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terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Marinha incorpora um sexto dos quase 2000 candidatos deste ano


O navio Tejo, primeiro de quatro adquiridos à Dinamarca, parte hoje para a sua primeira missão operacional (na Madeira)
As chamadas "guarnições múltiplas" vão aumentar a permanência dos navios no mar ao reduzir tempos de paragem em terra

A Marinha vai incorporar em 2016 apenas um sexto dos quase 2000 jovens que se candidataram às 1105 vagas existentes nas fileiras, informou fonte oficial do ramo.
Dos 1953 indivíduos - homens e mulheres - que concorreram às várias especialidades do ramo naval das Forças Armadas, "previsão de incorporação" para este ano "não ultrapassará, em muito, os 300 militares", indicou ao DN o porta-voz da Marinha.
Segundo o comandante Coelho Dias, essa dificuldade de atração de voluntários - extensível aos outros ramos, Exército e Força Aérea, que não responderam até ao fecho desta edição - decorre da "elevada taxa de erosão gerada pela desistência, eliminação ou não comparência" dos candidatos "ao longo das diversas fase do processo de admissão (desde exames médicos a provas físicas ou testes psicológicos).
Em termos de efetivos, a Marinha tem atualmente 7697 militares (dos quais 250 em formação para ingresso nos quadros permanentes) - quase um milhar a menos do que os 8568 (ativo e reserva) aprovados para este ano, adiantou Coelho Dias.
Em termos de soluções passíveis de inverter esse quadro e já sugeridas à tutela, a Marinha identificou várias: alargar o universo de recrutamento de militares para o quadro permanente, por via do "aumento da idade de admissão" na categoria de praças; alterar a estrutura de efetivos para "fixar nos quadros permanentes" os quantitativos de pessoal (sargentos e praças) que estão em regime de contrato; assinar protocolos com empresas que lhes dê "acesso privilegiado" aos militares formados na Marinha quando estes terminarem os seus contratos.
A par das dificuldades ao nível do pessoal, a Marinha tem vindo a abater alguns dos seus navios mais antigos e já sem valor operacional. Mas essa realidade vai oferecer, aparentemente, uma oportunidade de o ramo desenvolver e operacionalizar um conceito vigente em Marinhas estrangeiras - como a britânica - e que o Estado-Maior já estudou no início desta década, disse o comandante Coelho Dias.
Guarnições múltiplas
A reavaliação desse conceito foi referida há dias pelo novo chefe do Estado-Maior da Marinha, almirante Silva Ribeiro, no primeiro discurso aos seus subordinados, como uma das soluções que "permitam uma maior rentabilização dos recursos, face às sinergias geradas com a utilização mais flexível e dinâmica dos meios disponíveis".
Além da partilha de infraestruturas entre a Marinha e a Autoridade Marítima Nacional (AMN), a implementar "de forma transversal" e de que é exemplo antigo "a cedência de espaços" na base naval de Lisboa para o material do Serviço de Combate à Poluição no Mar, ou da centralização de serviços dentro de cada uma daquelas duas organizações, Coelho Dias precisou que a criação de "guarnições múltiplas" vai permitir que os navios - , em articular os de menor dimensão - possam ter uma maior taxa de emprego operacional.
Partindo do pressuposto de "menos navios para mais guarnições", o porta-voz da Marinha sublinhou que se procuram - "com os mesmos recursos humanos", precisou - "ter condições" para um mesmo navio ter menores intervalos de paragem em terra.
Isso só será concretizável entre navios da mesma classe, dadas as especializações exigidas para determinados equipamentos e sistemas, sendo que maiores taxas de emprego operacional também deverão acelerar os períodos de manutenção e reparação (e respetivos custos). Contudo, a substituição de navios antigos por outros modernos, como é o caso dos da classe Cacine ou do navio balizador pelos patrulhas da classe Tejo, vai traduzir-se em guarnições menores e custos de operação e manutenção mais reduzidos.
Curiosamente, o primeiro navio dessa nova classe e que lhe dá nome, o Tejo, parte hoje do Alfeite para a sua primeira missão operacional com a bandeira portuguesa e com o símbolo da Autoridade Marítima Nacional, a usar quando atuar em ações de exercício da autoridade do Estado no mar - com os respetivos agentes policiais a bordo para fazer cumprir a lei.


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