Numa altura de histeria patética de apoio ao Lula por parte de vários militantes do PCP ou amigos da CDU, creio que não será pior fornecer alguns apontamentos breves sobre a governação de “esquerda” da personagem. Sem prejuízo de voltar ao tema, tantas vezes quantas eu considerar oportuno para ajudar (infimamente) a esclarecer o que eu puder.
Por exemplo no ano 2000 a participação predadora de empresas estrangeiras na indústria da cana de açucar era de 1%. Dez anos depois situava-se já em 20%, graças à política de “esquerda” do Lula.
Entre 2007 e 2009, houve 45 fusões ou aquisições de fábricas no Brasil. Metade das que eram de propriedade brasileira foram adquiridas por grupos estrangeiros.
As entradas de leão (de esquerda) foram rapidamente esquecidas pelo PT e por Lula, logo em 2002. A incontornável (tão famosa que ela é) “Carta aos Brasileiros” é a proposta eleitoral com que Lula se apresenta aos votos. Do lado do Congresso, deitando fora o essencial que tinha ao seu dispor, a matéria-prima dos movimentos sociais que deveria ter sido o seu escudo imbatível(?) para assegurar uma verdadeira prática política de esquerda, ainda que reformista. Ficou antes conhecida como “Carta aos Banqueiros”.
A escravatura existente no Brasil, e imensa no tempo das presidências do Lula, conforme foi denunciado por tanta gente, desde logo pelo Movimento dos Sem Terra (da sua área política), envergonha profundamente a complacência do seu mandato.
Talvez já muito poucos se recordem do “Fome Zero” programa emancipador, de verdadeira construção de um outro tipo de cidadão. Uma tentativa eficaz de luta autonómica dos produtores. Abandonada por pressão absoluta dos presidentes de Câmara e do grande capital por detrás deles.
Substituído pelo famigerado “Bolsa Família”, de âmbito compensatório, trombeteado pela comunicação social petista falseada. Este programa de caridade nunca poderia ser o caminho, já que foi construído sob uma ideia esmolar com oratória emboscada.
Deram ao povo vários bens pessoais, sim; televisão, frigorífico e telemóvel passaram a ser bens conseguidos com relativa facilidade, sim; Até carro em 2ª mão, sim. Mas como os trabalhadores moram nos bairros de lata da periferia das cidades, não têm saneamento básico, a educação é horrível, etc, etc. O desafogo económico (enfim…) não acompanhou a inclusão política. Naturalmente que como nada daquilo foi sustentado caiu com estrondo. Lula sorria afável para o grande capital nacional e internacional.
Culminou a GRANDE BOUFFE com a chamada entusiástica de Joaquim Levy, como ministro da Economia. Propositadamente não vou dizer quem é o facínora. Investiguem…ou não.
Guilherme Antunes in facebook
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