APÓS A II GRANDE GUERRA, OS NAZIS MOLDARAM OS GOVERNO DA EUROPA OCIDENTAL
1 - O aparecimento em larga escala dos partidos extremos do grande Capital, os partidos que apelidamos de nazis ou fascistas desde os anos 30 do século passado, está ligado, pela História e pela evolução da economia política, ao antagonismo crescente entre a burguesia que entra em decadência e procura a sobrevivência, colocada perante o caminho inexorável para o seu desaparecimento, e, as classes trabalhadoras, que de uma maneira autónoma, mas ainda sem uma orientação classista acentuada, produzem reivindicações e direitos que colidem com os privilégios desmesurados daquele.
Todavia, tais partidos não nascem de um dia
para outro, nem aumentam a sua expressão
política e eleitoral, se não tiverem uma base de
apoio dentro do regime que lhes permite
“engrandecer”.
Pierre Poujade e Jean-Marie le Pen
Além dos apoios directos em dinheiro (banqueiros, empresários, especuladores bolsistas, grandes traficantes de drogas) e em auxílio propagandístico com os grandes meios de comunicação social, tais como jornais, rádios e televisões, igualmente surgem “projectos” de manipulação de comentadores, especialistas de formação de “campanhas” de manipulação de massas, entre outras.
Mas, acima de tudo, o enquadramento persistente do aparelho de Estado com homens e estruturas que lhe vão dando capacidade de inserção e de força de apoio, incluindo a segurança de Estado, a segurança policial, lobbies “secretos”, como organizações maçónicas, ou religiosas (OPUS DEI, Jesuítas, Templários, islamistas sunitas wahhabistas, Judaistas, Budistas -Dalai Lama-, Manás, Mórmons, etc.etc) e as próprias Forças Armadas.
2 – As principais formações castrenses e de
segurança estatal do chamado mundo ocidental, no
pós II Grande Guerra, foram edificadas, tendo como
“suporte material” a oficialagem nazi-fascista e
a sua ideologia, dentro do contexto supremo, não
de defesa da Pátria, mas de um possível
enfrentamento revolucionário com as
classes trabalhadoras.
Dentro do mesmo princípio, se constituíram e fortaleceram as máquinas militares de países como a Rússia e a República Popular da China, embora nestes o enquadramento e a formação tivessem outros critérios.
Ficamos, a saber em 2014, através de documentos parcelares, agora desclassificados, dos Serviços de Informações Federais da Alemanha, o Bundesnachrichtendienst, (BND), que o centro nuclear das Forças Armadas da então Alemanha Federal foi constituída por um conjunto de oficiais e soldados provenientes do Exército nazi de Adolf Hitler.
//Ver Der Spiegel, Suddestsche Zeitung, Focus, entre outros.//
O relatório do BDN, com laivos de ingenuidade para papalvos, descreve que um grupo de oficiais hitlerianos (cerca de dois mil) de alta patente, (Exército, SS e SS-Waffen) chefiados, por um operacional, um coronel de nome Albert Schnez, organizou uma formação castrense “clandestina” de 40 mil homens, todos provenientes daqueles corpos hitlerianos, para combater uma possível subversão interna, e, secundariamente, uma “invasão comunista”.
Adenauer passa revista ao Exército Alemão formado por nazis
A parte do relatório conhecido assinala que esta criação de um Exército hitleriano dentro da então Alemanha Ocidental teria tido lugar em 1949 e só seria do conhecimento... do chanceler Konrad Adenauer em 1951.
A parte do relatório conhecido assinala que esta criação de um Exército hitleriano dentro da então Alemanha Ocidental teria tido lugar em 1949 e só seria do conhecimento... do chanceler Konrad Adenauer em 1951.
Que, sem pestanejar, lhe deu cobertura.
E os integrou.
A constituição operacional, de formação política militar e de enquadramento logístico deste “Exército democrático", ficou, portanto, dependente, desde então, da doutrina nazi.
