O secretário-geral do PS acusou hoje o PCP de cometer erros de análise ao não diferenciar socialistas e PSD, enquanto o líder comunista considerou que José Sócrates tem "uma forma estranha" de defender o Estado social. O Estado social e as consequências da aplicação do programa da "troika" em Portugal foram dois dos temas centrais do debate travado na SIC entre Jerónimo de Sousa e José Sócrates, numa discussão sem quaisquer pontos de convergência.
Na parte inicial do debate, o secretário-geral do PS apontou dois "erros de análise" ao PCP: em primeiro lugar, por ter contribuído para uma crise política ao chumbar o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) na Assembleia da República e assim, através desta "aliança com a direita", satisfazer a "ânsia de poder" de PSD e CDS; em segundo lugar, por o PCP considerar que PS e PSD são iguais, contrapondo que os governos socialistas têm defendido o Estado social em setores como a educação e a saúde, ao contrário do PSD.
Sócrates atacou ainda Jerónimo de Sousa por este alegadamente defender um programa de nacionalizações de 50 mil milhões de euros (perguntou-lhe onde ia buscar esse dinheiro), por defender a saída de Portugal do euro e a reestruturação da dívida externa -- "isso significa calote" e geraria "falências, desemprego e miséria".
José Sócrates criticou ainda o líder comunista por apresentar um programa para as eleições de 05 de junho igual ao de 2009, apenas com um aditamento.
"Desculpe, mas isso é uma falta de respeito pelos eleitores. No último ano e meio aconteceram muitas coisas", disse o secretário-geral do PS.
Jerónimo de Sousa contrapôs que José Sócrates tem "uma forma esquisita" e "estranha" de alegadamente defender o Estado social em Portugal, apontando as consequências no plano social dos últimos governos PS, designadamente as políticas de corte e congelamento de salários e de pensões, enquanto a banca e o grandes grupos económicos escapam a qualquer austeridade.
Para o secretário-geral do PCP, PS, PSD e CDS têm um programa comum "no essencial", que é aquele que foi agora "imposto" pela "troika" da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, estando do mesmo lado nas políticas económica, financeira e nas privatizações.
Jerónimo de Sousa confrontou também o líder socialista com pontos do programa de Governo de 2009 que não foram concretizados. "José Sócrates afirmava que cada criança que nascesse em Portugal receberia 200 euros, mas o que tivemos foram cortes nos abonos de família", declarou.
Jerónimo de Sousa também desvalorizou a promessa de José Sócrates de que as pensões mais baixas serão aumentadas, contrapondo que as pensões de "300 ou de 400 euros por mês vão ser congeladas nos próximos três anos" e que, com os aumentos de impostos previstos, haverá claramente perda de poder de compra da camada mais frágil da população portuguesa.
Ao longo do debate, registaram-se algumas interrupções e picardias entre Jerónimo de Sousa e José Sócrates.
Um desses momentos aconteceu quando o líder do PS recusou a ideia do secretário-geral do PCP de tributar as distribuições de dividendos das grandes empresas com participação estatal (como a PT) em 2010, considerando tratar-se de uma medida retroativa e que no fundo era "pura demagogia". "Olha quem fala!", ripostou em tom irónico Jerónimo de Sousa.
Logo a seguir, Sócrates comentou que em 2009 o seu Governo deu garantias aos bancos, o que levou Jerónimo de Sousa a fazer mais um comentário irónico: "Não tem feito outra coisa".
Sócrates devolveu: "Sabe Jerónimo de Sousa, olhar para a nossa economia com preconceitos contra os bancos, contra as grandes empresas e contra o lucro, desculpe mas não posso ter essa perspetiva".
Lusa
Sócrates atacou ainda Jerónimo de Sousa por este alegadamente defender um programa de nacionalizações de 50 mil milhões de euros (perguntou-lhe onde ia buscar esse dinheiro), por defender a saída de Portugal do euro e a reestruturação da dívida externa -- "isso significa calote" e geraria "falências, desemprego e miséria".
José Sócrates criticou ainda o líder comunista por apresentar um programa para as eleições de 05 de junho igual ao de 2009, apenas com um aditamento.
"Desculpe, mas isso é uma falta de respeito pelos eleitores. No último ano e meio aconteceram muitas coisas", disse o secretário-geral do PS.
Jerónimo de Sousa contrapôs que José Sócrates tem "uma forma esquisita" e "estranha" de alegadamente defender o Estado social em Portugal, apontando as consequências no plano social dos últimos governos PS, designadamente as políticas de corte e congelamento de salários e de pensões, enquanto a banca e o grandes grupos económicos escapam a qualquer austeridade.
Para o secretário-geral do PCP, PS, PSD e CDS têm um programa comum "no essencial", que é aquele que foi agora "imposto" pela "troika" da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, estando do mesmo lado nas políticas económica, financeira e nas privatizações.
Jerónimo de Sousa confrontou também o líder socialista com pontos do programa de Governo de 2009 que não foram concretizados. "José Sócrates afirmava que cada criança que nascesse em Portugal receberia 200 euros, mas o que tivemos foram cortes nos abonos de família", declarou.
Jerónimo de Sousa também desvalorizou a promessa de José Sócrates de que as pensões mais baixas serão aumentadas, contrapondo que as pensões de "300 ou de 400 euros por mês vão ser congeladas nos próximos três anos" e que, com os aumentos de impostos previstos, haverá claramente perda de poder de compra da camada mais frágil da população portuguesa.
Ao longo do debate, registaram-se algumas interrupções e picardias entre Jerónimo de Sousa e José Sócrates.
Um desses momentos aconteceu quando o líder do PS recusou a ideia do secretário-geral do PCP de tributar as distribuições de dividendos das grandes empresas com participação estatal (como a PT) em 2010, considerando tratar-se de uma medida retroativa e que no fundo era "pura demagogia". "Olha quem fala!", ripostou em tom irónico Jerónimo de Sousa.
Logo a seguir, Sócrates comentou que em 2009 o seu Governo deu garantias aos bancos, o que levou Jerónimo de Sousa a fazer mais um comentário irónico: "Não tem feito outra coisa".
Sócrates devolveu: "Sabe Jerónimo de Sousa, olhar para a nossa economia com preconceitos contra os bancos, contra as grandes empresas e contra o lucro, desculpe mas não posso ter essa perspetiva".
Lusa
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