Quem conta um conto acrescenta um ponto. A expressão podia ser aplicada à operação que levou à morte de Osama bin Laden no domingo - baptizada com o nome de código Geronimo - não fosse o caso de não se tratar de um conto. Depois de dez anos de buscas, o líder da Al-Qaeda que encabeçava a lista dos terroristas mais procurados pelos EUA foi encontrado num complexo residencial de alta segurança, na cidade paquistanesa de Abbottabad. Uma equipa dos SEALS da Marinha norte-americana entrou no complexo de helicóptero e, em 40 minutos, conseguiu matar Bin Laden com um tiro acima do olho esquerdo - "enquanto se envolveu num tiroteio ao longo de toda a operação".
Esta foi a versão contada pelo Pentágono e pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, desde o fim da operação. Mas ontem fontes do Departamento de Estado norte-americano, sob anonimato, avançaram uma nova versão que a desmente. As fontes garantiram ao "New York Times" que não houve tiroteio - antes uma operação "caótica e sangrenta" levada a cabo por mais de 20 SEALS que liquidaram Bin Laden e outras quatro pessoas, entre elas uma mulher e o filho do líder da Al-Qaeda, sem que aqueles ripostassem. Uma outra fonte, esta das forças de segurança do Paquistão, afirmou que Bin Laden foi morto "a sangue frio".
As contradições surgem numa altura em que as primeiras declarações de Obama sobre as fotografias da operação vêm a público. Em entrevista ao programa "60 Minutes", que será exibido domingo na televisão norte-americana, o presidente justificou a decisão de não publicar as fotos. "É muito importante para nós garantir que fotografias muito gráficas de alguém que foi atingido com um tiro na cabeça não andem por aí espalhadas a incitar mais violência - como ferramenta de propaganda", lê-se numa transcrição avançada pela CBS. "Não há dúvidas entre os membros da Al-Qaeda de que ele está morto. Achamos que uma fotografia não vai fazer diferença. Há quem negue [que Bin Laden está morto], mas a verdade dos factos é que nunca mais voltarão a ver Bin Laden a caminhar nesta Terra."
O facto de os EUA terem levado a cabo a operação sem avisar o Paquistão azedou a relação entre os dois países. Apesar de os serviços secretos paquistaneses estarem a ser questionados pelo facto de Bin Laden estar a viver no país, numa casa situada ao lado de uma academia militar, sem fazer soar o alarme, o exército paquistanês ameaçou que "qualquer acção semelhante que volte a violar a soberania do Paquistão vai justificar uma revisão ao nível da cooperação militar e dos serviços secretos com os EUA
Esta foi a versão contada pelo Pentágono e pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, desde o fim da operação. Mas ontem fontes do Departamento de Estado norte-americano, sob anonimato, avançaram uma nova versão que a desmente. As fontes garantiram ao "New York Times" que não houve tiroteio - antes uma operação "caótica e sangrenta" levada a cabo por mais de 20 SEALS que liquidaram Bin Laden e outras quatro pessoas, entre elas uma mulher e o filho do líder da Al-Qaeda, sem que aqueles ripostassem. Uma outra fonte, esta das forças de segurança do Paquistão, afirmou que Bin Laden foi morto "a sangue frio".
As contradições surgem numa altura em que as primeiras declarações de Obama sobre as fotografias da operação vêm a público. Em entrevista ao programa "60 Minutes", que será exibido domingo na televisão norte-americana, o presidente justificou a decisão de não publicar as fotos. "É muito importante para nós garantir que fotografias muito gráficas de alguém que foi atingido com um tiro na cabeça não andem por aí espalhadas a incitar mais violência - como ferramenta de propaganda", lê-se numa transcrição avançada pela CBS. "Não há dúvidas entre os membros da Al-Qaeda de que ele está morto. Achamos que uma fotografia não vai fazer diferença. Há quem negue [que Bin Laden está morto], mas a verdade dos factos é que nunca mais voltarão a ver Bin Laden a caminhar nesta Terra."
O facto de os EUA terem levado a cabo a operação sem avisar o Paquistão azedou a relação entre os dois países. Apesar de os serviços secretos paquistaneses estarem a ser questionados pelo facto de Bin Laden estar a viver no país, numa casa situada ao lado de uma academia militar, sem fazer soar o alarme, o exército paquistanês ameaçou que "qualquer acção semelhante que volte a violar a soberania do Paquistão vai justificar uma revisão ao nível da cooperação militar e dos serviços secretos com os EUA
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