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quinta-feira, 5 de maio de 2011

poema - A minha psicologia barata por Karla Bardanza

Karla Bardanza

A MINHA PSICOLOGIA BARATA

Ontem

minha pulsão de vida

descansou.

Acho que estava no lixo

junto com o princípio

do prazer.

A minha pulsão de morte

falou mais alto

e esmurrou repetidas vezes

a minha cara de paisagem.

Eu também me autoflagelei:

não conseguia me amar

com tantos números e conceitos

na minha frente.

Nada minimizava a minha angústia,

o meu estado de inércia.

Nem Freud entendeu

o que estava acontecendo.

Fiquei olhando o meu objetivo

de vida por horas, buscando

alívio em coisas sem alívio.

Não sabia onde estava nada,

apenas a morte.

Hoje estou um pouco melhor:

tomei duas colheres de poesia

e uma injeção de Sophia de Mello Breyner

na veia.

Fiquei dopadíssima:

primeiro achei que era poeta,

depois sereia.

No final das contas percebi

que sou uma aranha com amnésia

e sem teia.

Freud explica.

Karla Bardanza

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