(Convém referir que à frente do BND, instituição que o criou e moldou até hoje, estava já e esteve, até 1968, o general nazi Reinhard Gehlen, que foi o responsável máximo dos serviços secretos militares nazis na Frente leste – um cargo de obediência sem limites a Hitler.
Foi ele que construiu o BND, em estreita ligação com o Exército norte-americano e o seu comandante-chefe David Dwight Eisenhower, bem como do embrião da CIA, o OSS, cujo director era Allen Dulles, e este irmão de John Foster Dulles, secretário de Estado do general como Chefe de Estado norte-americano.
A fascização dos serviços secretos alemães, com o apoio directo da Administração norte-americana e dos dirigentes saídos da queda do nazismo, desde o início da criação da Alemanha Ocidental, será analisada mais à frente).
De acordo com a imprensa alemã de Maio de 2014, referindo, candidamente, sem interpelação, a documentação secreta, posta à disposição de uma equipa de historiadores, pelo BND, o projecto de Schnez iniciou-se, logo no pós guerra, na Suábia, perto de Estugarda, onde aquele coronel nazi organizava reuniões com veteranos de guerra, cujas questões – assinala o BND, que, curiosamente, até conhecia o seu teor, ou seja estava presente – se colocava da seguinte forma “que devemos fazer se os russos e os seus aliados da Europa de leste nos invadem?”.
O BND até os financiou.
Especifica o BND, de Gehlen, nos seus relatórios: Schnez ofereceu os préstimos do “seu Exército”, sob a supervisão daquele.
Ele aceitou – e argumentou para este assentimento: era “simplesmente como uma força potencial”.
Engraçado, não é?.
Segundo os relatórios dos Serviços Secretos, ressalta a imprensa, começaram a organizar-se fora das estruturas das tropas ocupantes, neste caso norte-americanas, britânicas e francesas, e, em 1950, estavam em plena forma.
Que ingénuos eram os ocupantes!!!
Para tal receberam apoios imediatos dos antigos patrões hitlerianos, de empresas de transportes e logística, bem como armamento, e, vejam tornaram-se populares...sem o conhecimento do governo e dos Estados Unidos (grandes bananas, não é?)!!!.
Foi um general nazi Anton Grasser que supervisionou a recolha de armas.
Curiosidade: estava destacado no Ministério do Interior, a dirigir a nova polícia alemã.
general nazi Anton Grasser (à esquerda de um outro general)
A nova polícia alemã (Bundesgrezschutz) formada por Grasser, que passa revista como seu inspector-general. Repare-se nos mesmos capacetes nazis, estilo SS
A teia nazi que formou toda a estrutura estatal da Alemanha Ocidental formou-se, organizou-se e estabeleceu-se até aos dias de hoje, como “por encanto”. Mas, apenas... na visão idílica dos manipuladores burgueses!!!
A nova polícia alemã (Bundesgrezschutz) formada por Grasser, que passa revista como seu inspector-general. Repare-se nos mesmos capacetes nazis, estilo SS
A teia nazi que formou toda a estrutura estatal da Alemanha Ocidental formou-se, organizou-se e estabeleceu-se até aos dias de hoje, como “por encanto”. Mas, apenas... na visão idílica dos manipuladores burgueses!!!
O conselheiro de segurança nacional de Konrad Adenauer – este um antigo dirigente do Partido Católico, de Von Pappen, que esteve aliado até 1933 a Hitler, com o beneplácito do Papado Romano – chamava-se Hans Globke, um dos teóricos do nazismo das ideais raciais de Nuremberga.
O principal assessor militar de Adenauer foi o marechal Erich von Manstein, um dos principais chefes militares de Adolf Hitler.
(Escapou à prisão por intervenção directa do marechal inglês Montgomery e do antigo Primeiro-Ministro britânico Winton Churchill.
