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sábado, 21 de maio de 2011

Construir uma sociedade livre do vírus da violência. - Uma mulher na luta da violência contra a mulher.

Construir uma sociedade livre do vírus da violência.
Lutar contra a violência doméstica, contra a “corriqueira violência silenciosa” à qual as mulheres são vítimas, parece-me ser um tema da maior importância para todos quantos se preocupam em construir uma sociedade livre do vírus da violência.

É impossível pensar em um mundo seguro e em paz, enquanto no “recesso sacrossanto do lar” – como diriam os antigos, existir um agressor e uma vítima.

Pior ainda quando o agressor é o chefe da família e a vítima, a sua mulher.

Decidi, então, compartilhar algumas breves reflexões sobre o tema, que tenho abordado diariamente ao longo dos últimos dois anos aqui nesse blog. 

Eis alguns comentários selecionados:

Em todo o mundo, pelo menos uma em cada três mulheres já foi espancada, obrigado a fazer sexo ou sofreu alguma forma de abuso.

O agressor é, geralmente, um membro da família. Cada vez mais a violência de gênero é vista como um sério problema de saúde pública, além de constituir grave violação dos direitos humanos.

A sociedade precisa prevenir e expurgar esses crimes.

Para se evitar esses crimes é necessário buscar a melhora da auto-estima e a sensação de poder pessoal das mulheres; aumentar o acesso das mulheres e meninas à educação e intensificar o acesso e controle das mulheres sobre os recursos econômicos.

A capacitação feminina é não só uma meta louvável por si só, mas constitui também uma estratégia importante para a eliminação da violência contra a mulher.

Violência contra a mulher se dá no âmbito da família

A Sociedade Mundial de Vitimologia, instituição sediada na Holanda, em pesquisa sobre a condição feminina em 54 países, concluiu em 2005, que as mulheres brasileiras são as que mais sofrem com a violência no âmbito familiar: 23% das mulheres estão sujeitas à violência doméstica no Brasil.

Além disso, em cerca de 70% dos incidentes de violência contra a mulher, o agressor é o próprio marido ou o companheiro.

Em mais de 40% dos incidentes, ocorrem lesões corporais graves. No entanto, apenas 2% das queixas referentes a esses crimes resultam em punições. 

A gravidade da situação se confirma quando essas informações são cotejadas com os resultados de pesquisas realizadas por outras instituições voltadas para a defesa dos direitos da mulher.

Levantamento realizado pelo Movimento Nacional dos Direitos Humanos constatou que 72% dos assassinatos de mulheres foram cometidos por homens que privavam de sua intimidade.

Maridos e companheiros violentos

Pesquisa recentemente divulgada em 2004 pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) dá conta que 53% das mulheres vítimas de agressões graves de origem sexual viviam com o agressor há mais de dez anos.

O que tais observações mostram, em síntese, é a associação entre violência, casa e casamento.

Esta associação é, para dizer o mínimo, bizarra, mas se deixa compreender muito bem se levarmos em conta as considerações introdutórias deste documento, onde se procurou demonstrar que a cultura brasileira caracteriza se por certa incapacidade crônica, a saber, a de dotar os indivíduos dos necessários freios a determinados apetites, que, assim desabridos, não se detêm sequer em presença de pessoas com as quais se tenha muitas coisas em comum.

Pensemos, por exemplo, não apenas na violência contra as mulheres, mas também entre homens jovens que se conhecem, como colegas de escola ou de vizinhança, e teremos a idéia da medida em que é fácil, com a formação cultural brasileira típica, não enxergar no próximo senão um meio para a consecução de fins, antes de um fim em si mesmo.

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