Cioso da sua privacidade, e do sentido de verdade, nunca foi homem de paredes de vidro (por herança dos anos de clandestinidade, propósitos de conveniência política ou traço de temperamento.), rejeitava o culto da personalidade, sempre recusou colocar uma fotografia sua em cartazes eleitorais, não gostava de montras mediáticas, não expunha as companheiras, nem a filha, nem os netos. Mantinha o seu quotidiano recatado. E, no entanto, quem lidava com ele de perto sempre se comove ao lembrar a preocupação carinhosa com os outros, que tanto contrastava com a imagem de homem duro: desdobrava-se em atenções, indagava da saúde, do bem-estar, da família, dos filhos dos camaradas. Um véu de suposta aridez emocional que ocultava um homem cheio de afetos. Estudava certeiro as poucas entrevistas que concedia, sempre se recusou a autobiografar-se, e até a desmentir os dados fantasiosos que, volta e meia, se insinuavam. E o que não se sabia ao certo, a comunicação social sempre fez questão de realçar, alimentar especulações, insondáveis enigmas. Onde vivia, com quem vivia, que doença o atacava nos últimos anos. Mas ele proclamava a modéstia, uma certa obscuridade, vivia na heteronímia (na política, antes do 25 de Abril, foi Duarte, Daniel, António. e na literatura Manuel Tiago), mas ainda assim ou talvez muito por causa disto se foi criando o mito queCunhal sempre rejeitou. Recusando o culto, reforçou-o. A sua presença fascinava, hipnotizava, até os guardas da prisão embatucavam quando com ele se cruzavam.
Esta tendência para o disfarce, o segredo, um registo de vida quase espartana, as regras estritas, muito para além das necessárias, esta contumácia de guardador zeloso e meticuloso da sua vida privada, garantiram-lhe alguns voyeurismos intrometidos. Algumas biografias não desejadas. Alguns equívocos e perplexidades. Conta-se que, uma vez, lhe organizaram uma festa de aniversário-surpresa, na Soeiro Pereira Gomes.
Álvaro Cunhal recusou-se a apagar as velas, fechou-se num gabinete, o bolo foi recambiado, foram-se desgostosas as camaradas.
A sua obstinação pela luta antifascista, desde muito jovem, a abnegada ligação ao partido, trouxeram-lhe, para além da perseguição política, da clandestinidade e do exílio, e das inúmeras separações daqueles que mais amava, algumas desavenças familiares vindo da alta burguesia, Álvaro (filiado no PCP aos 17 anos) não era filho da classe operária (o pai era o reputado advogado, republicano e laico Avelino Cunhal, também pintor e escritor, a mãe católica ferverosa) mas, contavam amigos próximos, gostava de andar pela casa de fato de macaco para desespero materno.
Mercedes Cunhal perdeu três filhos: um para a política, dois para a tuberculose. Só 14 anos mais tarde nasceu a irmã mais nova, Eugénia, primeira tradutora de Tchekov, em Portugal.
A convivência com a mãe tornou-se fragmentada, ao ritmo dos desaparecimentos políticos, clandestinidades, prisões, isolamentos e exílio. Morreria antes do 25 de Abril, sem jamais o rever. Cunhal saiu de casa com 20 anos, trocou o conforto da alta burguesia, das criadas fardadas, da comida na mesa, pelo regime duro e despojado, imposto aos militantes comunistas, durante a perseguição fascista. O homem que gostava de Rembrandt, de Rodin, renunciou até à sua arte dizse que poderia ter ido muito mais longe, enquanto pintor e escritor por acreditar num dever patriótico e sentido revolucionário até ao fim. No centenário do seu nascimento, o PCP organizou uma exposição com fotos e factos inéditos, no Terreiro do Paço, com uma comissão de homenagem que inclui os mais altos e díspares vultos, um congresso, uma fotobiografia, e um comício de homenagem no Campo Pequeno no próximo domingo, 10 de novembro.
