Actualizar: 07-05-2011
PCP acusa de PS, PSD e CDS de proporem ao país um "governo de regência comandado do exterior
PCP acusa de PS, PSD e CDS de proporem ao país um "governo de regência comandado do exterior"
Bragança, 07 mai (Lusa) - O secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, acusou hoje PS, PSD e CDS de oferecerem ao país uma "governo de regência comandado pelo exterior" por estarem "amarrados" a um programa comum imposto pela "troika".
Jerónimo de Sousa reiterou hoje, em Bragança, que o plano de ajuda financeira a Portugal é "um programa de exploração, de injustiça e de declínio económico e social a que PS, PSD e CDS deram o seu apoio e é com este programa que se oferecem para governar o país".
"É esse o seu programa comum e único de governo e não aquele que cada um está a anunciar. Um programa único que amarra os três partidos a uma governação de regência comandada do exterior, a partir dos grandes centros de decisão do capital financeiro e das instituições que o servem", afirmou.
Na opinião do líder comunista, "é para aplicar este brutal programa de austeridade contra os trabalhadores e o povo que falam de um governo de união, de um governo forte para fustigar os pequenos e médios agricultores e empresários, mas fraco para resolver os problemas do país".
Jerónimo de Sousa reiterou que "o país precisa mais do que nunca de um governo patriótico e de esquerda" e que "isso faz-se dando força à CDU", a coligação que se apresenta a eleições composta pelo PCP e os Verdes.
Questionado pelos jornalistas sobre a posição assumida por Francisco Louçã de que o Bloco de Esquerda é a principal alternativa de esquerda ao PS, Jerónimo de Sousa respondeu que "água benta cada um toma a que quer", considerando que "o Bloco tem esse problema de que não se liberta da mania das grandezas".
O secretário geral do PCP escusou-se a falar de uma aproximação entre os dois partidos, mas não deixou de criticar a afirmação do presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, de que não governará com o PS.
"As declarações de Passos Coelho não são muito fiáveis porque já vi a disponibilidade para entendimentos, para acordo, já vi admitir acordo com o PS sem Sócrates, agora nem uma coisa nem outra", declarou.
Jerónimo de Sousa considerou que Pedro Passos Coelho tem "dificuldades de afirmação própria: diz uma coisa, diz outra amanhã, mas há uma coisa que todos nós sabemos: está de acordo com o PS na execução deste programa da troika".
"Podem fazer piruetas, podem fazer os discursos que quiserem, podem até acentuarem esta ou aquela medida, mas aquilo que estão obrigados e a que se submeteram é cumprir aquele programa comum imposto pelo estrangeiro", disse.
O líder do PCP sublinhou no seu discurso, durante um almoço com militantes em Bragança, "as potencialidades do país", nomeadamente do Nordeste Transmontano no setor agrícola, que podia contribuir para diminuir a dependência alimentar do exterior.
A CDU quer eleger nas legislativas o primeiro deputado pelo círculo eleitoral de Bragança e propõe como cabeça de lista, pela segunda vez, Manuela Cunha, dirigente do Partido Ecologista os Verdes (PEV) e ativista pela Linha do Tua.
HFI
Lusa/fim
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