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quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

28 de Dezembro de 1937: Morre o compositor francês Maurice Ravel


Morre em Paris aos 62 anos, no dia 28 de Dezembro de 1937 o célebre compositor Maurice Ravel que se havia tornado um grande expoente do impressionismo na música. Ao lado de Claude Debussy, com quem tinha afinidade de estilo, afastou a música clássica francesa do romantismo wagneriano. Compôs música fluida e altamente original dentro dos marcos das formas clássicas. Ravel brilhou nas composições para piano, orquestrando com frequência as suas próprias composições e de outros autores. 


Joseph-Maurice Ravel nasceu nos Pirenéus franceses, perto da fronteira com a Espanha em 7 de Março de 1875. Obrigações profissionais do pai levaram a família para Paris, onde o jovem Ravel ingressa no Conservatório Musical aos 14 anos. Matriculou-se como pianista, mas mudou para composição sob orientação de Gabriel Fauré. 


Ravel era menos radical como compositor que Debussy, mas rebelde ao seu jeito. Debussy podia compor peças para agradar aos mestres do Conservatório e ganhar o Prémio de Roma. Ravel, no entanto, recusou-se a submeter-se às regras de composição da escola. Deixar de ganhar prémios subestimou-o aos olhos dos seus professores ainda que, desde cedo, escrevesse peças de sucesso como a Sonata para Violino (1897) e Sheherazade (1898). Devido ao êxito dessas composições, ter deixado de ganhar o Prémio de Roma de 1905 provocou um escândalo público e a mudança na direcção do Conservatório. 


Logo após esse episódio, Ravel entrou num período de grande criação, produzindo obras como L'Heure Espagñole e Rapsodie Espagñole (1907), Valses Nobles et Sentimentales (1911), importantes peças para piano e o ballet Daphnis et Chloé para o Ballet Russo de Sergei Diaghilev em 1912. Nessa essa época encontrou-se com Igor Stravinsky, formando um grupo de compositores radicais conhecido como Les Apaches. Em 1906, começou mas não concluiu uma homenagem orquestral a Johann Strauss a que chamou Viena, que viria com La Valse 14 anos mais tarde. 


Quando eclodiu a Primeira Guerra Mundial deixou de compor. Tentou alistar-se mas foi rejeitado por razões físicas e terminou como motorista militar. Em 1916 afectado por uma disenteria volta a Paris. Pouco depois morre a sua mãe que era seu contacto humano mais próximo, pois Ravel nunca se casou. Deprimido, passou por uma longa inactividade musical. Desta época pode-se destacar apenas Poemes de Mallarmé  (1915), Trois Chansons (1916), e Le Tombeau de Couperin (1917). 


Após a guerra conclui Wien  (Viena), considerando-a um ‘poema coreográfico’, mudando o título para La Valse. Após La Valse veio L'Enfant et les Sortilèges  (1925), uma turné pelos Estados Unidos em 1928, e no mesmo ano, Bolero, certamente a sua obra mais famosa. O Concerto para Piano em Sol maior e o Concerto para Piano para a Mão Esquerda vieram à luz em 1930 e 1931. Os últimos anos de Ravel foram afectados pela Doença de Pick, mal que se reflecte em distúrbios de linguagem, personalidade e comportamento e é um tipo de demência fronto-temporal. Uma cirurgia ao cérebro em 1937 não foi bem-sucedida e Maurice Ravel morre alguns meses depois. 


De 1900 até à sua morte, Debussy foi considerado o maior compositor francês, tendo depois Ravel assumido o título. Ravel e Debussy são amiúde comparados, no entanto eram compositores distintos. Ravel empregou técnicas impressionistas em trabalhos como Daphnis et Chloé, Ma Mère l'Oye, e La Valse, mas ele era na realidade um clássico. Fantástico orquestrador, Ravel utilizava toda a gama de instrumentos, mas colocava cada nota, corda ou instrumento como um joalheiro lapida suas joias. A sua orquestração de Quadros de uma Exposição de Mussorgsky é um de seus mais famosos trabalhos orquestrais. 

Fontes: Opera Mundi
wikipedia (imagens)
Maurice Ravel em 1925
Ravel ao piano acompanhado pela cantora  Éva Gauthier (1928)


VÍDEO



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