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sábado, 24 de dezembro de 2016

As assimetrias regionais em Portugal

No estudo com o título "AS ASSIMETRIAS REGIONAIS EM PORTUGAL: um país que continua profundamente desigual. E A SITUAÇÃO NO MONTEPIO" analiso, utilizando dados do INE, as desigualdades profundas que continuam a existir entre as diferentes regiões e concelhos do país que são, em mutos casos, superiores às que existem entre Portugal e os países mais desenvolvidos da Europa.
Tal facto contribui para uma profunda desigualdade nas condições de vida dos portugueses a viver no mesmo país.
E apesar da criação recente de uma "unidade de missão para a valorização do interior" pelo atual governo, e desta ter já apresentado um vasto conjunto de medidas de boas intenções (são 164 medidas/intenção, sem contar outros desafios e objetivos), corre-se o risco dos seus efeitos serem muito reduzidos devido à falta de afetação de meios (o único que tem alguns meios - o Portugal 2020 - na aprovação dos projetos não estar a ter em conta as profundas desigualdades regionais como mostro).
Mapa Portugal4

Neste estudo, utilizando dados sobre o «Poder de compra concelhio» do INE, mostramos que:

  • (1) Continuam a existir grandes desigualdades no poder de compra dos portugueses a viver nos diferentes concelhos do país (em 2013, e são os últimos dados disponíveis, segundo o INE, o poder de compra médio de um habitante do concelho de Lisboa, o concelho mais desenvolvido, era ainda 3,7 vezes superior ao de um habitante do concelho de Cinfães, que era o concelho menos desenvolvido do país);
  • (2) A soma do poder de compra dos habitantes do concelho de Lisboa correspondia, em 2013, a 10,2% do poder de compra da população de todo o país (o concelho do Porto representava apenas 3,62%);
  • (3) Entre 2007 e 2013, a desigualdade de poder de compra entre os portugueses a viver nos diferentes concelhos diminuiu não porque a riqueza criada no país tenha aumentado e beneficiado mais os habitantes dos concelhos menos desenvolvidos (entre 2007 e 2013, o PIB real por habitante diminuiu 7% no nosso país), mas devido à redução muito significativa do poder de compra dos habitantes dos concelhos mais desenvolvidos, quando comparado com a média nacional, devido ao disparar do desemprego, ao congelamento e mesmo redução de salários que atingiram mais estes concelhos;
  • (4) Apesar de constar do programa do atual governo a criação de “uma unidade de missão para a valorização do interior, na dependência direta do Primeiro-Ministro”, esta “unidade” só foi criada em Nov.2016 (Resolução do Conselho de Ministros 72/2016) com muitas boas intenções mas sem meios como se conclui da análise da Resolução e da execução do “Portugal 2020”.

«As diferenças de poder de compra e, consequentemente, de nível de vida entre portugueses a viver nos diferentes concelhos do país é, em muitos casos, maior que as diferenças existentes entre Portugal e os países mais desenvolvido da União Europeia.
Destas últimas, fala-se e critica-se, mas das primeiras pouco se fala e muito pouco se faz para as eliminar.
Os diversos governos fazem promessas que constam mesmo dos seus programas mas cujos resultados, depois, são de efeitos reduzidos ou mesmo nulos país.»

Assimetrias_1
Assimetrias_2
Assimetrias_3


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