Manstein, como chefe militar da Alemanha Ocidental, foi um dos defensores da *Wehrmacht limpa*, a tese de que as forças armadas hitlerianas não foram culpadas dos crimes de guerra).
Hitler e Von Manstein
Von Manstein com Franz Josep Strauss, ministro da Defesa
Em finais dos anos 50 do século passado, Schnez, como general, era o “braço direito” do nazi Ministro da Defesa alemão Franz Josep Strauss, dirigente do CSU (a União Social Cristã), uma formação pró-fascista, pintada com as cores do catolicismo... mas mais reaccionário, a única estrutura da CDU existe, autonomamente, na Baviera.
Esse Schnez ascendeu ao cargo de Chefe do Estado-
Maior das Forças Armadas, sob o mandato, como
chanceler, de Willy Brandt, que o antigo dirigente da
CIA Victor Marchetti denunciou, num livro chamado
“A CIA – O culto da espionagem”, como admite ter
sido recrutado por aquela.
Albert Schnez com o Presidente da República Heicih Lubke (1968)
E o BND, ou seja Gehlen, coloca as palavras de
Schnez – documentos dixit – que a criação do
citado Exército “clandestino” teve a aprovação
de Hans Speidel, que veio a ser o comandante
supremo da NATO na Europa Central em 1957,
e de Adolf Heusinger, que foi o primeiro
inspector-geral do Bundeswehr e presidente do
Comité Militar da Nato.
Ambos foram generais de Hitler, tendo o segundo sido mesmo o seu Chefe do Estado-Maior...
Vejamos a sucessão política nessa Alemanha, dita democrática, toda ela entranhada de nazi-fascismo:
Depois de Adenauer – um cúmplice do nazismo auto-proclamado de democrata, pelos ocupantes ocidentais – o cargo recaiu em Ludwig Ehrard, que teve a sua carreira ligada ao patronato hitleriano o *Reichsgruppe Industrie*, como seu principal conselheiro económico (1963-69).
O escolhido entre 1966 e 1069 foi Kurt Georg Kiesinger, membro do NSDAP, de Hitler, e, no seu consulado tenebroso, director adjunto da Rádio, junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, de Ribbentrop.
Kiesinger, como alto funcionário nazi
A que segue, 1969, Willy Brandt, social-democrata, que merece a aprovação do BND, depois de se saber a sua submissão a Washington.
A que segue, 1969, Willy Brandt, social-democrata, que merece a aprovação do BND, depois de se saber a sua submissão a Washington.
Aquele cai, em 1974, devido a um escândalo mal esclarecido de ter no seu núcleo duro político um eventual espião da Alemanha de Leste.
O chanceler seguinte é Helmuth Schmidt, também social-democrata. Ingressou na Juventudes Hitlerianas.
Alistou-se na Wehrmacht, e foi integrado numa Divisão Blindada, como tenente, que actual na frente leste e, mais tarde nas Ardenas, sendo condecorado com a Cruz de Ferro hitleriana.
Regressemos à BND, e a determinado passo dos escritos insertos nos documentos que estamos a citar, aqueles serviços colocam reservas a nomeação de um dirigente político do SPD Fritz Erler para líder parlamentar do partido, porque era “meio judeu”.
Mas, nesses escritos, a vigilância era, principalmente sobre activistas de esquerda.
Concentremo-nos agora no papel do BND – a sua organização permanente nazi-fascista e o seu apoio contínuo à extrema-direita alemã.
Em 2012, o director do BND Heiz Fromm, formado na escola Gehlen, demitiu-se do cargo depois de se ter descoberto que mandara destruir documentação que implicava, directamente, os serviços secretos na direcção de um grupo neonazi de nome National Socialist Underground (NSU) implicado no assassinato de nove imigrantes numa década.
Fromm exercia o cargo...há 12 anos.
O passado do BND/Organização Gehlen pode ser consultado em artigo anterior deste blogue.
Assim, a seguir a Gehlen sucedeu no cargo o seu número dois Gerhard Wessel, coronel da SS, que permaneceu no cargo de 1968 a 1978, tendo falecido em 2002.
Faço questão de recordar o seguinte:
“Em documentos norte-americanos que tem sido desclassificados nos últimos anos, mas pouco divulgados, sabe-se que foi feita uma auditoria interna, efectuada conjuntamente por autoridades alemãs e norte-americanas, que referenciou que os lugares cimeiros (de estratégia e operacionais) do BND estavam ocupados, pelo menos, por 200 antigos nazis.
“Nenhum deles foi posto em causa.
“Sabia-se então que o BND encobriu, abertamente, a "lavagem" de uma parte da elite nazi-fascista da Alemanha Federal, permitindo-lhe a ascensão nos meios económicos e políticos do novo Estado pró-ocidental saído da II Grande Guerra.
Assim, sucedeu com os principais artífices da economia capitalista nazi, como os Kruup, os Thyssen, os Porsche, entre outros.
Ferdinand Porsche com Hitler
"Foi, também, com a "lavagem" da actividade pró-nazi de cientistas e torturadores que muitos se vieram a estabelecer nos Estados Unidos da América, e em muitos países da América Latina.
“Curiosamente, contaram com a colaboração prestimosa da Igreja Católica de Roma, que, em 1927, se prontificara a apoiar o regime fascista de Mussolini, através do Tratado de Latrão.
“Há anos, fora já divulgado, até pela rádio oficial
alemã Deustche Welle, que "um grupo extremistas de
direita", actuando na "clandestinidade e sem ser
importunado" assassinou uma série de trabalhadores
estrangeiros. Por meras razões racistas”.
3 – Não vou fazer uma análise exaustiva de todos os países da UE.
Situo-me justamente na França, aparentemente tão democrática e apologista dos direitos humanos.
Pois, ela nos pós guerra foi, toda essa, formatada no colaboracionismo e no fascismo.
Desde as Forças Armadas até à Chefia do Estado.
(Ver a propósito a ascensão de François Mitterrand à Presidência no artigo deste blogue "A franco-maçonaria francesa e o branqueamento do colaboracionismo", de 13 de Fevereiro de 2014.)
Pacientemente, ao longo deste anos todos, que vieram a fazer crescer a força política do novo nazismo sob a denominação de Front National (Frente Nacional), cujos testas de ferro estão na família le Pen.
(As forças políticas dos fascismos português e espanhol estão dentro do aparelho de Estado – político, militar, social e económico. Não necessitam, neste momento, de criarem partidos típicos, eles estão no poder: Em Espanha, como PP, de Mariano Rajoy, que foi fundado, justamente, por filhos queridos de Franco, como Fraga Iribarne, em Portugal, a força coligada do PSD/CDS, que tiveram no seu gérmen, figuras do chamado “fascismo liberal”, como Sá Carneiro, Pinto Balsemão, João Salgueiro, Adelino Amaral da Costa, Freitas do Amaral, Nogueira de Brito, entre outros.
Os seus Exércitos, ou nunca foram desmantelados, caso de Espanha, ou foram remodelados e expurgados, paulatinamente, dos seus oficiais de topo, que se mostraram democratas, tudo feito, a partir de 25 de Novembro de 1975, por ideólogos militares pró-nazis, como o general Soares Carneiro, no caso português).
Quando se aproxima o fim da II Grande Guerra, no interior de França o que restava do Exército profissional, particularmente, a quase totalidade dos seus generais e almirantes eram colaboracionistas ou mesmo quadro ligados ao sistema nazi ocupante.
O verdadeiro Exército resistente era constituído pelos chamados “francs-tireurs e partizans (FTPF)”, a única verdadeira guerrilha francesa lutadora contra os nazis ocupantes.
Atingiram o número que se pode situar nos 200 mil homens e mulheres armados.
Deste conjunto, só uma parte minoritária obedecia, directamente, a de Gaulle, sediado em Londres, com uma estrutura montada pelos ingleses chamada Bureau Central de Rensignements e d`Action (BCRA).