1 - 1937: A primeira prisão
Aos 23 anos, detido pela primeira vez, já a sua posição já estava bem firmada no PCP. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1931 (na mesma data em que se filia no PCP).Designado, enquanto Daniel, líder das Juventudes Comunistas Portuguesas, vai a Moscovo em 1935. Às insurreições operárias que acontecem por todo o País, em particular na Marinha Grande (18 de janeiro de 1934) e à Revolta dos Marinheiros (8 de setembro de 1936), o regime de Salazar reage ferozmente. É criado o campo de concentração de Tarrafal, para onde é enviado Bento Gonçalves, o então secretário-geral do PCP (sobreviverá apenas sete anos). Em Espanha, o jovem Cunhal participa, ao lado dos comunistas espanhóis, na luta contra a sublevação fascista. Apanhado numa cilada de um provocador infiltrado, é preso pela PVDE (predecessora da PIDE) e sujeito às mais bárbaras sevícias: dois meses de incomunicabilidade, espancado a murro e com cavalo-marinho, obrigado a caminhar depois de feridas e inchadas as plantas dos pés. Perdeu os sentidos, levou cinco dias até dar acordo de si. Em casa, com apenas 10 anos, a irmã Eugénia vê a mãe a lavar a roupa ensanguentada do irmão, enviada do Aljube. A mãe dizia-lhe que eram bichos da cadeia que lhe mordiam. Enviado para Penamacor, na qualidade de "soldado corrécio", entrou em greve da fome, por duas semanas, até ser enviado para o hospital de Coimbra.
2 - 1942: A reorganização do PCP
Decapitadas as cúpulas do partido, é a Cunhal quem cabe segurar-lhe as rédeas. Após nova prisão, dá-se a célebre defesa da sua tese sobre o aborto (preparada e concluída na cadeia), que, apesar do arrojo do tema e de um dos arguentes ser Marcello Caetano, foi aprovada com 16 valores. Salazar, na sua falsa neutralidade, apoia Hitler e Mussolini à custa do agravamento das condições de vida dos portugueses. É o tempo das senhas de racionamento, das grandes fomes, da exploração dos trabalhadores e do desemprego, das brutais condições de empobrecimento e das grandes greves, também. São os tempos dos passeios doutrinários, no Tejo, casas conspirativas flutuantes, com Soeiro Pereira Gomes, Alves Redol e Dias Lourenço.
Depois de solto e na clandestinidade, Álvaro (agora Duarte) assume a liderança partidária. Com menos de 30 anos, tomava para si as maiores responsabilidades. A partir daqui, o partido torna-se em AC e DC (antes e depois de Cunhal): disciplina reforçada, mais regras, maior rigidez. É ele quem redige o opúsculo Se Fores Preso Camarada, com instruções para os interrogatórios, resistência à tortura e para não denunciar nunca.
CASA ONDE CUNHAL VIVEU NA CLANDESTINIDADE
3 - Anos 40: A clandestinidade
Nunca se referindo, em particular, às condições em que viveu, Álvaro Cunhal foi deixando pistas, nos seus livros.
Nomeadamente em 5 Dias, 5 Noites (adaptado ao cinema, por Fonseca e Costa, em 1996), sobre a fuga a salto de um jovem citadino por uma fronteira nortenha e a estranha relação com o seu rural passador (interpretados por Paulo Pires e Vítor Norte). Mas é sobretudo no romance Até Amanhã, Camaradas (que depois da série televisiva de Joaquim Leitão se estreará em sala, como filme, a 7 de novembro) que se recolhe alguns fragmentos da vida na clandestinidade destes "revolucionários profissionais". O livro de Manuel Tiago mostra a fome, crianças de ventre dilatado, mulheres descarnadas, trabalhadores escolhidos como escravos, nas praças de jorna. Quanto aos clandestinos, como se não lhes bastasse o perigo, a perseguição e a prisão sempre iminente, a sobrevivência era dura, não tendo, ainda por cima, acesso às senhas de racionamento e ao mercado negro. O livro elucida-nos sobre o quotidiano dos clandestinos: a monotonia das tarefas partidárias, os quilómetros calcorreados de bicicleta, a solidão, o constrangimento das mulheres, tantas vezes confinadas a meras guardiãs das casas clandestinas, os casais forçados que, sem se conhecerem, tinham de partilhar a cama e rotinas, o absurdo de certas regras conspirativas como ter de fazer a barba todos os dias ou nunca apanhar frutos das árvores.
4 - 1949: A longa prisão
Aos 35 anos, Cunhal é apanhado na casa clandestina, no Luso, juntamente com Sofia Ferreira e Militão Ribeiro.
O pai, Avelino, coloca um anúncio em código no jornal, para advertir o partido de que Duarte (o nome que então usava) estava preso. Já não o torturaram não valia a pena. Mas pensa-se, e este ainda foi um dado pouco explorado pelos historiadores, que a PIDE tinha a intenção de eliminar Cunhal, no momento. Se não o fez, então, tentou que soçobrasse por força de uma das mais inclementes provações carcerárias. Indício disso são as cartas com inventários dos seus bens, agora reveladas na Fotobiografia das Edições Avante!, admitindo a hipótese de morrer.
Entre elas, um comovente pedido ao diretor da penitenciária, solicitando apanhar um ramo de flores dos jardins da cadeia para serem entregues à mãe aniversariante. Mantiveram--no oito anos incomunicável, numa cela de dois por quatro metros, na Penitenciária de Lisboa, sem papel sequer para tomar apontamentos e preparar a sua defesa em julgamento.
Militão Ribeiro sucumbiria, vítima das cruéis condições prisionais: uma foto revela o seu corpo num estado de subnutrição impressionante. Entretanto, Cunhal elabora a sua longa defesa, recorrendo a um método de memorizar e projetar mentalmente os tópicos, no lajedo da cela. A defesa terminaria assim: ". então que se sentem os fascistas no banco dos réus, então que se sentem no banco dos réus os atuais governantes da nação e seu chefe Salazar." É perante o tribunal plenário que se declara "filho adotivo da classe operária". Após o julgamento, atenuado o regime de privações, dedica-se, tenazmente, à pintura (são desta época os famosos Desenhos de Prisão), traduz o Rei Lear, de Shakespeare, escreve Até Amanhã, Camaradas, e 5 Dias, 5 Noites e A Arte, o Artista e a Sociedade. O trabalho, o estudo, a arte tornam-se forma de resistência. Entretanto, a figura de Álvaro Cunhal ganha contornos internacionais, Neruda dedica-lhe o poema A Lâmpada Marinha, Jorge Amado apela do outro lado do Atlântico, chovem pedidos de amnistia.
Álvaro Cunhal torna-se uma personalidade maior. Porventura, maior até que o próprio partido.
5 - 1960: A grande evasão
A mais ousada fuga coletiva das prisões políticas portuguesas não só constituiu um reforço das cúpulas do PCP (entre os dez fugitivos do forte de Peniche estavam alguns dos seus mais altos dirigentes), como dela resultou uma grande humilhação de Salazar. Além de um enorme gáudio nas parangonas do Avante!.
Nas barbas do regime, da inexpugnável fortaleza, uma das mais bem guardadas prisões do fascismo (Cunhal tinha sido para aí transferido em 1956), graças a uma articulação metódica, aos pormenores estudados com a perícia de relojoeiro, conexões cá fora, cumplicidade de um guarda, lá dentro, um carcereiro narcotizado e uma dose imensa de coragem, dez presos evadem-se. Nas celas vazias, ficou a tocar a Sinfonia Patética, de Tchaikovsky. A aura de Cunhal cresceu ainda mais até à sua dimensão lendária.
