AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "Pó do tempo"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

sábado, 9 de abril de 2016

JOVENS DE LOULÉ REINVENTAM ARTE DE BEM BARBEAR ~ Três jovens algarvios abriram uma barbearia moderna à moda antiga, no coração de Loulé. O novo espaço quer ser um ponto de encontro e convívio masculino, onde a barba feita e o cabelo cortado são executados ao sabor de uma cerveja gelada ou de um bom whisky.



















As espumas de barbear, navalhas, toalhas quentes e as centenárias cadeiras de barbear são mais que meros adereços. Criam um ambiente onde se respira tradição e cavalheirismo, tal como era no início do século XX. Inaugurada há pouco mais de uma semana, a «Man’sclass traditional barbershop» fica situada no número 39 da Rua Serpa Pinto, em Loulé. Representa um tributo à história da profissão de barbeiro, uma das mais antigas do mundo. Em cada recanto da loja existem inúmeros utensílios que apelam à tradição com apontamentos de modernidade. O estilo é vintage e retro. Uma fusão do tradicional português e americano. A música de fundo toca Johnny Cash entre outros clássicos.
Desde a inauguração que o movimento tem sido «alucinante» e muito «acima das expectativas». O negócio é o concretizar de um sonho de três amigos louletanos: André Pereira, 23 anos, Igor Paderne, 24 anos e Ricardo Laginha, 23 anos. Juntos idealizaram um espaço singular, onde proporcionar um atendimento de qualidade e excelência para todos aqueles que ostentam, com orgulho, uma barba, bigode ou penteado trabalhado. Desde cedo todos ambicionaram abrir um espaço próprio de estética masculina com um «estilo e carácter próprio». De acordo com Paderne, a barbearia resulta de «muita inspiração, pesquisa e acima de tudo de uma forte união da nossa parte».
O espaço que escolheram estava condenado ao abandono. Pertenceu, em tempos, a um antigo ferreiro «daí os tetos altos e com travessas e os todos os ferros tão trabalhados», explica Pereira. «Tentámos reaproveitar o que já existia e reavivá-lo, adaptando-o ao que tínhamos em mente».
No interior, nem falta o tradicional «Polo de Barbeiro» branco, azul e vermelho. Símbolo de um local «onde os homens podem cortar o cabelo e fazer a barba». Pereira explica com gosto um pouco a história da profissão: «antigamente, este era o símbolo dos barbeiros-cirurgiões, até porque o barbeiro não cortava só cabelo. Era também cirurgião, dentista e médico. Aliás, para se conseguir uma carteira de barbeiro tinha que se trabalhar durante pelo menos dois anos num hospital», explica.
O bar à disposição dos clientes, refere, «é um serviço que em Portugal já existiu há muitos anos e algo que queríamos recuperar. O cliente pode consumir bebidas enquanto espera ou enquanto é atendido. O objetivo é que se sinta confortável» e que «a espera seja agradável». O bar que serve única e exclusivamente para o consumo dos clientes, está recheado de bebidas que variam entre o whisky, medronho, hidromel, vinho, cerveja, sumos ou águas. O preço das bebidas varia entre 0,80€ por uma mini, um euro por um sumo, ou oito euros por um whisky, a bebida mais cara.
Os serviços são maioritariamente destinados para homens, porém «as senhoras também são bem-vindas se tiverem cortes mais curtos e masculinos». Consideram que os homens têm cada vez mais cuidado com a imagem e que «a barba está na moda». Os serviços mais requisitados são os penteados em «degradé» e a delineação da barba a navalha. Oferecem também um serviço já raro de encontrar: o processo de barbear tradicional chamado «toalha quente». «Depois do pré-shave, aplicamos uma espuma que permite uma total remoção da barba com recurso a uma toalha quente». E sublinham que muitos dos mais jovens têm neste espaço a sua primeira experiência com «um pé-de-cabelo (contorno) ou uma navalha».
As cadeiras, com várias décadas de vida, foram totalmente restauradas. Uma delas, oriunda de uma antiga barbearia do Porto, é inclusive centenária. «Podiam até ser peças de museu e estarem em exposição, mas nós quisemos trabalhar com elas». As máquinas de barbear vieram dos Estados Unidos da América, o aquecedor de toalhas da Holanda, e o Barbicide – um recipiente onde se mergulham pentes e tesouras para desinfetarem – é também um produto americano, entre muitos outros, na sua grande maioria importados.
Questionados sobre o que os distingue dos outros negócios, respondem que «o que nos torna únicos é o atendimento personalizado, pois temos convidados e não clientes». Sofás, bar, música, televisão e o wi-fi gratuito fazem as honras da casa. Sobre a decoração referem que provavelmente «nunca estará concluída», até porque «ainda temos muita coisa por fazer pois queremos constantemente acrescentar novidades ao espaço». Na verdade, a originalidade do estabelecimento já lhes valeu diversos convites para sessões fotográficas pois muitos dos artigos expostos são raros e foram colecionados durante anos em feiras velharias por todo o país.
Se quiser uma mudança de visual pode aventurar-se ao sabor de uma mini por um penteado alternativo estiloslickbackscumbag ou razor fade ou por outros clássicos. O trio de empreendedores garante que no final «a autoestima sai reforçada».
Um corte de cabelo para adultos ronda os 10 euros, se for cabelo e barba fica por 13 euros ou oito euros no caso das crianças. O serviço de toalha quente custa dez euros.
A barbearia abre de segunda a sábado das 9h30 às 20 horas, com uma pausa para almoço, das 13 horas às 14h30.


barlavento.pt

Sem comentários: