AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

POSTAL




POSTAL

Chegam alguns, colocam um sorriso falso, declaram aberta a sessão encetando um discurso que começa em nada e acaba sem dizer nada.

São os "especialistas" no hipnotismo, o dos quadradinhos do Mandrake, os magos da oratória de conveniência eleitoralista.

Os vazios, os eunucos de massa encefálica aplaudem, remexem o cu nas cadeiras da plateia,
e sentem-se inteligentes e iguais ao que discursa,

Há sempre meia dúzia de efusivos escolhidos para o folclore que agitam bandeiras e gritam slogans diversos até ao derradeiro fim da lavagem, da lobotomia.

Os jornalistas assim que termina o evento precipitam-se para as entrevistas,solicitando um parecer.
Uns, interrogados dizem que estão ali por acidente.
Há também os eternos curiosos tipo "emplastro", os que pararam um pouco pare escutar mas logo apressam o passo com ar enjoado.
Os jornalistas continuam a insistir na esperança de captarem algumas declarações mais polémicas, os entrevistados dizem sempre a mesma coisa, apontam sempre sempre culpados clássicos e mostram um ar confiante acreditando que é dali que vai sair a solução para dias melhores.
Outros ainda, fogem furtivamente como se estivessem a ser fotografados dentro da esquadra da polícia e resmungam que é preciso autorização para tirar o retrato.

Na tarde seguinte ou no dia seguinte à reportagem, aparecem fotos nos jornais com o dobro da assistência ou num ângulo estudado,lêem-se palavras que não foram proferidas, outras deturpadas, descontextualizadas e vêem-se caras que estamos habituados a ver em todas as iniciativas da cidade ou do lugarejo que foi assaltado pelas promessas.


António Garrochinho

Sem comentários: