Alguns fazem parte de grandes exércitos privados, criados principalmente nos Estados Unidos. Aqueles ganham bom salário. Outros são mercenários por vocação e até por «quatro pesos», também pagos pela mesma conta, são capazes de apoiar o bloqueio, aplaudem a Lei Helms-Burton... e juntam-se a qualquer manobra contra o país que os viu nascerem.
Autor: Elson Concepción Pérez | internet@granma.cu
Agosto 2019
Photo: Arquivo do Granma
Mercenários, como estes capturados em Playa Girón, fizeram dos cubanos um povo preparado contra as ameaças desses personagens inescrupulosos.
De tempos em tempos, é bom desempoeirar papéis e procurar conceitos dos que, no âmbito dos mídia, os inimigos do mundo assumiram e até implicitamente carregam no seu próprio DNA. Uma dessas palavras — mercenário — geralmente aparece ligada a pessoas ou exércitos que operam em qualquer lugar do mundo e a sua única convicção é ganhar dinheiro, muito dinheiro.
Segundo a Wikipedia, «um mercenário é um soldado ou pessoa com experiência militar que luta ou participa num conflito militar para seu benefício económico e pessoal, geralmente com pouca ou nenhuma consideração em ideologia, nacionalidade, preferência política ou religiosa com o lado para quem luta». A Wikipedia também os qualifica como assassinos e caçadores de recompensas.
Segundo a Russia Today, sabe-se que na primeira década do século XXI o mercado de exércitos privados de mercenários disparou até se converter num negócio que movimenta mais de 100 biliões de dólares. Isso sem contar, é claro, os mercenários que vendem as suas almas ao diabo por dinheiro e não vão à guerra — talvez por cobardia — mas prestam-se às acções mais vis contra seus concidadãos.
Devemos lembrar que quando vieram à tona os grandes escândalos no Iraque, Afeganistão e outros epicentros de guerra em relação aos mercenários, verificou-se que havia de muitos países europeus, dos EUA e até de algum outro país latino-americano. Nenhum deles era cubano.
Mas quero-me referir a outros mercenários — iguais ou piores — aqueles que, por dinheiro, são capazes de até pedir a intervenção militar estrangeira no seu próprio país, como Juan Guaidó na Venezuela, ou aqueles que apoiam medidas de bloqueio e até aplaudem que Donald Trump aplicasse o Título III da Lei Helms-Burton contra Cuba.
Geralmente, estes últimos não recebem salários, mas sabem arrastar-se aos pés do mestre imperial em troca de uma passagem de avião e suprimentos para viajar à Europa ou aos EUA, ou recebem esmolas vergonhosas pela sua contribuição à «causa cubana», como é chamada em Washington.
Este tipo de mercenário encoraja-se quando vê países vizinhos como a Venezuela, sitiada e atacada pelo seu próprio dono. É quando alguns desses personagens de pequena escala pedem para enviar cartas à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, para que ela «prepare» um relatório sobre esse assunto em Cuba, semelhante ao que acaba de ser publicado, sobre a Venezuela. Eles devem saber que esses relatórios vêm com o roteiro e a redação do Departamento de Estado dos EUA e vale fazer-lhes lembrar que contra Cuba todas essas infâmias caíram diante da verdade — e vale a pena a redundância — e da dignidade de todo um povo, que sabe identificar, lutar e derrotar seus inimigos, sejam internos ou externos.
Eu chamaria esses apátridas de mercenários ‘de mentalidade’, daqueles que, como traidores, até mesmo seus os próprios inspiradores acabam por odiá-los. Nesses casos, o vergonhoso papel de contratado é assumido por instituições norte-americanas como a Usaid, com fachada de agência de desenvolvimento, ou grupos de contra revolucionários nostálgicos em Miami, e até mesmo ONGs ocasionais, ou a Organização dos Estados Americanos (OEA) com o cunho distintivo de Luis Almagro.
Seria também aconselhável refrescar a memória daqueles que — daqui ou de lá — desempenham o papel de mercenários por vocação, que as leis acompanham a convicção dos cubanos de não permitir que mercenários militares ou civis aC
ctuem contra o próprio povo.
Aqueles que se vendem aqui por quatro dólares para servir uma potência estrangeira, o povo digno, corajoso, confiante, sempre lhes vai avisar que aqueles que pedem para continuar o bloqueio, aqueles que apoiam a aplicação da Lei Helms-Burton e aplaudem a ruptura dos laços entre norte-americanos e cubanos são tão mercenários quanto aqueles que usam armas contra os povos, embora estes últimos sejam mais bem pagos.
Agosto, 2019
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