Tanto que, na descida, através de uma corda, pelas dezenas de metros das muralhas, Cunhal traz consigo, como Homero ou Camões, escondidos num colete fabricado para o efeito, os manuscritos de Até Amanhã Camaradas (na altura, ainda intitulado A Mulher do Lenço Preto na fuga acabou por se perder uma das partes, que o autor mais tarde reconstituiu). Também nesta fase se abre uma porta na vida familiar. Escondido numa casa clandestina, no Penedo, Sintra, Álvaro Cunhal, então com 47 anos, conhece Isaura Moreira, com 18, que seria a mãe da sua única filha, Ana (nascida a 25 de dezembro do mesmo ano). Em março de 1961, Cunhal é eleito secretário-geral do partido e parte, em seguida, para o exílio. A família instala-se na capital soviética, até se separarem, em 1965.
Isaura e Ana viajam para Bucareste. Isaura trabalha na Rádio Portugal Livre e Ana receberá frequentes visitas do pai. Ana terá dois filhos com quem o avô manterá muito afetuosas relações (apesar das distâncias: viviam entre a casa do pai, na Austrália, e a da mãe, na Bélgica). Mais tarde, nasce um terceiro neto de Cunhal de um outro relacionamento de Ana Jonas de Ro, internacionalmente conceituado artista plástico, que viveu em Berlim e agora em Londres, e que tem ligações a Hollywood, nomeadamente através do blockbuster Cloud Atlas.
6 - 1961: O Exílio
A resistência organiza-se, agora, a partir do estrangeiro. Define-se a estratégia do PCP para o derrube do fascismo e instalação de um regime democrático, em Portugal.
Cunhal estabelece contactos com os principais líderes do movimento comunista internacional, aprofunda relações, pontes políticas com a restante oposição antissalazarista (agregando socialistas, liberais, católicos, republicanos e monárquicos) dão-se em Argel e Praga as célebres reuniões com Humberto Delgado, e com os movimentos de libertação das colónias.
Por outro lado, aumenta o seu comprometimento com a linha pró-soviética. Publica o famoso documento Rumo à Vitória, no qual, em oito pontos, estabelece as prioridades para um Portugal democrático: "Destruir o fascismo; liquidar o poder dos monopólios; realizar a reforma agrária; elevar o nível de vida dos trabalhadores; democratizar a instrução e cultura; libertar Portugal do imperialismo; direito à imediata independência das colónias; seguir uma política de paz e amizade com todos os povos."
7 - 1974: O 'Dia Inicial'
O dia 25 de abril apanha-o em Paris. A disciplina impõe-se à emoção e não o faz desmarcar uma reunião. O último Avante! clandestino, de abril de 1974 aliás, com um grafismo notável tem três parangonas inesquecíveis: "Escalada da Tortura"; "Não Dar Tréguas ao Fascismo"; "Aliar à Luta Antifascista os Patriotas das Forças Armadas". Nesse mesmo dia, a comissão executiva do PCP apela ao povo para "que se una e lute para que o fascismo seja liquidado para sempre e instauradas as liberdades democráticas! Para que cesse imediatamente a guerra colonial e acabe o colonialismo! Para que Portugal se liberte do domínio dos monopólios e do imperialismo estrangeiro!". Álvaro Cunhal tem direito a uma receção calorosa, a 30 de abril, no aeroporto de Lisboa: as suas primeiras palavras, aos microfones das rádios e televisão, são: "Confiança, confiança." Ao fim de 40 anos de luta, prisões, privações, clandestinidade e exílio, Eugénia Cunhal deixa-se ficar atrás da multidão: o último abraço pertence-lhe.
Soares também lá esteve: "Cunhal entre um soldado e um marinheiro, em cima de um tanque lembrava Lenine, no seu regresso." Da Portela segue diretamente para uma reunião com Spínola, ovacionado nas ruas. O general do monóculo, Presidente da Junta de Salvação Nacional, disse-lhe que o Avante! deveria sair sem a foice e o martelo e sem se intitular órgão central do PCP. Ao que Cunhal responde: "Não sei como é que vão fazer isso, nem a PIDE conseguiu." A cena do soldado e do marinheiro repetirse-á num 1.º de Maio estrondoso de aclamação popular, no então estádio da FNAT, em Alvalade, quando Soares e Cunhal se voltam a encontrar, já com alguma frieza. Nas décadas que se seguiram, até hoje, é reconhecida ao PCP a preocupação com o estrito cumprimento da lei e respeito institucional. Terá sido uma herança deÁlvaro Cunhal, que nunca tentou chegar ao poder pela via não legal, como se chegou a insinuar.
