História
O que é?
O Sal enquanto definição química é um composto iónico neutro, que existe sob diversas formas no globo terrestre, podendo ser encontrado em minas, lagos salgados ou através da evaporação da água do mar. O homem desde cedo que reconheceu o seu potencial, existindo as mais diversas utilizações para o Sal.
O Sal pode apresentar-se no seu estado natural, em diferentes cores de acordo com a sua composição, por exemplo branco quando composto por Cloreto de Sódio, e com diferentes sabores.
Contudo e quando falamos de Sal para uso alimentar torna-se importante conhecer um pouco mais acerca deste elemento essencial à vida humana e de que forma o devemos utilizar.
“O Sal Não é todo Igual”
O Sal foi provavelmente, desde o princípio dos tempos, o primeiro mineral utilizado conscientemente pelo homem como suplemento alimentar. A crescente necessidade e preocupação do homem para manter os alimentos em bom estado levou-o a perceber que o uso do Sal, era um dos métodos.
A ligação do homem ao Sal está documentada desde 2.700 A.C. na China, os egípcios usavam o sal nos processos de mumificação, na Grécia antiga o Sal funcionava como moeda de troca e os soldados romanos recebiam rações de sal conhecidas por “salarium argentum”. A importância do Sal continuou e o “ouro branco”, como era conhecido foi também causa de guerras e conflitos.
Portugal, pelas sua condições naturais, geográficas e climatéricas, foi desde cedo um importante produtor de Sal e com forte contributo para os cofres do Reino. Em Portugal estavam identificadas 5 Salgados (conjuntos de salinas), Salgados de Aveiro, da Figueira da Foz, de Setúbal, de Alcácer do Sal e do Algarve.
Actualmente a região do Algarve é responsável pela grande maioria do Sal produzido em Portugal, nomeadamente nas regiões de Olhão, Tavira e Castro Marim.
Sal Marinho Tradicional
Muitas vezes confunde-se Sal Marinho com Sal Marinho Tradicional, mas as suas diferenças são enormes e fáceis de identificar.
O Sal Marinho Tradicional, é produzido em pequenas salinas centenárias, utilizando métodos ancestrais. É um processo 100% natural, sem qualquer processamento, ou uso de aditivos químicos, utilizando somente a água do mar, energia solar e o trabalho do Homem.
O processo natural de cristalização é optimizado de forma a que a maioria dos minerais (cerca de 80) presentes na água do mar se mantenham presentes no sal, tornando-o num sal completo do ponto de vista nutricional.
Após a cristalização o sal é colhido à mão e é seco ao sol por um período mínimo de cinco dias para que a água remanescente evapore, maximizando assim a percentagem de magnésio e iodo contidos. A sua cor branca natural e humidade que possui, são algumas das características únicas deste Sal.
O Sal Marinho Tradicional é o produto ideal para cozinhar os seus alimentos.
A época produtiva do Sal Marinho Tradicional estende-se entre Maio e Setembro.
Flor de Sal
A Flor de Sal foi desde sempre consumida em Portugal pelos Marnotos (trabalhadores da salina) em sua casa. Davam-lhe o nome de “coalho” por flutuar à superfície da água tal como a nata no leite.
A Flor de Sal é composta por cristais leves, em forma de palheta, de uma brancura extrema, que se formam na superfície das pequenas peças da salina, formando uma fina película de sal que as cobre. Essa “película” é colhida diariamente, com um rodo (instrumento manual de recolha), necessitando para o efeito de perfeitas condições climatéricas.
A grande vantagem da Flor de Sal é o seu sabor, ou melhor, os sabores que esta desperta nos alimentos.
A Flor de Sal deve ser utilizada após a confecção, antes de servir, para afinar o tempero, ou na mesa para os que gostam de um pouco mais de sal, substituindo o insípido sal refinado.
A duração da época produtiva da Flor de Sal é normalmente inferior à do Sal Marinho Tradicional, resultando também numa menor produção, razão pela qual é um produto disponível em muito pouca quantidade.
Sal do Mundo
Sal de Mina ou Sal-gema, apresenta uma composição próxima dos 99% de Cloreto de Sódio.
Sal de Maldon, é um sal produzido no Reino Unido e produzido através da evaporação de água em recipientes aquecidos com combustíveis fosseis, não sendo um processo nada ecológico. Sal Cinzento (sel gris), trata-se de sal marinho tradicional originário de França, que possui uma cor cinzenta devido à diluição das lamas no sal. Sal Marinho, o sal mais vulgar de todos, recolhido em salinas por máquinas e que posteriormente é lavado quimicamente, centrifugado, seco e por vezes branqueado. Sal Refinado, Não provém directamente de salinas. É dissolvido e recristalizado a uma temperatura e pressão controladas em instalações industriais. Os cristais são constituídos exclusivamente por cloreto de sódio e são todos iguais. É seco pelo calor da combustão de derivados do petróleo e aditivado de antiaglomerantes, oxisilicato de alumínio, ferrocianeto de potássio. Escamas de Sal (salt flakes), produto semelhante ao sal de Maldon, onde se recorre à queima de combustíveis fosseis. Sal dos Himalaias, trata-se de Sal de Mina, com impurezas que lhe conferem a cor característica. A Localização
A Ria Formosa é um vasto ecossistema que se estende pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António, abrangendo uma área de cerca de 18.400 hectares ao longo de 60 quilómetros, com uma largura máxima de cerca de 6 Km. Esta zona protegida, considerada Parque Natural é protegida a sul pelo Oceano Atlântico e a norte é recortada por salinas e pequenas praias arenosas.
Uma rápida visita pelos canais e ilhas barreira da Ria Formosa, permite de imediato destacar neste espaço vivo um conjunto de actividades económicas dominantes, as quais retêm na riqueza das águas da Ria Formosa e no clima os seus principais factores de produção. Entre as várias actividades cujo desenvolvimento pode ser sustentável nestas áreas sensíveis da natureza, destaca-se a Salinicultura, Moluscicultura, Pesca em Esteiro e Turismo da Natureza.
A não existência de indústrias pesadas na Ria Formosa contribui para que a qualidade da água seja elevada e consequentemente a qualidade do Sal não estar ameaçada.
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Local de Belamandil
Belamandil é um topónimo de origem muçulmana sendo a sua origem Bellad Mandil (Terra dos Mandil); mandil é também a denominação árabe para um véu que cobre a cabeça, estando associado a esta localidade uma lenda de uma princesa árabe e de um príncipe cristão.
Esta localidade pertence ao concelho de Olhão, freguesia de Pechão e estando inserida na área do Parque Natural da Ria Formosa, onde a Necton se encontra sediada com os seus escritórios e Salinas.
Enquadrada num espaço único , a empresa tem, no seu “código genético”, uma profunda e enraizada filosofia de preservação do meio natural, da biodiversidade e da defesa do património natural. Esses valores respiram-se na empresa e foram, inevitavelmente, sendo reconhecidos por prémios e certificações diversas.
O Ecossistema
A Salinicultura tradicional é uma actividade económica sustentável, amiga do meio ambiente onde as salinas fazem parte de um ecossistema que integra micro-algas, flora halófita e avifauna variada.
A vegetação dos muros das salinas proporciona condições para a nidificação, protecção e alimentação de várias aves aquáticas e estabiliza os tanques das salinas.
Algumas das espécies mais comuns de fauna são, o Flamingo-comum (Phoenicopterus ruber), Garça branca (Egretta garzetta), Garça real (Ardea cinerea), Pilrito-pequeno (Calidris minuta), Perna-longa (Himantopus himantopus), Alfaiate (Recurvirostra avosetta).
Algumas das espécies mais comuns de fauna são, o Flamingo-comum (Phoenicopterus ruber), Garça branca (Egretta garzetta), Garça real (Ardea cinerea), Pilrito-pequeno (Calidris minuta), Perna-longa (Himantopus himantopus), Alfaiate (Recurvirostra avosetta).
No que respeita a micro-algas há que referir a Dunaliella (Dunaliella salina) que é o ponto de partida na cadeia alimentar do ecossistema das salinas, pois alimenta a Artemia salina, um macro-invertebrado que é a base da cadeia alimentar de várias aves aquáticas.
Ao nível da flora as salinas são compostas maioritariamente pela Sarcocórnia (Sarcocornia sp.), a Sapeira (Limoniastrum monopetalum) e a Salicórnia ou espargo do mar (Salicornia sp.) que é comestível, possuindo extremidades tenras e suculentas com um delicioso sabor salgado, muito apreciada em países como França e Itália.
Maravilha Natural de Portugal
A Ria Formosa foi considerada uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal. Esta distinção foi partilhada com a Floresta Laurissilva, a Paisagem Vulcânica da Ilha do Pico, as Grutas de Mira de Aire, o Portinho da Arrábida, a Lagoa das Sete Cidades e o Parque Natural da Peneda Gerês na categoria de Zona Marinha de Portugal.
Este prémio enaltece assim a importância desta área protegida que possui uma elevada riqueza biológica e ecológica albergando no seu interior espécies endémicas e raras para a conservação afirmando-se como uma zona costeira singular e um referencial de sustentabilidade.
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