Na realidade, a maioria guerrilheira era controlada pelo PCF, mas do interior, chefiados por Charles Tillon.
Maurice Thorez vivia exilado em Moscovo, não participara na resistência armada, e seguia, sem qualquer contestação, a política da União Soviética de Stáline, decidida em conjunto com Roosevelt (EUA) e Churchill (Inglaterra), de divisão da Europa por zonas de influência.
Na realidade, foram os guerrilheiros, armados e organizados militarmente, os reais libertadores de França, que derramaram sangue pela defesa da sua sociedade (30 mil fuzilados, 60 mil deportados politicamente) e não os norte-americanos, que não conheciam o terreno e fizeram erros tremendos de condução da guerra na região.
Quando, já a partir de 1944, se debatia dentro de França e do próprio PCF, em constituir um Exército nacional, a partir das unidades de guerrilha, de Gaulle, os ingleses e norte-americanos, querem uma instituição castrense baseada na ordem burguesa militarista.
Desde que o governo provisório se instalou em Paris libertado, em 31 de Agosto, com dois ministros comunistas, o objectivo a aliança inglesa-norte-americana, mediada por de Gaulle, era a de desmobilizar os "partizans".
Os comunistas do interior opunham-se.
Stáline discutiu esse tema com de Gaulle, em Moscovo, tendo sido negociado o regresso de Thorez a França (o líder do PCF fora desertor do Exército francês em 1941), em troca da dissolução das forças guerrilheiras.
(Em Outubro de 1945, efectuam-se, em França, eleições para a Assembleia Constituinte. O PCF recolhe 26% dos votos expressos. De Gaulle convida Thorez para Ministro de Estado e da Administração Pública - haverá mais quatro membros do PCF no executivo. Tom laudatório imediato do general para Thorez: um "homem de Estado"; o seu partido aconselha os franceses a participarem na *batalha da produção* e a não reivindicarem aumentos salários, nem a fazerem greves.
Tal como em Portugal entre 1974 e 1976...
Thorez chegou a vice-Presidente do Conselho de Ministros no governo seguinte.
Em 1947, deixou de ser o "comunista estadista" útil e a nova burguesia já refeita do descalabro protagonizado pelo poder armado dos guerrilheiros, que foi desarticulado, deu-lhe com os pés.
Charles Tillon, membro destacado do secretariado do PCF, que era o ministro dos Armamentos, entrou em ruptura e saiu daquele partido.
Este foi-se desmoronando, desde então, progressivamente).
Os norte-americanos, que entraram pelo norte de África entenderam-se, logo às mil maravilhas com os colaboracionistas pró-nazis de Vichy ali destacados, como os generais Maxime Weygand, que fora anteriormente Ministro da Defesa de Pétain, e, depois Delegado-Geral daquele para as colónias francesas norte-africanas, Henri Giraud e Alfhonse Juin.
Deram cobertura directa a outros generais colaboracionistas, como Raoul Salan (que foi Secretário de Estado das Colónias de Pétain) e Edmond Johaud.
E tentaram impor, com todos esses colaboracionistas, a direcção política do novo poder ao próprio general de Gaulle, que era apoiado pelo ingleses.
Não conseguiram tudo.
De Gaulle foi o chefe do primeiro governo, mas a montagem da nova estrutura militar ficou na mãos desses colaboracionistas.
Quando o poder capitalista em França se refaz, pela via parlamentar, a seguir às eleições constituintes de 1947, pelo menos três dos principais torcionários policiais do regime colaboracionista nazi de Phillippe Pétain vão assumir cargos relevantes em cargos de responsabilidade e formação policial ou securitária: São eles Maurice Pappon, Jean Baylot e Jean-Paul Martin.