Dizem que a irredutibilidade dele liquidou o partido e a sua força eleitoral: há quem defenda exatamente o contrário. No entanto, nunca perdoaria as dissidências.
8 - 1992: Passagem de testemunho
Álvaro Cunhal quis correr, ele mesmo, a cortina do seu próprio espetáculo, embora nunca se tenha retirado verdadeiramente da política. Com 79 anos, 31 de secretário-geral, rende a guarda. Sucede-lhe Carlos Carvalhas, no XIV Congresso, em Almada. Para o acolher é criado um cargo especial: o de presidente do Conselho Nacional. O último discurso, enquanto líder, dura duas horas e, no final, é aplaudido durante mais de três minutos. Há lágrimas na assistência. "Passei uma dúzia de anos na prisão, 11 seguidos e oito completamente isolado numa cela, isto é muito duro mas houve companheiros meus que estiveram mais de 20 anos presos. Fui torturado quase até à morte, mas o certo é que houve alguns mortos na tortura, porque se recusaram a fazer declarações. Estive mais de 10 anos clandestino, mas houve camaradas meus que estiveram mais de 20, mais de 30, a ser perseguidos pela polícia, sem nunca desistir da luta pela liberdade em Portugal."
9 - 1994: Autoria
Se dúvidas restassem ficou eliminado o tabu literário. Cunhal assume a autoria de todas as obras assinadas com o pseudónimo Manuel Tiago. Logo em dezembro de 1975, foi editado Até Amanhã, Camaradas, com uma nota inicial em que se esclarecia que o original datilografado fora encontrado no meio de um arquivo, com uma pequena folha apensa e agrafada, onde se lia, "em rabisco apressado, o nome de Manuel Tiago, pseudónimo, de certeza. Foram consultadas pessoas que poderiam dar, eventualmente, indicações, conduzindo à identificação.
Sem resultado.
O autor fica assim merecendo o título de 'homem sem nome', tal como as personagens do seu livro". Esta foi a mais ambígua e discutida das suas ficções.
Sendo um romance neorrealista, transgride-lhe as regras: não se limita ao retrato e à denúncia das condições de vida do proletariado e camponeses.
Pelo contrário, o foco desvia-se para o duro quotidiano dos militantes comunistas na clandestinidade, as fugas, as prisões, a morte, as provações e privações. Mesmo assim, Cunhal continuou sempre a negar que aquelas circunstâncias narradas se baseassem em experiências pessoais baseavam-se sim, dizia, nas vivências compósitas de inúmeros camaradas.
Manuel Gusmão afirma estarmos "perante um dos poucos romances de herói coletivo da literatura portuguesa".
Urbano Tavares Rodrigues não hesitou em colocá-lo na prateleira das obras maiores do neorrealismo.
10 - 2005: A Morte
A morte de Álvaro Cunhal, já bastante debilitado, e de visão muito diminuída, embora ainda lúcido, é anunciada pelo Comité Central do PCP com "profunda mágoa e emoção", às 5 horas e 54 minutos do dia 13 de junho de 2005. Dois dias depois, realiza-se um funeral de Estado. Decretou-se o luto nacional, e milhares de pessoas, em cortejo fúnebre, percorreram, durante mais de duas horas, a avenida desde a Praça do Chile até ao Alto de São João. Agitavam-se cravos, muitas bandeiras vermelhas e palavras de ordem, jorravam muitas lágrimas e a consternação era visível. Foi a sua última grande manifestação de massas. Antes de a urna entrar no forno crematório, entoaram-se a Internacional e o Hino Nacional.
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