Por mais imoral, antiética, perigosa e desaconselhável que seja a vida do crime, há algo de fascinante em certos bandidos capazes de romantizar e significar um sentimento contra o establishment, como que em um levante pessoal contra as regras e as injustiças provenientes do sistema, que acabam despertando o interesse e até a admiração popular. Hoje a violência se intensificou e banalizou de tal forma que é impossível enxergar qualquer romantismo na vida do crime, mas no passado, poucos significaram melhor o espírito anti-herói capaz de burlar as regras para viver uma vida à margem do que o casal americano Bonnie e Clyde.
Adicionando à mítica da vida bandida o amor e o sexo como temperos infalíveis para torna-los a personificação de tal romantismo, Bonnie Parker e Clyde Barrow se conheceram em 1930, quando ainda eram jovens adultos. Clyde já havia sido preso algumas vezes e, em 1932, depois de mais uma vez ser solto, foi recomeçar a vida criminosa ao lado de sua amada. Belos, jovens, destemidos e completamente loucos, por dois anos, Bonnie e Clyde entraram numa espiral de assaltos a banco, roubos e assassinatos que aterrorizou, espantou e fascinou os EUA – numa época de gangsteres e mafiosos em um país em profunda crise económica e social, em que bandidos se tornavam verdadeiras celebridades.
A ficha de Clyde Barrow na polícia
A equipe policial responsável pela perseguição e morte da dupla
Em 23 de maio de 1934 a polícia finalmente encurralou os dois, atirando 107 vezes contra o casal que deixou a vida para entrar para a história. Hoje Bonnie e Clyde já se tornaram tema de filmes, livros, músicas, peças, até mesmo de um festival anual realizado anualmente no aniversário de morte na cidade de Gibsland, em Louisianna – a cidade mais próxima de onde o casal foi morto. E uma exposição, focada no fim da vida dos dois – em especial no cenário e nos acontecimentos posteriores à morte de Bonnie e Clyde – acaba de acontecer nos EUA.
O carro no qual a dupla foi morta, crivado de balas
Marca dos tiros no lado de Clyde do automóvel
Multidão rodeia o carro da dupla após a ação policial
O paletó de Clyde furado por tiros
A exposição Bonnie & Clyde: The End (O fim) reuniu documentos e principalmente fotos dos envolvidos e do ocorrido quando da morte dos dois. Feito fossem frames de um filme que de fato ocorreu na vida real, tais fotos pela primeira vez são reunidas para mostrar o que e como aconteceu o fim de tais singulares vidas – que se encerraram à força para se tornarem mitos e símbolos de uma época.
O corpo de Clyde
O corpo de Bonnie
Clyde e Bonnie mortos, com os policiais ao redor
O autor das fotos é desconhecido, e a exposição aconteceu na galeria PDNB, em Dallas, no Texas.
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