A investigação teve origem na Operação "Rota do Atlântico", que tem José Veiga como o principal suspeito, e que investiga desde 2016 a alegada prática de crimes económicos. A Procuradoria-Geral da República confirmou a informação e precisa que o processo "teve origem numa certidão extraída da designada Operação “Rota do Atlântico”.
Em causa estão suspeitas de recebimento indevido de vantagens, crimes de corrupção (venda de decisões judiciais em favor das partes, recebendo subornos milionários), branqueamento de capitais, fraude fiscal e tráfico de influências.
A RTP apurou que Luís Filipe Vieira está entre os arguidos neste processo. Rui Rangel e a ex-mulher, a juíza Fátima Galante, são também arguidos e serão agora interrogados no Supremo Tribunal de Justiça.
Entre os elementos em investigação estão Rui Rangel (juiz desembargador), a sua ex-mulher Fátima Galante (juíza desembargadora), Santos Martins (advogado e amigo de Rangel, que seria o alegado testa de ferro que recebia o dinheiro para "comprar" decisões judiciais) e o filho de Santos Martins (titular das contas onde estava depositado o dinheiro que seria de Rui Rangel).
A Polícia Judiciária, em comunicado emitido ao início da tarde, confirma a detenção de “quatro homens e uma mulher, sendo dois advogados e um terceiro oficial de justiça e constituídos vários arguidos”. A PJ não confirma, no entanto, quantos são os detidos.
A PJ confirma a reação de uma operação a nível nacional que envolveu centena e meia de inspetores. A “Operação LEX”, dirigida pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção, visou “confirmar a eventual prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem, branqueamento, tráfico de influências e fraude fiscal qualificada”.
O processo corre termos no Supremo Tribunal de Justiça, coadjuvado pelo Departamento Central Investigação e Ação Penal.
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No decurso da operação foram realizadas trinta e três buscas, sendo vinte domiciliárias, três a escritórios de advogados, sete a empresas e três a postos de trabalho, confirma a Polícia Judiciária.
As buscas tiveram como alvo a casa de Rui Rangel, o Tribunal da Relação, o escritório de Santos Martins e sua casa, escritórios de alegados corruptores, na SAD do Benfica e casa de Luís Filipe Vieira
O Benfica emitiu uma nota em que “confirma a realização de buscas no âmbito de uma investigação que não tem por objeto o Clube e que se encontra em segredo de justiça”. O clube considera por isso especulativas as interpretações que envolvam o clube.
A acompanhar as buscas está o juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, Souto Moura, antigo Procurador-Geral da República.
A Procuradoria-Geral da República confirmou a meio da manhã a operação que estava no terreno. Em resposta à RTP, a PGR esclarece que “ao abrigo do disposto no art. 86.º, n.º 13, al. b) do Código de Processo Penal, confirma-se a realização de buscas em vários locais, designadamente no Tribunal da Relação de Lisboa. As diligências decorrem no âmbito de um inquérito dirigido pelo Ministério Público junto do Supremo Tribunal de Justiça, com a coadjuvação de magistrados do DCIAP.”.
Os suspeitos serão presentes para interrogatório no Supremo Tribunal de Justiça, já que dois dos suspeitos são juízes desembargadores.
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