Outros altos responsáveis policiais de Vichy, como René Bousquet (foi considerado como criminoso contra a humanidade e defendido pelo poder instalado, seus confrades na actividade colaboracionista) e Jean-André Faucher, enveredam pela actvidade política, do grande patronato jornalístico ou da grande banca.
Maurice Pappon foi director-geral da Polícia da região da Gironde, entre 1942 e 1944. Depois, em 1958, ascende a director do maior centro policial de França, Paris, autónomo em relação à própria polícia nacional, que resultou da "reconstituição" da millice vichista.
(Trepa rapidamente na hierarquia gaullista e pós gaullista: Presidente do Conselho de Administração da Sud Aviation, secretário das finanças do próprio partido, Ministro do Orçamento , com Valéry Giscard d`Estaing na Presidência).
Antes de Papin, na chefia da policia de Paris esteve Jean Baylot, que vai de Vichy directo para a liderança policial dos Baixos Pirenéus, de 1944-46, depois nos "bouches-du-Rhone", até ascender ao cargo supremo do ramo em Paris.
Aparece depois sempre ligado a François Mitterrand, o colaboracionista, reciclado pelo poder gaullista, em vários Ministérios (antigos Combatentes, depois secretário de Estado na Presidência de Conselho de Marir, Schumamm e Queille. Ministro do Ultramar (1950/51), Ministro de Estado com Faure, ministro do Interior com Pierre Mendés-France e da Justiça, com Guy Mollet).
Bosquets com os carniceiros nazis
Curiosamente, como chefe de gabinete de Mitterrand surge o número dois de Bosquet, na chefia máxima de polícia de Vichy. De seu nome, Jean-Paul Martin.
Uma personalidade pró-nazi francesa que vai acompanhar Mitterrand, juntamente, com outros colaboracionistas apoiantes de Hitler, como Bousquet, Charles Hernu, Gui Penne e Jean-André Faucher.
4 - A depuração do nazi-fascismo na Europa e na restante parte do planeta, incluindo os Estados Unidos, onde apologistas directos daquela ideologia estiveram no poder político, militar e económico, como os irmãos Dulles, a família Harrimann, Henry Ford, Vernon Waters, entre muitos outros, nunca poderia ser feita por qualquer regime burguês.
Em particular quando sentiam que a principal força de poder, no final da guerra, na Europa, estava, nos principais países, França, Itália, Alemanha, Grécia, Jugoslávia, nas "espingardas" da resistência, que abominava a burguesia que esteve, de alma e coração, com os regimes fascistas e nazistas, desde Portugal até à Alemanha, passando pela Áustria,
Roménia ou Bulgária.
Por isso, no rescaldo da guerra, a burguesia decapitada, acossada pela acção armada dos guerrilheiros, não teve pejo, em lançar as mãos aos PC stalinistas, subservientes ao regime de Moscovo, para desfazer essa ameaça que era real.
Mas débil, porque ideologicamente, estavam sujeitos aos bonzos pró-moscovitas que enxameavam as direcções daqueles partidos e ansiavam por serem ministros obedientes da nova ordem parlamentar que se estava a reconstituir.
Foram eles, realmente, que ajudaram a colocar nos carris a economia burguesa europeia que estava no caos e na balbúrdia da destruição pela guerra.
Togliatti no governo do marechal Badoglio
Thorez em França, Togliatti em Itália, foram eles, os "verdadeiros" heróis da burguesia, os subservientes destruidores do papel do comunismo no mundo, ao se submeterem aos ditames da ideologia do capitalismo de Estado que governava a antiga União Soviética, e ao seu objectivo imperial geo-estratégico, que *demonizou* e adulterou a teoria de Marx até aos dias de hoje, porque a prática ditatorial stalinista se sobrepôs às análises agudas, profundas, e, grande parte actuais, do filósofo e pensador alemão.
Deste conjunto, só uma parte minoritária obedecia, directamente, a de Gaulle, sediado em Londres, com uma estrutura montada pelos ingleses chamada Bureau Central de Rensignements e d`Action (BCRA).
