuaram a adquirir as suas nas firmas da especialidade.
Em Portugal, o "verde" foi a cor escolhida para a boina dos "páras". Segundo se julga saber (esta cor foi determinada pelo Ministro da Defesa Nacional (em 1955), Coronel Santos Costa.
Perante uma proposta dos "fundadores", em que se sugeria a cor "vermelha" ou ("marrom"), o Senhor Ministro, que tinha por hábito "DAR DESPACHO" com uma caneta de tinta permanente verde, terá escrito mais ou menos isto. "VERMELHO NÃO, QUE SEJA VERDE COMO A TINTA COM QUE ESCREVO ESTE DESPACHO."
Tudo indica que teriam sido razões de ordem ideológica a motivar tal atitude, compreensível numa época em que a cor vermelha estava demasiado conotada com o movimento comunista internacional, inimigo previsível da presença portuguesa em África.
Ao longo destes 48 anos a boina dos pára-quedistas tem sofrido algumas, poucas, ligeiras modificações, tanto ao nível da confecção como dos distintivos. As boinas começaram por ser adquiridas a firmas civis, mas, nos finais dos anos 60, foram distribuídas boinas verdes das OGFE (de qualidade duvidosa, diga-se). Embora a distribuição oficial fosse a das boinas OGFE, muitos "páras" continuaram a adquirir as suas nas firmas da especialidade.
A cor verde da boina (e não só), foi oficialmente definida através da Portaria nº 20911, de 16NOV64, que criou a cor "Verde Caçador Pára-quedista". Essa cor nem sempre foi respeitada. Com efeito, desde o início que alguns oficiais e sargentos, especialmente ou quase só, os que frequentaram cursos em França, usavam uma boina francesa de cor verde, mas num tom mais claro do que o oficial. Com a chegada das boinas OGFE a situação não melhorou, uma vez que estas debotavam com muita facilidade ficando "acastanhadas" ou "ruças" No período seguinte ao fim da guerra de África, e com os exercícios multinacionais que o CTP incrementou, uma nova "geração", embora mais uma vez se refira que pontual, de boinas verdes apareceu. Além das francesas (Legião, Marinha), também as belgas (Pára-Comandos), e mesmo americanas (Special Forces), apareceram a ser usadas por páras portugueses. Além de constituir uma certa marca de individualismo também com este uso se procurava uma boina de qualidade, para fugir às distribuídas oficialmente. Finalmente, em 1988, começaram a ser distribuídas as novas boinas das OGFE, mas com qualidade significativamente melhor do que as anteriores. Desde 1989/90 boinas com origem na firma "PARAGRUP" estão a ser distribuídas, sendo muito semelhantes às actuais OGFE. Quanto às boinas "importadas" e talvez fruto da melhoria das nacionais, aliadas a directivas rigorosas sobre o seu uso, parecem ter desaparecido.
ÁFRICA: "BOINAS VERDES" EM COMBATE
Após o exercício HIMBA, em Abril de 1959, os "páras" voltaram a pisar o solo africano em Agosto do mesmo ano quando, na sequência de incidentes ocorridos no porto de Bissau, um pelotão de "páras" para ali foi aerotransportado. Em fins de 1960, um destacamento de cães de guerra do BCP segue para Angola. Em Janeiro e Fevereiro de 1961, dois pelotões de "páras" escalam Cabo Verde (Ilha do Sal), Bissau e permanecem em S, Tomé até 22 de Fevereiro, como parte de uma operação para deter o paquete "Santa Maria". A partir desta data seguiram para Lourenço Marques onde chegaram a 23 de Fevereiro, a bordo dos "Nord Atlas" da Força Aérea.
Após o exercício HIMBA, em Abril de 1959, os "páras" voltaram a pisar o solo africano em Agosto do mesmo ano quando, na sequência de incidentes ocorridos no porto de Bissau, um pelotão de "páras" para ali foi aerotransportado. Em fins de 1960, um destacamento de cães de guerra do BCP segue para Angola. Em Janeiro e Fevereiro de 1961, dois pelotões de "páras" escalam Cabo Verde (Ilha do Sal), Bissau e permanecem em S, Tomé até 22 de Fevereiro, como parte de uma operação para deter o paquete "Santa Maria". A partir desta data seguiram para Lourenço Marques onde chegaram a 23 de Fevereiro, a bordo dos "Nord Atlas" da Força Aérea.
Em 15 de Março de 1961, a União das Populações de Angola, assalta e queima numerosas povoações e fazendas do Norte de Angola, assassinando indistintamente brancos, negros e mestiços de ambos os sexos e de todas as idades. No dia seguinte, 16MAR61, os pára-quedistas seguem para Angola em aviões da Força Aérea Portuguesa. Não mais os Boinas Verdes abandonariam África até 1975, ano em que os primeiros a chegar quando o terrorismo deflagrou foram os últimos a sair quando a antiga província portuguesa de Angola obteve a independência.