Na realidade, a maioria guerrilheira era controlada pelo PCF, mas do interior, chefiados por Charles Tillon.
Maurice Thorez vivia exilado em Moscovo, não participara na resistência armada, e seguia, sem qualquer contestação, a política da União Soviética de Stáline, decidida em conjunto com Roosevelt (EUA) e Churchill (Inglaterra), de divisão da Europa por zonas de influência.
Na realidade, foram os guerrilheiros, armados e organizados militarmente, os reais libertadores de França, que derramaram sangue pela defesa da sua sociedade (30 mil fuzilados, 60 mil deportados politicamente) e não os norte-americanos, que não conheciam o terreno e fizeram erros tremendos de condução da guerra na região.
Aqueles, como força interventora tardia na guerra europeia, estavam, essencialmente, preocupados com o controlo, pós o conflito, da produção e da gestão capitalistas da parte ocidental europeia.
Quando, já a partir de 1944, se debatia dentro de França e do próprio PCF, em constituir um Exército nacional, a partir das unidades de guerrilha, de Gaulle, os ingleses e norte-americanos, querem uma instituição castrense baseada na ordem burguesa militarista.
Desde que o governo provisório se instalou em Paris libertado, em 31 de Agosto, com dois ministros comunistas, o objectivo a aliança inglesa-norte-americana, mediada por de Gaulle, era a de desmobilizar os "partizans".
Os comunistas do interior opunham-se.
Stáline discutiu esse tema com de Gaulle, em Moscovo, tendo sido negociado o regresso de Thorez a França (o líder do PCF fora desertor do Exército francês em 1941), em troca da dissolução das forças guerrilheiras.
(Em Outubro de 1945, efectuam-se, em França, eleições para a Assembleia Constituinte. O PCF recolhe 26% dos votos expressos. De Gaulle convida Thorez para Ministro de Estado e da Administração Pública - haverá mais quatro membros do PCF no executivo. Tom laudatório imediato do general para Thorez: um "homem de Estado"; o seu partido aconselha os franceses a participarem na *batalha da produção* e a não reivindicarem aumentos salários, nem a fazerem greves.
Tal como em Portugal entre 1974 e 1976...
Thorez chegou a vice-Presidente do Conselho de Ministros no governo seguinte.
Em 1947, deixou de ser o "comunista estadista" útil e a nova burguesia já refeita do descalabro protagonizado pelo poder armado dos guerrilheiros, que foi desarticulado, deu-lhe com os pés.
Charles Tillon, membro destacado do secretariado do PCF, que era o ministro dos Armamentos, entrou em ruptura e saiu daquele partido.
Este foi-se desmoronando, desde então, progressivamente).
Os norte-americanos, que entraram pelo norte de África entenderam-se, logo às mil maravilhas com os colaboracionistas pró-nazis de Vichy ali destacados, como os generais Maxime Weygand, que fora anteriormente Ministro da Defesa de Pétain, e, depois Delegado-Geral daquele para as colónias francesas norte-africanas, Henri Giraud e Alfhonse Juin.
Deram cobertura directa a outros generais colaboracionistas, como Raoul Salan (que foi Secretário de Estado das Colónias de Pétain) e Edmond Johaud.
E tentaram impor, com todos esses colaboracionistas, a direcção política do novo poder ao próprio general de Gaulle, que era apoiado pelo ingleses.
Não conseguiram tudo.
De Gaulle foi o chefe do primeiro governo, mas a montagem da nova estrutura militar ficou na mãos desses colaboracionistas.
Quando o poder capitalista em França se refaz, pela via parlamentar, a seguir às eleições constituintes de 1947, pelo menos três dos principais torcionários policiais do regime colaboracionista nazi de Phillippe Pétain vão assumir cargos relevantes em cargos de responsabilidade e formação policial ou securitária: São eles Maurice Pappon, Jean Baylot e Jean-Paul Martin.
Outros altos responsáveis policiais de Vichy, como René Bousquet (foi considerado como criminoso contra a humanidade e defendido pelo poder instalado, seus confrades na actividade colaboracionista) e Jean-André Faucher, enveredam pela actvidade política, do grande patronato jornalístico ou da grande banca.
Maurice Pappon foi director-geral da Polícia da região da Gironde, entre 1942 e 1944. Depois, em 1958, ascende a director do maior centro policial de França, Paris, autónomo em relação à própria polícia nacional, que resultou da "reconstituição" da millice vichista.
(Trepa rapidamente na hierarquia gaullista e pós gaullista: Presidente do Conselho de Administração da Sud Aviation, secretário das finanças do próprio partido, Ministro do Orçamento , com Valéry Giscard d`Estaing na Presidência).
Antes de Papin, na chefia da policia de Paris esteve Jean Baylot, que vai de Vichy directo para a liderança policial dos Baixos Pirenéus, de 1944-46, depois nos "bouches-du-Rhone", até ascender ao cargo supremo do ramo em Paris.
Aparece depois sempre ligado a François Mitterrand, o colaboracionista, reciclado pelo poder gaullista, em vários Ministérios (antigos Combatentes, depois secretário de Estado na Presidência de Conselho de Marir, Schumamm e Queille. Ministro do Ultramar (1950/51), Ministro de Estado com Faure, ministro do Interior com Pierre Mendés-France e da Justiça, com Guy Mollet).
Bosquets com os carniceiros nazis
Curiosamente, como chefe de gabinete de Mitterrand surge o número dois de Bosquet, na chefia máxima de polícia de Vichy. De seu nome, Jean-Paul Martin.
Uma personalidade pró-nazi francesa que vai acompanhar Mitterrand, juntamente, com outros colaboracionistas apoiantes de Hitler, como Bousquet, Charles Hernu, Gui Penne e Jean-André Faucher.
Ver *A FRANCO-MAÇONARIA RIA FRANCESA E O BRANQUEAMENTO DO COLABORACIONISMO*
4 - A depuração do nazi-fascismo na Europa e na restante parte do planeta, incluindo os Estados Unidos, onde apologistas directos daquela ideologia estiveram no poder político, militar e económico, como os irmãos Dulles, a família Harrimann, Henry Ford, Vernon Waters, entre muitos outros, nunca poderia ser feita por qualquer regime burguês.
Em particular quando sentiam que a principal força de poder, no final da guerra, na Europa, estava, nos principais países, França, Itália, Alemanha, Grécia, Jugoslávia, nas "espingardas" da resistência, que abominava a burguesia que esteve, de alma e coração, com os regimes fascistas e nazistas, desde Portugal até à Alemanha, passando pela Áustria,
Roménia ou Bulgária.
Por isso, no rescaldo da guerra, a burguesia decapitada, acossada pela acção armada dos guerrilheiros, não teve pejo, em lançar as mãos aos PC stalinistas, subservientes ao regime de Moscovo, para desfazer essa ameaça que era real.
Mas débil, porque ideologicamente, estavam sujeitos aos bonzos pró-moscovitas que enxameavam as direcções daqueles partidos e ansiavam por serem ministros obedientes da nova ordem parlamentar que se estava a reconstituir.
Foram eles, realmente, que ajudaram a colocar nos carris a economia burguesa europeia que estava no caos e na balbúrdia da destruição pela guerra.
Togliatti no governo do marechal Badoglio
Thorez em França, Togliatti em Itália, foram eles, os "verdadeiros" heróis da burguesia, os subservientes destruidores do papel do comunismo no mundo, ao se submeterem aos ditames da ideologia do capitalismo de Estado que governava a antiga União Soviética, e ao seu objectivo imperial geo-estratégico, que *demonizou* e adulterou a teoria de Marx até aos dias de hoje, porque a prática ditatorial stalinista se sobrepôs às análises agudas, profundas, e, grande parte actuais, do filósofo e pensador alemão.
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