Se os fundadores tinham criado a fama, o mito da Boina Verde, os seus sucessores não só mantiveram como, muitas vezes com o sacrifício da própria vida, dilataram o prestígio até aí alcançado. É necessário rever as fotos do Ministro do Ultramar, alto dignitário do Estado a abraçar veementemente soldados pára-quedistas regressados de uma operação, rostos marcados pelo cansaço, barba de dias, camuflados sujos, mas usando orgulhosamente a boina verde, é necessário rever estas fotografias para perceber o profundo respeito, admiração e gratidão que os "páras" portugueses, granjearam, fruto do seu comportamento em combate.
Terminadas as operações ofensivas contra os guerrilheiros (meados de 1974), passaram os "páras" a assegurar a evacuação, do interior das províncias de Moçambique e Angola para os portos e aeroportos de partida com destino à Metrópole, de militares e civis, brancos e negros portugueses. Também aqui, em situações extremamente difíceis, que, inclusive, custaram a vida a alguns pára-quedistas, a Boina Verde significou para muitos portugueses a única "tábua de salvação".
ORIENTE: MISSÕES HUMANITÁRIAS
Coube às enfermeiras pára-quedistas "abrir e fechar" a presença dos Boinas Verdes portugueses por terras do Oriente.
Em Dezembro de 1961, enfermeiras pára-quedistas participam na evacuação de civis e militares de Goa para Lisboa, via Karachi, em "Constellation" da TAP. Em Abril de 1962, nova missão de evacuação, desta feita em avião da Union de Transportes Aeriennes, de Goa para Karachi, e daqui para Lisboa em navios da Marinha Mercante nacional.
Coube às enfermeiras pára-quedistas "abrir e fechar" a presença dos Boinas Verdes portugueses por terras do Oriente.
Em Dezembro de 1961, enfermeiras pára-quedistas participam na evacuação de civis e militares de Goa para Lisboa, via Karachi, em "Constellation" da TAP. Em Abril de 1962, nova missão de evacuação, desta feita em avião da Union de Transportes Aeriennes, de Goa para Karachi, e daqui para Lisboa em navios da Marinha Mercante nacional.
Em 1975, os pára-quedistas foram chamados a Timor a fim de garantir a segurança e evacuação dos portugueses que ali se encontravam, sendo então criado o Destacamento de Caçadores Pára-quedistas n.o 1 em Dili. Em 1976, sete enfermeiras pára-quedistas dão apoio à evacuação de civis de Timor para Lisboa, via Honolulu e Bali, num "Boeing" da TAP.
Também no Oriente a boina verde significou apoio e segurança a muitos compatriotas, tendo, inclusive, o Comando Militar de quem dependiam, em Agosto de 1975 na província de Timor, solicitado não o envio de mais forças militares do Continente, mas, especificamente, de mais pára-quedistas (6),.
CONCLUSÃO
A história das Tropas Pára-quedistas é a história da Boina Verde.
Terminada a guerra no ex-UItramar Português, e durante o período difícil de 1975, o símbolo "BOINA VERDE" foi, sem dúvida, um dos elementos de união decisivos para garantir a continuidade das Tropas Pára-quedistas.
Hoje, a boina verde continua a atrair milhares de jovens que, das cidades, vilas e aldeias de Portugal, vêm nela algo que "mexe com eles". Estas novas gerações devem ser conhecedoras do passado glorioso da boina verde, de modo a que o símbolo mais querido das Tropas Pára-quedistas Portuguesas seja devidamente respeitado e honrado, porque hoje como no passado, a inveja, a maldade, a ignorância e quiçá o medo, dão origem a atentados (perfeitamente evitáveis), que tentam deturpar e diluir o significado profundo da Boina Verde.
A história das Tropas Pára-quedistas é a história da Boina Verde.
Terminada a guerra no ex-UItramar Português, e durante o período difícil de 1975, o símbolo "BOINA VERDE" foi, sem dúvida, um dos elementos de união decisivos para garantir a continuidade das Tropas Pára-quedistas.
Hoje, a boina verde continua a atrair milhares de jovens que, das cidades, vilas e aldeias de Portugal, vêm nela algo que "mexe com eles". Estas novas gerações devem ser conhecedoras do passado glorioso da boina verde, de modo a que o símbolo mais querido das Tropas Pára-quedistas Portuguesas seja devidamente respeitado e honrado, porque hoje como no passado, a inveja, a maldade, a ignorância e quiçá o medo, dão origem a atentados (perfeitamente evitáveis), que tentam deturpar e diluir o significado profundo da Boina Verde.
Para além dos camaradas que pereceram na instrução, na execução de saltos de treino e nos exercícios de manutenção operacional, cento e trinta e três morreram e setecentos e trinta e dois ficaram feridos, combatendo nas antigas Províncias Ultramarinas Portuguesas. A boina, que os primeiros iriam conquistar e que os últimos já usavam, é a mesma que hoje usamos: a Boina Verde.
GALERIA DE IMAGENS DE TROPAS PARAQUEDISTAS
fotos.paraquedistas.com.pt
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